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Shelling Exposição da Idéia Universal da filosofia

Por:   •  24/6/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.139 Palavras (5 Páginas)  •  146 Visualizações

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SCHELLING, F. Exposição da idéia universal da filosofia em geral, e da filosofia-da-natureza como parte integrante da primeira. In: FICHTE, J. G.; SCHELLING, F. Escritos filosóficos.     Trad. R. R. Torres Filho. São Paulo: Abril Cultural, 1973, (Os Pensadores), p. 213-223.

Objetivo do apêndice: apresentar, de maneira positiva, a idéia da filosofia em si, e a da filosofia-da-natureza em particular, do que um dos lados necessários que compõem o todo dessa ciência.

Primeiro passo para a filosofia e a condição sem a qual a filosofia sequer seria possível: é a compreensão de que o absolutamente ideal é também o absolutamente real, e de que, fora disso, só há realidade sensível e condicionada, mas nenhuma realidade absoluta e incondicionada. Aquela compreensão só pode ser provada indiretamente, pois é o fundamento e princípio de toda demonstração.

A filosofia é uma ciência absoluta e não um saber subordinado, uma vez que tem dentre outros objetos, o saber como objeto. Desse modo, não toma emprestado de outras ciências os princípios de seu saber. Assim, não pode ser de um modo condicionado e nem saber de maneira condicionada seus objetos, mas apenas de maneira incondicionada e absoluta. Ou seja, saber apenas o Absoluto desses objetos. Disso, conclui Schelling, que a filosofia repousa entre o saber absoluto e o próprio Absoluto, logo, o absolutamente ideal é o absolutamente real. Mas o autor diz que essa conclusão é meramente hipotética, pois toda evidência só pode ser provada por si mesma. Portanto, ainda não fica provado nada quanto à realidade dessa idéia. Mas, a compreensão de que o absolutamente ideal é o absolutamente real é a condição de toda cientificidade superior, cuja indiferença do real e do ideal, a filosofia apenas faz valer em sua significação mais alta e mais universal, depois de ter afastado dela toda referência sensível. Assim, fica pressuposta em toda exposição seguinte esse conhecimento da indiferença do absolutamente ideal com o absolutamente real, que é, ela mesma, absoluta. E à idéia do absolutamente ideal, determina-se como saber absoluto ou absoluto ato-de-conhecimento, que é apenas um saber tal que nele o subjetivo e o objetivo não são unificados como opostos, mas como identidade pura, ou seja, o subjetivo inteiro é o objetivo inteiro e inversamente. A subjetividade e objetividade na medida em que aquela absolutez pura tem de ser independente de ambas, se introduz para si mesma e por si mesma em ambas como a mesma absolutez.

O Absoluto é um eterno ato-de-conhecimento e ele mesmo é o agir eterno, pois faz parte de sua Idéia que ele também é imediatamente por seu conceito, sua essência é para ele também forma, e a forma é essência. No entanto, o absoluto não se confunde com essas duas unidades, visto que tanto a essência como a forma dos corpos materiais são distinguíveis, fato que não passa com o Absoluto. Não possuindo qualquer determinação, o Absoluto é, em sua totalidade, a unidade em eterno agir e, nesse movimento dinâmico e permanente, três unidades se distinguem: a essência se configura absolutamente em forma, a forma se configura absolutamente em essência; e, por sua vez, ambas absolutamente são, novamente, uma absolutez. O que se designou como unidades é o mesmo que outros entenderam por idéias ou mônadas. Toda idéia é um particular, que como tal, é absoluto. As idéias são sínteses da identidade absoluta e as coisas em si são idéias no eterno ato-de-conhecimento e, como as idéias no próprio Absoluto são uma só idéia, também todas as coisas são verdadeiramente e interiormente uma só essência.

Justamente porque natureza e mundo ideal têm cada um em si um ponto de absolutez em que os dois opostos confluem, cada um deles tem de conter, por sua vez, em si, distintamente as três unidades, que, tomadas nessa distinção e subordinação a uma unidade, nós denominamos potências, de tal modo que esse tipo universal da aparição se repete necessariamente também no particular e, como o mesmo e igual, no mundo real e ideal. Segundo Schelling, precisava-se da idéia universal da própria filosofia para expor a filosofia-da-natureza como um dos lados necessários e integrantes do todo dessa ciência. A filosofia é ciência do Absoluto, mas, como o Absoluto em seu agir eterno compreende necessariamente, como um só, dois lados, um real e um ideal, a filosofia, considerada do lado da forma, tem necessariamente de dividir-se segundo dois lados, embora sua essência consista justamente em ver ambos os lados como um só no absoluto ato-de-conhecimento.

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