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Resenha Critica: A descoberta da ignorância

Por:   •  5/11/2018  •  Resenha  •  1.352 Palavras (6 Páginas)  •  304 Visualizações

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Resenha Crítica

HARARI, Yuval Noah.  A descoberta da ignorância.  Sapiens.  Uma breve  

história da humanidade. 15° ed.  Porto Alegre: Editora L&PM, 2015. p. 257- 284.

O texto "a descoberta da ignorância" nos traz uma leitura crítica acerca do desenvolvimento tecnológico e científico, bem como os impactos que estas descobertas causaram na sociedade. São feitos comparativos de como a sociedade de 500 anos atrás era contra como ela é atualmente. Como também o choque cultural no caso de uma pessoa da antiguidade se deparando com a tecnologia atual.

Ao decorrer do tempo a ciência moderna se diferenciou das demais tradições de conhecimento com base em três aspectos cruciais. O primeiro é a sentença em latim “ignoramos”, que significa "nós não sabemos", o que gera a abertura para admitir a ignorância sobre o mundo. A segunda parte do primeiro princípio de que não sabemos, e, portanto, devemos nos centralizar na observação empírica e no uso das ferramentas matemáticas. Já o terceiro nos remete à um ideal de progresso, utilizando teorias já criadas para adquirir novas capacidades.

A sessão denominada “O dogma científico” mostra que a ciência moderna tem métodos de pesquisa que são todos baseados em coletar e organizar observações empíricas (observações que podem ser observadas com pelo menos um dos sentidos humanos) e reunir com ajuda de ferramentas matemáticas. Ao longa da história, a humanidade começou a perceber que necessitava de conhecimentos novos para responder perguntas mais complexas que surgiam e no caso, aquelas observações empíricas demonstravam ser limitadas. Assim, o método de pesquisa predominante na atualidade entende que o conhecimento antigo é insuficiente, no caso, quando as observações atuais se chocam com tradições passadas, damos precedência às observações, mas isso não exclui a tradição para fazer ciência, até porque ela utilizada como estudo do passado.

No caso, para entender o universo, as tradições passadas utilizavam teorias em formas de histórias e a ciência moderna utiliza a matemática, assim, as mitologias e escrituras tradicionais estabeleciam leis gerais apresentadas em forma de narrativa. Isso foi um princípio fundamental da religião maniqueísta que afirmava que o mundo é um campo de batalha entre o bem e o mal, ou seja, uma força maligna criou a matéria, ao passo que uma força benigna criou o espírito e os humanos estão presos entre essas duas forças e devem escolher o bem em detrimento do mal.

Em contrapartida, Isaac Newton apresentou uma teoria geral do movimento e da mudança, publicada no livro “Princípios matemáticos da filosofia natural” que tinha

capacidade de explicar e prever os movimentos de todos os corpos do universo usando leis matemáticas muito simples. Ao longo do tempo, outras áreas da ciência queriam também reduzi-las em formas simples como Newton conseguiu na física, entretanto, percebeu que áreas como biologia, a economia e a psicologia tinham um nível de complexidade muito maior para tal reducionismo.

Com esse progresso da ciência, dois clérigos presbiterianos na Escócia, Alexander Webster e Robert Wallace em 1744 precisavam resolver um problema de pensões para viúvas e órfãos de clérigos falecidos, assim utilizaram cálculos de probabilidade como solução ao invés do auxílio da metafisica (rezar e utilizar escrituras sagradas). Este tipo de progresso científico, o modelo probabilístico, abriu portas para todo tipo de ciência se expandir, como a demográfica de Thomas Malthus e da biologia de Charles Darwin.

Isto fez com que a educação tivesse um processo de mudança na Europa medieval, e onde a lógica, a gramática e a retórica formavam o núcleo educacional e o ensino da matemática era aritmética e geometria, agora cada vez mais o ensino se empenha em utilizar as ferramentas matemáticas para entender melhor o universo a sua volta, aplicando-a em quase todas as áreas de conhecimento.

Na sequência em “Conhecimento é poder”, em compasso com a valorização da matemática e lógica, que Platão abriga sob o conjunto do conhecimento verdadeiro, anterior aos sentidos (ao qual ele chama de ‘a priori’), surge a percepção, por Francis Bacon em 1620, de que melhor do que sua veracidade, um bom parâmetro para medir o conhecimento é sua habilidade de gerar poder (‘scientia potentia est’). Essa é uma lógica que se encaixa nos moldes da ciência moderna, que tem como base a ideia de que o conhecimento é falível e pode se mostrar falso com novas descobertas. Ora, se o conhecimento que possuímos hoje pode ser falso, qual forma melhor de medi-lo se não através de sua utilidade?

Na sessão “O ideal de progresso” houve uma linha de separação entre crenças, que antes perpetuava a ideia do fixo, da era onde o conhecimento humano era posto de dúvida perante a comparação com deuses e seus representantes. Essa Era tinha esperanças do futuro glorificado por um salvador que erradicaria a pobreza e os males do mundo. A revolução científica trouxe, com a presença da dúvida, experiências e desmistificação de ideias, o conhecimento a nível humano. Conhecimento esse que apresentou o progresso real com as resoluções de problemas, ditos insolúveis, quebrando a ideia de que a humanidade não conseguiria resolver as próprias crises. Um exemplo citado no texto, que será ampliado para exemplos no contexto brasileiro logo a seguir, é o problema da pobreza: no Novo Testamento, esse seria um aspecto da humanidade que não resolveríamos, porém com o passar do tempo essa ideia acabou diminuindo, sendo então um ponto "técnico passível de intervenção" (SAPIENS).

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