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A Cultura é apropriada pela Educação, e constrói, através da história, o sujeito histórico

Por:   •  28/10/2017  •  Artigo  •  808 Palavras (4 Páginas)  •  263 Visualizações

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A Cultura é apropriada pela Educação, e constrói, através da história, o sujeito histórico. É através da educação que se deve enfatizar a aprendizagem e a compreensão na constituição do indivíduo e através da educação que nos fazemos humanos e históricos, autores e personagens que atuam num cenário (o mundo) sobre nós mesmos na condição de sujeitos. Nessa condição, o indivíduo se realiza como sujeito histórico e distingui sua conexão com a coletividade e sua importância para a mudança social.

A história não é apenas construída por heróis ou vilões, mas é consequência das construções conscientes ou inconscientes, exaustivas e imperceptíveis, de todos os agentes sociais, individuais ou coletivos. Cada indivíduo, a princípio, figurando como anônimo, tem seu papel importante na construção histórica e se insere no todo para definir seu papel sociológico e antropológico.

Ao se estabelecer como sujeito da história, o indivíduo passa a ser autor e protagonista de sua vontade, e situa-se como um ser social na convivência com outros. A esfera do social é considerada fundamentalmente na relação com o outro. E é no contexto das relações sociais que a constituição do sujeito acontece, ocorrendo a história das interações, das quais os sujeitos são componentes e participam dos lugares sociais que ali adquirirem.

O sociólogo Zygmunt Bauman, em sua reconhecida tese sobre “modernidade líquida” alerta sobre o isolamento social em que o indivíduo “situa-se” mesmo vivendo na coletividade. Este isolamento social exclui o indivíduo de sua participação na construção da história, mesmo sendo ele um personagem que atuou consciente ou inconscientemente nesse processo. Subjetivamente, os sujeitos de suas ações se autoproduzem em processos coletivos de natureza econômica, política e cultural na convivência livre com os demais sujeitos sociais. Este sujeito histórico não é algo distinto, que apenas interage com a realidade, mas é parte integrante desse meio social e histórico que atua.

Além de sofrer o processo natural de diluição que ocorre quando o indivíduo se perde na coletividade, há a força opressora e dominadora que atua por meio das classes dirigentes/dominantes que agem através do poder político e/ou econômico. O indivíduo passa a fazer parte de uma uniformidade e perde sua identidade e seu papel no contexto histórico. Esse processo ocorre especialmente em regimes militares, o sujeito é desfocado da e na história e relegado a mero espectador, sem qualquer importância histórica; apenas uma célula dentro de um organismo que irá destacar figuras heroicas manufaturadas pela classe dominante.

No município de Búzios, famoso balneário do interior do estado do Rio de janeiro, um fato interessante chamou a atenção: o conselho municipal do patrimônio histórico, composto por pessoas notórias da sociedade, realizou sua primeira reunião e esse encontro foi registrado nas redes sociais. Foi observado, nessa reunião, ausência de pessoas do cotidiano, nativos, especialmente, sujeitos que poderiam contribuir para construção do contexto histórico de tudo que se pretende preservar como patrimônio histórico. Este é um exemplo local e atual, que expõe como a classe dirigente se sobrepõe e de certa maneira “artificializa” a história, excluindo de seu contexto a participação dos sujeitos na construção

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