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AULA OFICINA: A MÚSICA COMO PROPOSTA DE PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO HISTÓRICO COM AS ALUNOS

Por:   •  19/10/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.764 Palavras (8 Páginas)  •  160 Visualizações

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        UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ[pic 1][pic 2]

ESTÁGIO SUPERVISIONADO II

DOCENTE –  ANNA COGÔ

DISCENTE -  BRUNO SOUZA SILVA

FICHAMENTO DO TEXTO

AULA OFICINA: A MÚSICA COMO PROPOSTA DE PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO HISTÓRICO COM AS ALUNOS

 

Fichamento do texto de Jemima Fernandes Simongini e Marcela Taveira Cordeiro. Aula Oficina: A Música Como Proposta de Produção de Conhecimento Histórico com os Alunos. apresentado à Profª. Anna Cogô do curso de História Noturno na disciplina Estagio Supervisionado II.

Ilhéus - Ba

Out – 2018

 Texto Introdução:

Jemima Fernandes Simongini e Marcela Taveira Cordeiro em seu texto: “A Música como Proposta de Produção de Conhecimento Histórico com os Alunos”. Parte de um estudo piloto realizado no Colégio Tsuro Oguido de Londrina – PR com alunos do 9º ano. Segundo as autoras Estes estudos permitiram pensar a intervenção realizada em sala de aula em forma de aula-oficina. Como fonte para trabalhar o ensino de história, escolhemos a música, pois ela permite múltiplas relações com a cultura popular, possibilitando perceber a perspectiva social e histórica em um determinado contexto.

A proposta do projeto se caracterizou pela possibilidade de desenvolver a compreensão da linguagem histórica a partir de documentos (música, quadrinhos, cinema, imagens), no ensino de História. Também discutiu conteúdos substantivo como: liberdade, censura que diz respeito ao período de 1964-1984 que se refere à Ditadura Militar no Brasil através das músicas de Raul Seixas utilizando-as como documentos históricos.

A proposta a partir da aula-oficina teve como objetivo que o aluno pudesse identificar a possibilidade de se estudar a ditadura militar no Brasil por meio de uma manifestação artística “as manifestações culturais de uma dada sociedade – poesias, memórias, músicas e símbolos”.

Brasil Pós-64

As autoras destacam a década de sessenta como uma época de grandes mudanças em vários aspectos da sociedade: no âmbito econômico, política, social e cultural. Mas o acontecimento que elas destacam foram a partir do golpe militar de 31 de março de 1964.

Para trabalhar com os alunos este período usaram como fonte as letras do cantor Raul Seixas. E como esse período teve uma forte repressão sobre aqueles que contestassem o que estava acontecendo no país e aqueles que estavam no poder, no caso, os militares e esse fato intensificou-se com AI-5 (Ato Institucional 5) em 1968.

Um instrumento jurídico-punitivo de auto defesa da revolução, que resultou no seguinte: suspensão dos direitos políticos de 378 pessoas – entre elas o ex-presidente Jânio Quadros, João Goulart e Juscelino Kubitschek e 55 membros do Congresso; a demissão de dez mil funcionário públicos e cerca de cinqüenta mil pessoas ficaram sob investigação policial militar.        

Apesar deste cenário repressivo o governo não conseguiu bloquear totalmente a criação artística e a participação das pessoas nos protestos e manifestações. Nesse sentido as canções, a literatura, o teatro, o cinema, era uma forma de expressar o que queria ser dito, mas ao mesmo tempo o não dito. Portanto “a cultura tornou-se instrumento de protesto, e por isso, muito perseguida pela censura. Para fugir da dela os artistas, os escritores, os músicos utilizavam-se de metáforas em suas letras, as principais críticas eram difundidas à sociedade e ao governo militar.

 As autoras falam que Segundo Dílson César Devides “a música tornou-se um dos alvos preferenciais da censura e da repressão, fato que gerou uma saída (nem sempre por vontade própria) de intelectuais brasileiros do país, e os que ficaram tiveram que recorrer a subterfúgios cada vez mais engenhosos para burlar os militares.

Raul Seixas

 Aqui segundo o texto fazem uma breve apresentação do cantor baiano Raul Santos Seixas (28/06/1945 – 21/08/1989), compositor, cantor, nasceu em Salvador/Bahia e sua família era de classe média. Também citam suas peculiaridades que vão além de compor e gravar músicas que utilizavam de metáforas que denunciavam a repressão sofrida pela população, pregava um estilo de vida alternativo, o livre pensar de cada indivíduo.

Falam que a ideologia de Raul Seixas além de ir contra a restrição da liberdade de expressão se diferenciava de outras “bandeiras de luta”, pois não almejava uma mera substituição de forma de governo (Ditadura Militar por um sistema “democrático”), mas a total demolição do aparato do estado.

Segundo o texto “A maior preocupação de Raul Seixas era com a repressão sofrida pelo indivíduo. Por isso, seu trabalho tinha como tema central a liberdade individual”.

O uso da música como fonte para o ensino de história

 Aqui citam como trabalhar os alunos além do conteúdo, a importância de saber interpretar fontes históricas como as letras de músicas para entender o período, no caso, a Ditadura Militar no Brasil. Destacamos assim, o documento como evidência:

O documento considerado vestígio pelos homens, voluntária ou involuntariamente, passou a ser encarado como produto da sociedade que o fabricou, de acordo com determinadas relações de poder. Rechaçado como prova do real, o documento passou a ser visto a maneira de indício, testemunha do passado, o qual fala e é perguntado (SCHMIDT; CAINELLI, 2009, 116).

Cita a prioridade do uso de documentos como ponto de partida para a prática do Ensino da História. Para trabalhar com os alunos a importância das fontes e a possibilidade de estudar História por documentos de natureza artística e cultural escolheram a música.

Falam que a música enquanto linguagem, letra, utilizada para o Ensino de História deve ser percebida como poesia, as metáforas e rimas também compreendem aspectos essenciais na interpretação como documento histórico.

O texto cita um exemplo, que no começo da música “Metrô Linha 7434”, percebemos um clima de tensão, há pessoas pelas ruas, mas elas estão inquietas, todos parecem suspeitos, lembra uma cena de filme policial com perseguição:

Ele ia andando pela rua meio apressado Ele sabia que tava sendo vigiado

Cheguei para ele e disse: Ei amigo, você pode me ceder um cigarro?

Ele disse: Eu dou, mas vá fumar lá do outro lado

Dois homens fumando juntos pode ser muito arriscado!

 Outras metáforas como: “Eu morri nem sei qual foi aquele mês”, em que Raul Seixas possivelmente se referia ao descaso em relação aos mortos e desaparecidos durante o regime militar.

A música como fonte para aula de história é ainda um desafio ao professor, pois esta engloba diferentes dimensões a serem estudadas além da poética.

São vários elementos que podem ser explorados numa música: a sonoridade, a melodia, o timbre, a letra, dentre outros. Quase sempre nos prendemos apenas à letra, utilizando a música somente como texto. Porém, é importante frisar que ela é constituída de vários elementos para além da letra, que fazem que seja um documento plural, ou seja, aberto para diversas possibilidades.

As possibilidades proporcionadas por esta expressão cultural buscamos analisar, além da letra não se limitar ao estudo de sua inserção no período, no entanto, admitindo que o professor de história não precise ter conhecimentos específicos da área de música para alargar seu espaço de construção de interpretações.

Exemplo: explorar o ritmo das músicas estudadas, o que ele implica em termos de instrumentos utilizados, execução, transmissão e implicações histórico-culturais é um meio viável de se explorar. No caso da música escolhida para a nossa aula-oficina, “Metrô Linha 743” de Raul Seixas, o ritmo é influenciado pelo rock, rápido, contagiante, subentende irreverência, alegria, apesar de a letra ser um lamento em relação às perseguições sofridas na Ditadura Militar.

Segundo o texto trabalhando com música em sala de aula, tecemos uma rica teia de significações e pluralidade em relação à fonte histórica, pois A perspectiva de uma aula-oficina trabalhada com documentos históricos como a música explorando suas diversas possibilidades nos permite também perceber o desenvolvimento de sensibilidades artísticas como observou Fiúza:

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