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Padrões de vida nas águas oceanicas

Por:   •  5/10/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.317 Palavras (10 Páginas)  •  937 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE ALAGOAS

CAMPUS I - ARAPIRACA-AL

CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA

TRAÇANDO RUMOS NA ÁGUA

ARAPIRACA-AL

JUNHO 2015

                            GABRIEL ALESSANDRO DOS S. LIMA

TRAÇANDO RUMOS NA ÁGUA

 [pic 1]

ARAPIRACA-AL

JUNHO / 2015[pic 2] 

Padrões de vida nas águas oceânicas: biomas e províncias oceânicas

Embora os padrões de circulação das águas superficiais sejam conhecidos há muito tempo, somente a partir da disponibilidade das observações por satélite é que foi possível monitorar padrões de vida de um modo compreensível e continuo.

O oceanógrafo britânico Alan Longhurst juntou esses dados biológicos aos dados relativos aos movimentos das águas oceânicas para identificar e definir três biomas biogeográficos nos oceanos (Bioma Polar, os dos Ventos Oeste e os dos Ventos Alísios), além de um bioma costeiro que compreende os mares rasos, esses biomas são divididos em províncias ecológicas.

Os biomas e províncias marinhas de Longhurst são, portando definidos principalmente por condições ambientais, diferentes das regiões biogeográficas terrestres, que são caracterizadas por suas faunas e floras – embora essa diferença possa desaparecer à medida que outros trabalhos taxonômicos revelam mais sobre as diferenças bióticas entre essas províncias.

Padrões de vida no solo oceânico

Executando-se a zona de marés entre as marcas de maré alta e de maré baixa, os biólogos marinhos reconheceram quatro zonas de vida diferentes, para os organismos que habitam o fundo do mar. (Novamente deve-se enfatizar que as mudanças nas condições ambientais e na fauna são sempre graduais e, assim, a fronteira entre essas duas zozas é apenas uma questão de uma mudança mais rápida, porém não abrupta). A zona costeira compreende a plataforma continental abaixo da marca de maré baixa. Os demais níveis situam-se a profundidades sucessivamente maiores: A zona hadal é fácil de ser definida, pois compreende o ambiente das fossas oceânicas, a uma profundidade de mais de 6 km. Entretando, os limites de profundidade entre as zonas costeiras, batial e abissal variam de acordo com a estação, com as condições e a latitude.

O assoalho oceânico nesses níveis é coberto por lama e lodo – sedimentos orgânicos derivados dos restos de organismos que vivem nas águas acima. Assim como fragmentos dos corpos de organismos maiores, a maior parte desses restos é constituída por zooplâncton (especialmente) Fitoplâncton, que neste caso é denominado fitodetrito, que se agregam para formar grandes flocos conhecidos como neve marinha.  

Para nos atermos agora à natureza das faunas nessas zonas, devemos distinguir dois ambientes bastante diferentes. Em um extremo encontra-se a fauna que vive na plataforma continental. Aqui as condições variam tanto no tempo quanto no espaço, mas a temperatura é mais elevada e existe iluminação, proporcionando uma base energética para ecossistemas mais ricos. No outro extremo está a fauna abissal, adaptada à escuridão e às águas frias, onde a única fonte energética é a chuva de fitodetritos vindo de cima. Em cada uma dessas zonas vivem organismos que são especialmente adaptados àqueles ambientes.

Biogeografia da fauna nas fontes hidrotermais

Em época relativamente recente, em 1977, biólogos marinhos descobriram um ambiente de águas profundas totalmente diferente e contendo uma fauna que apresenta um padrão biogeográfico fascinante. Situa-se nos dorsais mesooceânicos, a uma profundidade média de 2,5 a 3,5 km. Embora tenham uma extensão de várias centenas de quilômetros de amplitude, de onde emerge lava quente. Em algumas áreas muito fragmentadas conhecidas como fontes hidrotermais, que cobrem apenas poucas centenas de metros quadrados, a água fria do mar penetra nas fissuras das rochas adjacente. A temperatura da água pode atingir 400º C e reage quimicamente com as rochas, tornando-se rica em metais e enxofre.

Alguns formam “chaminés” sólidas que podem atingir vários metros de altura, enquanto outros permanecem como partículas nas plumas ascendentes de água e, dessa forma, se assemelha a fumaça saindo de chaminés.

Acompanhando esse ambiente extraordinário existe uma fauna única, cuja cadeia alimentar não está baseada em vegetais que fixam a energia solar, mas em bactérias quimiossintéticas que extraem energia dos componentes químicos dissolvidos nos fluidos quentes. Algumas dessas bactérias são consumidas por organismos que pastam ou filtram, enquanto outras vivem em simbiose como as algas fotossintéticas nos corais.

A fauna é de baixa diversidade; na seção de Juan Fuca, a oeste de Seattle, existem apenas 55 espécies, e 90% da quantidade total de organismos são oriundos de apenas cinco espécies – duas gastrópodes e três poliquetas. Essa fauna é característica de outros habitats fortemente perturbados como as áreas colonizadas após erupções vulcânicas ou incêndios florestais.

As comunidades das fontes da Dorsal Pacífico Oriental, a oeste das Américas Central e do Sul, são dominadas por vermes tubícilos gigantes (Rifftia) de até 2,3m de altura e também incluem alguns camarões. A mesma comunidade é encontrada a 3.200 km de distancia da região de Juan de Fuca a oeste do Canadá, porém ali eles pertencem a gêneros ou espécies diferentes – de fato, 80% das espécies de Juan de Fuca são endêmicas, embora estejam relacionadas com aquelas mais ao sul.

Faunas costeiras das Ilhas

 

Embora a maioria das faunas costeiras se localize ao longo das bordas continentais ou em ilhas nas plataformas continentais, outras podem ser encontradas em torno de ilhas oceânicas isoladas. Destas, a maior parte encontra-se disposta em áreas no entorno de ilhas vulcânicas ou de cadeias resultantes da ação de fossas oceânicas ou hotspots.

Conexões e barreiras transoceânicas entre faunas de baixios

Embora as correntes sejam potencialmente capazes de transportar as larvas de organismos dos baixios de um lado para outro do oceano, muitas delas vivem por períodos tão curtos que existem, comparativamente, poucos exemplos de conexões de leste para oeste entre faunas de baixios. Assim, um oceano extenso e sem ilhas funciona como uma barreira muito eficiente.

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