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Questões éticas em Nietzsche e Freud

Por:   •  10/6/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  3.617 Palavras (15 Páginas)  •  453 Visualizações

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Folha Resposta da prova de Ética

QUESTÃO 1

No seu estudo sobre o Bem e o Mal, Nietzsche não buscar investigar a origem, mas a problemática histórica do Bem e do Mal, fazendo então uma genealogia. Portanto, concebendo genealogia como o caminho metodológico, pelo qual o homem inventou para si o Bem e o Mal, má consciência, culpa, que ele chama de coisas sombrias. Contanto, não buscando em Deus a origem do Bem e do Mal, mas na história.

Com a questão da morte de Deus o homem tornou-se pretensiosamente deus, logo, concebendo uma nova moral. O homem está acima do mal. Aquilo que entendemos como o bom teve sua origem no mal, na crueldade e na violência, sendo assim, um dia as coisas boas foram más. No inicio a violência era uma festa, onde, os indivíduos se alegravam com a crueldade. O que é bom foi mal e pode voltar a ser bom. Tornando os valores relativos.

Para Nietzsche que inventou a concepção de Mal foram os judeus, fazendo uma distinção entre a concepção romana do bom versus ruim e a judaica do bom versus mal. A versão romana é fundamentada na moral aristocrática, dos nobres, poderosos, dos ricos, dos homens superiores, portanto, vendo o Bom como aquele que é útil, o nobre, o superior, a moral do guerreiro, da espiritualidade, do bem nascido, os que têm a capacidade do domínio da política e o Ruim como o aquele não útil, o plebeu, o simples. Porém, a concepção judaica é baseada na moral escrava, do ressentimento, onde a guerra é depreciável, resultar na desvalorização da coragem e na valorização da impotência, pois é Bom aquele que foi humilhado, o pobrezinho, o coitadinho, porém aquele que é forte, que luta contra os mais fracos se tornaram mal. Portanto para Nietzsche o Bom é tudo o que aumenta o homem no sentimento de poder, a vontade de poder, o próprio poder, enquanto, o mal é tudo o que nasce da fraqueza.

Todavia para Nietzsche nada é bom ou mal em si, mas as coisas ganhara um desse valor a partir da interpretação que o homem der. Assim, o filósofo busca o valor dos valores, pois antes eles eram dados ao homem e não necessitava de questionamentos, porém, Nietzsche buscar estimular o homem a questionar se o bom é realmente bom, pois valores vão sendo criados e desconstruídos ao decorrer do tempo, surgindo em algum momento em algum lugar, todavia, alguns homens usam valores que lhe foram dados sem ter compreensão porque escolheram aqueles valores e não outros, e quando agem assim é como se fosse animais de rebanho, que vão somente para onde vai o grupo.

Portanto, ser animal de rebanho significar agir de modo como os outros age e com isso eliminam o que há de único em si, perdendo suas características e vontades próprias.  Sendo denominados de animais por usarem de sua racionalidade apenas para a identificação de padrões e para que as suas próprias condutas sejam adequadas aos padrões seguidos.  

Com a moral escrava que surge por meio do ódio dos judeus escravizados, que substituíram a noção de moral nobre pela moral escrava, surgindo então a primeira transvalorização dos valores, ou seja, aquele que era concebido como Bom é agora denominado com Ruim, e quem era Mal se tornou bom. O cristianismo é o herdeiro da revolta dos escravos, segundo a moral cristã, não só os escravos são os melhores, como também tem uma “vida melhor” ou pelo menos terão algum dia.  

QUESTÃO 2

Nietzsche constrói a imagem do homem como sendo um animal capaz de fazer promessas, e constitui o esquecimento como algo que traz saúde ao mesmo. “É preciso lembrar a tempo e esquecer a tempo”. Há momentos para lembrar e outros para esquecer. O esquecimento para que o homem não se agarre ao passado e não comprometa o presente.

         O ressentimento é a martirização constante da consciência, logo se deve esquecer para ausentar os tormentos da alma. Entretanto, cultura requer que os homens façam promessas, sendo assim, ele (homem) deve fazer uso da memória, que é vista como conceito culto e má consciência.

        A memória trata de tornar o homem responsável, constante igual entre iguais, enfim, confiável a fim de fazer contratos, dai segue o surgimento da promessa. Logo, criar memória para formar costumes e criar etiqueta (normas). Tudo isso tem por objetivo tornar o homem dócil, para que ele seja capaz de prometer, isto é, fazer promessas. Porém, quando não se cumpre a promessa se usa a violência, quando não se cumpre a dívida.

        A violência conduz à vida social e um ato de violência inaugura uma sociedade, no entanto para fugir da violência (sofrimento e dor) se forma a sociedade. A mesma começa com a repressão da liberdade dos indivíduos.

O amor quando não correspondido gera culpa por parte do amado que não ama (dívida de amor). O conceito matéria e não moral gera dívida somente e posteriormente a dívida vem de algo moral, porém, o que compreendemos por moral tem sua origem no material, nas relações de comércios primeiramente: cobrador versos devedor; segundo: comprador versos vendedor.

A compreensão de Castigo em Nietzsche é idealizada como compensar o dano (não vingança), revidar o dano (vingança), no entanto a má consciência é vista como remorso. Com o castigo não tem ressentimento, por meio dele o indivíduo infrator já paga o que deve.

        A origem da culpa é da má consciência (remorso como efeito psíquico da culpa), deste modo, a origem da culpa não é o castigo, pois o mesmo gera o prudente e não a culpa. Portanto, a culpa nasce por meio da sociedade consolidada e interiorização do homem e na sociedade tem em seu ponto uma grande finalidade, inibir os instintos e gerar o sentimento de culpa no indivíduo, ou seja, trata-se de uma separação do passado animal do homem (os instintos).

Nietzsche vê o homem como aquele que passa a ser constituído de ressentimento, de uma moral da compaixão. Tal mudança não foi gradual e nem voluntária. O homem foi jogado contra sua vontade na sociedade. Foi uma ruptura primeiramente de fatalidade inevitável; e em segundo lugar: um ato de violência (reprimir os instintos).  

        A sociedade se inicia por instinto de organização com as bestas loiras (os bárbaros, Germânicos), nascendo uma nova forma de impressão para a humanidade, mas, com a construção da sociedade, a vontade de poder, (visto como instinto de liberdade ou vontade de se expandir, dominar, gerar valores) via pelo qual o homem dar sentido próprio a sua existência e as coisas é banida e anulada do indivíduo.

        Portanto, a origem da má consciência existe quando o homem ingressa na sociedade e no estado de paz, e deste modo, há uma imposição de forma, isto é um estado que organiza os indivíduos.

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