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A Proposta da problemática ambiental à ciência e a formação profissional universitária

Por:   •  24/4/2018  •  Pesquisas Acadêmicas  •  523 Palavras (3 Páginas)  •  222 Visualizações

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Qual seria a proposta da problemática ambiental à ciência e a formação profissional universitária?

Partindo de uma reflexão pautada em um conjunto de ideias e percepções sobre a proposta da problemática ambiental, orientada pela busca da compreensão de tal problemática nas suas mais variadas dimensões; percebe-se que tal proposta impele um profundo questionamento à ciência e a universidade. Esse questionamento tem como base a compreensão do atual paradigma desenvolvimentista, na crise do modelo econômico vigente, de suas limitações e contradições, sua influência na dinâmica hegemônica globalizante e nos limites da ciência moderna, por conseguinte a uma busca e a construção de um novo paradigma.

Um paradigma que seja condizente com a capacidade de manutenção da vida humana no planeta; que preconize uma transdisciplinaridade, uma racionalidade aberta à diversidade, as interdependências e à complexidade, além da preservação ambiental, através do diálogo entre a racionalidade ambiental e o saber ambiental proposto por Leff, tendo como meta o diálogo dos saberes, considerando este essencial para o processo de construção de um paradigma que possa estabelecer novas relações entre sociedade e natureza. Que a produção científica esteja sintonizada com as demandas do ambiente e com a ideia de sujeito – a filosofia da consciência, a fenomenologia e a intersubjetividade; que a universidade realize a incorporação de preocupações ambientais na formação profissional a partir de referenciais vernaculares.

O diálogo de saberes, proposto por Leff, trata do encontro de tradições e formas de conhecimento legitimadas por diferentes fontes de racionalidade, por saberes inerentes a identidades próprias que não só entram em jogo num processo de tomada de decisões, mas que se fundem na determinação de processos materiais. A construção do saber ambiental leva ao diálogo uma diversidade de saberes de diferentes níveis de abstração conceitual até os saberes práticos e cotidianos em que se expressam as estratégias. A fusão desses saberes não conduz a uma unificação, mas leva ao surgimento de novas forças sociais e potenciais ambientais, que fundam uma nova ordem de onde fazem surgir uma nova ética, elaborando uma nova racionalidade construída de novas subjetividades.

A percepção holística do meio ambiente, ainda segundo Leff, confere um papel fundamental aos sistemas cognitivos das sociedades tradicionais. Suas cosmovisões integram seus mitos e rituais e suas práticas produtivas; seu conhecimento dos fenômenos geofísicos está associado ao conhecimento dos diferentes tipos de solos e condições topográficas, permitindo o aproveitamento do espaço ecológico e gerando estratégias de uso múltiplo e integrado dos recursos. Estas práticas de uso integrado e múltiplo de recursos naturais estão baseadas em normas culturais e conhecimentos tradicionais que codificam o meio ambiente, preservando a biodiversidade e incrementando a capacidade das comunidades de satisfazer as necessidades materiais e suas aspirações culturais. A natureza se converte em recurso econômico e patrimônio cultural (LEFF et al.,2002).

Se faz imperioso destacar que o espaço e o lugar estão sendo ressignificados, a partir das identidades culturais para arraigar e revelar as condições de sustentabilidade, de cujas construções o logos das ciência havia se evadido, perdendo seus referenciais geográficos e seus sentidos culturais. A política do lugar está se movimentando, mobilizada pelos direitos à identidade e à diferença cultural dos povos, legitimando a construção de regras mais plurais.

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