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As revoluções americana e francesa

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Por:   •  4/11/2013  •  Artigo  •  588 Palavras (3 Páginas)  •  371 Visualizações

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As revoluções americana e francesa

A propósito do artigo do filósofo Luiz Felipe Pondé sobre os reflexos da Revolução Francesa até os dias de hoje, publicado na Folha de São Paulo de 11 de setembro último, Mario Guerreiro, declarando-se francófobo, nos brinda com excelente texto sobre as diferenças entre as revoluções americana e francesa a partir de um capítulo de seu livro escrito há alguns anos sobre o Iluminismo que, segundo ele, nada tem a ver com a revolução francesa, inspirada que foi nas horríveis ideias de J.J. Rousseau. Para os interessados em história das ideias políticas, segue o capítulo 7 na íntegra:

7: 1776 e 1789: Duas Revoluções, Dois Destinos

Do século XIII ao século XVII - tomando como marcos históricos a promulgação da Magna Carta (1215) e a da Bill of Rights (1689) - a história da Inglaterra pode ser vista como uma tensão crescente entre a tentação totalitária e o espírito libertário, com o triunfo deste último graças à Gloriosa Revolução de 1688. Trata-se de um verdadeiro movimento pendular, ora oscilando para uma direção, ora para outra.

Tomando como base as posições sustentadas por A. Tocquevile (1954), por W. Lippmann (1954) e mais recentemente retomadas por B. Barret-Kriegel (1995), temos razões para sustentar que a história da Inglaterra apresenta peculiaridades que a distinguem da de qualquer outro país do continente europeu e que, desde o século XIII ao século XIX, a Inglaterra - de um ponto de vista institucional e em parte deste tempo de um ponto de vista econômico - sempre esteve à frente do resto da Europa.

Tocqueville (1979, p.55) esboçou uma explicação para este fenômeno remetendo à Idade Média, porém confessando não saber especificar em que preciso momento histórico. Contudo, levando em consideração estudos recentes sobre a diversidade de formações sociais agrupadas em torno do problemático rótulo de “feudalismo”, pensamos que podemos formular uma hipótese.

Geralmente, as descrições do sistema feudal que costumam aparecer nos livros de história fornecem uma falsa impressão de uniformidade e de universalidade deste mesmo. A primeira impressão é basicamente produzida, porque se costuma tomar como modelo o feudalismo francês - extremamente hierarquizado e fechado - e extrapolar esse modelo para os outros países da Europa. A segunda impressão, decorrente desta extrapolação, não permite perceber que há países de Europa em que simplesmente não houve nada que se assemelhasse a um sistema feudal. Portugal é um exemplo de uma formação bastante distinta em que o rei sempre foi mais forte do que a nobreza, freqüentemente a desprezava e buscava sua força diretamente no povo. E isto terá uma significativa influência sobre a colonização do Brasil, como veremos.

Quem estuda a história de Portugal verifica que o poder sempre esteve nas mãos do soberano e da máquina que o cercava: cortesãos, burocratas, acólitos, enfim, o seu estamento. À nobreza jamais se permitiram as regalias e mandos que caracterizavam o feudo. As tentativas, por acaso feitas por alguns nobres de alta estirpe, foram de pronto debeladas, reafirmando-se

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