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Resenha – Fronteiras Irmãs - Transfronteirizações na Bacia do Prata

Por:   •  7/3/2019  •  Resenha  •  1.343 Palavras (6 Páginas)  •  173 Visualizações

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Resenha – Fronteiras Irmãs - Transfronteirizações na Bacia do Prata[1]

Wander Luís Marques[2]

Felipe Bresolin[3]

Anderson Matos Teixeira[4]

O campo de estudos da Geografia Política tem sido ampliado nos últimos tempos, ao abraçar o debate de outros campos de estudo, como o das Relações Internacionais. Logo, a retomada do debate sobre o papel das fronteiras, bem como os programas de pesquisa de universidades debruçando-se sobre o tema, demonstra que sua conceitualização não ficou imobilizada no tempo e nem que sua funcionalidade é estanque.

Neste sentido, ao analisar a fronteira seca brasileira, não como um todo, mais compreendendo a sua relação em níveis locais e regionais, como parte de um todo, com características únicas, os debates da Geografia Política passaram a incorporar uma nova visão de como ela se estrutura como disciplina, mesmo empregando conceitos como região e território do modo clássico.

O livro “Fronteiras Irmãs” vem neste caminho, ao demonstrar como que a fronteira na região de Foz do Iguaçu-PR se comporta em relação aos seus vizinhos Puerto Iguazu-Argentina e Ciudad del Este-Paraguai, comparando os processos transfronteiriços que vem ocorrendo na região de Sarlorlux, na Europa. A obra é fruto da sua tese de doutorado, sendo um rico material em informações sobre a região da tríplice fronteira Brasil, Argentina e Paraguai.

Nós primeiros capítulos são abordados temas relevantes à função da fronteira, bem como suas principais atribuições, juntamente com isso trás a transfronteirização, os movimentos pendulares ali presentes e a grande zona de comercio que é o grande forte econômico da região juntamente com a produção de energia elétrica. 

        Em outro momento ele trata da diferente malha urbana, que se encontra nas regiões que por mais semelhantes que sejam, tem como principal fator diferenciador a culturas local, regional e nacional, que influencia na maneira que as pessoas ocupem o espaço. Mas mesmo com estas diferenças culturas e étnicas, ouve uma união dos povos para um acordo que econômico na década de 80, o que favoreceu muito a região para o crescimento e desenvolvimento.

        Descrevendo inclusive o caso da Région Sarlorlux, que envolve quatro territórios Alemanha, França, Luxemburgo e Bélgica. Porém é corroborado a ideia da interação econômica forte devido a remoção das barreiras politicas, o autor demostra que fora tentado ações para a maior interação econômica porem não se obteve os resultados esperados, mesmo com a interação sendo feita por meio rodoviário e férreo. Com tudo não ouve um grande ganho na área da educação e até da saúde. Grande parte deste fracasso se da á falta de investimento de interesse e financeiro, dos próprios governantes e dos moradores, isso fica claro quando o autor relata a falta de identificação a um símbolo para Région Sarlorlux.

        Outro elemento que Camilo trás em seu livro é o elemento humano, o processo de identidade transfronteireça se da pelo fator fronteira e humano. Sendo que um não coexiste sem o outro, uma pluralidade de etnias e culturas, índios guaranis, japoneses, árabes e as misturas que vieram com eles os brasiguaios e brasentinos. Com isso também se criou colônias Árabes com direito a mesquita e chinesa com um templo budista, sinal de que não só em números como é mostrado no livro eles estão muito presentes na região, em sua maioria oriundos de São Paulo, Curitiba e Rio de Janeiro.

Carneiro, em seu livro traz uma compilação de dados e fatos, sobre o crescimento da fronteira concomitante à construção da Usina Hidrelétrica Itaipu, e relacionando as iterações e integrações ocorridas, pelo aumento exponencial da população tanto pelos operários barrageiros, quanto pela presença dos imigrantes, atores que participam do crescimento da infraestrutura das cidades, principalmente de Foz do Iguaçu no Brasil e Ciudad del Este, no Paraguai, que necessariamente precisavam estruturar-se a demanda.

Foz do Iguaçu e a região fronteiriça é vista com uma das maiores diversidades étnicas, similar ao que ocorre em grandes metrópoles mundiais. Há uma riqueza de costumes, naturais de seus moradores, descendentes das mais variadas culturas, de todas as partes do mundo.

Carneiro exemplifica fatores que contribuíram a exponencial imigração como; ciclos econômicos, posição geográfica e atrativos turísticos, estes fizeram com que a região se tornasse um ponto estratégico para atrair pessoas de várias localidades. É inegável que em menos de meio século, uma pequena colônia militar se transformou em um polo de referência no turismo e compras, com complicada estrutura social e uma enormidade de imigrantes que não param de chegar.

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