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As primeiras civilizações, - Jaime PINSKY (2001). Resenha

Por:   •  24/7/2016  •  Resenha  •  1.311 Palavras (6 Páginas)  •  2.915 Visualizações

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As primeiras civilizações, Jaime PINSKY (2001)

INTRODUÇÃO

- discutir o processo evolutivo do ponto de vista do historiador, e não apenas do cientista;

1. HISTÓRIA NATURAL, HISTÓRIA SOCIAL

"De um ponto de vista puramente natural, o homem é o mais inadequado dos seres vivos existentes em nosso planeta. Por outro lado, é o mais poderoso de todos os animais." (p. 7)

"Nenhum homem nasce sabendo construir casas, fabricar armas ou utilizar o pelo de outro animal. Só através do exemplo dos mais velhos, ou seja, por meio da aprendizagem, é que ele chega a receber sua herança. Por isso, especialistas como Gordon Childe costumam dizer que, na história humana, roupas, ferramentas, armas e tradições tomam o lugar de pelos, garras, presas e instintos, na busca de alimentos e abrigos. Essa diferença não é apenas quantitativa, é também qualitativa, já que estabelece uma distinção, um momento de ruptura entre a história natural e a social, entre a história construída pela natureza e aquela em que os seres humanos além de pacientes são também agentes." (p. 8)

"Parece haver uma competição entre os vários continentes, no sentido de terem a honra de ser o berço da humanidade." (p. 8)

"Descobertas arqueológicas podem desatualizar qualquer afirmação definitiva que se faça nessa área. Por isso mesmo é necessário avançar com cautela e apresentar nossas 'verdades' como históricas, isto é, como fruto do desenvolvimento do conhecimento e da forma de analisar os fatos neste momento." (pp. 8-9)

"No seu intuito de estabelecer uma sequência lógica de povos que habitaram uma determinada região, os historiadores, não poucas vezes sob o impacto do evolucionismo e cientifismo do século XIX, recriam séculos e milênios de maneira arbitrária." (p. 11)

"O século XIX legou-nos uma concepção científica de mundo - na vã suposição de que a ciência tudo explica e tudo resolve - em contraste com uma concepção de verdade 'revelada' que dominara a Idade Média e mesmo alguns séculos do Período Modeno." (p. 11) "As descobertas de fósseis não seguem a ordem de um roteiro preestabelecido, nem a vontade dos pesquisadores. Ocorrem, apenas. Como nas minas que passam a ser superexploradas quando um veio promissor é encontrado, inúmeros acampamentos são montados em regiões próximas ou equivalentes àquelas onde importantes descobertas são feitas. Dessa forma, não é de estranhar a enxurrada de descobertas a respeito de determinados temas que ocorrem de forma quase simultânea. Será essa a razão da enorme quantidade de descobertas sobre um determinado período e da quase inexistência delas sobre outros? É provável." (p. 13)

"O fato é que, por uma razão ou por outra ou por nenhuma delas --, o Homo erectus sai da África para o mundo, numa expansão que, tanto do ponto de vista de área como de população, só faz crescer. Do ponto de vista puramente biológico, o homem representa hoje uma praga tão ou até mais desafiadora do que os ratos ou mesmo do que várias espécies de insetos. E, provavelmente, com um potencial de destruição ainda maior." (p. 16)

"(...) não se deve esquecer que certas sensações e sentimentos não são históricos, embora possam encontrar formas históricas de manifestação." (p. 19)

"O Homo erectus que saiu da África oriental não será, com certeza, um telespectador-padrão de Silvio Santos. Viver, para ele, era ousar. Ousadia própria. Simone de Beauvoir, em seu maravilhoso livro Todos os homens são mortais, demonstra que a consciência da morte não deve ser uma limitação à vida, mas sua própria razão de ser. Nossos ancestrais não leram Simone de Beauvoir, mas não estavam dispostos a perder a vida pensando nos seus riscos. Antes, saíram para a aventura humana, a própria razão de ser da vida." (p. 24)

2. CAÇADORES E COLETORES

"Por vezes, ver a aparência das coisas é a maneira mais distante de conhecer sua essência. Em vista disso, temos algo que se chama teoria ou método, que é a forma pela qual tentamos, a partir da aparência, chegar a essência das coisas. Admitimos, portanto, chegar ao passado, equipados por uma belíssima máquina e por uma metodologia adequada. Nosso conhecimento tornar-se-ia muito mais rico, sem dúvida." (p. 23)

"O perigo das grandes teorias é que, quando confrontadas com fatos, tomam aparência de dogmas de fé. Entre a teoria imaginada e fatos comprovados, os místicos da ciência abstraia decidem, sem dó: pior para os fatos; quem mandou eles ousarem enfrentar nossa bela concepção teórica?" (p. 25)

3. AGRICULTORES E CAÇADORES

"Por que se fala em revolução agrícola? Porque o impacto da nova atividade na história do homem foi enorme. E não se trata apenas de mera questão acadêmica, mas de algo muito real e palpável como o próprio número de seres humanos sobre a face da Terra." (p. 33)

4. ... E O HOMEM CRIOU AS CIDADES

"Durante muito tempo, e por inspiração dos filósofos racionalistas  do século XVIII, a palavra civilização significou um conjunto de instituições capazes de instaurar a ordem, a paz e a felicidade, favorecendo o progresso intelectual e moral da humanidade. (...) haveria um corte nítido entre pré-civilizados e civilizados, sendo que os primeiros, por terem comportamento muito distinto do nosso (enquanto ocidentais e europeus), seriam uma espécie de homens inferiores, criando sociedades primitivas e à margem da lei. Com medo de limitarmos a denominação a apenas meia dúzia de povos que tiveram influência na formação do mundo ocidental, caímos, às vezes, no extremo oposto: atribuímos a qualquer pequeno grupo de indivíduos capazes de amassar o barro e construir palhoças o título de civilização." (pp. 45-6)

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