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COMUNICAÇÃO: UM PROBLEMA NA ESCOLA PÚBLICA

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Por:   •  5/11/2014  •  1.743 Palavras (7 Páginas)  •  313 Visualizações

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O sistema educacional brasileiro vive, atualmente, uma de suas piores crises, e isso se deve, em grande parte, a falhas na comunicação entre as partes envolvidas, a distorções das teorias, métodos e técnicas implantados durante as inúmeras mudanças empreendidas nas últimas décadas. E um triste fato que comprova isso é que, conforme informa Zagury (2006), ao final da 4ª série do Ensino Fundamental, com quatro anos de escolarização, mais da metade dos alunos continua mal sabendo ler e fazer cálculos matemáticos básicos, e cerca de 40% dos alunos concluem a 8ª série praticamente analfabetos e sem o domínio dos instrumentos mínimos necessários para conseguir um emprego de contínuo.

Um grande exemplo de que a boa comunicação é uma base sólida para o sucesso de um empreendimento é a construção de uma cidade e da Torre de Babel. “Em toda a terra havia apenas uma linguagem e uma só maneira de falar” (Gênesis 11:1). Todos se entendiam e buscavam um único objetivo. Mas, por outro lado, o mesmo exemplo serve para mostrar o oposto disso, ou seja, quando se “confundiu” a linguagem desse povo, quando barreiras de comunicação predominaram e todos falavam, mas ninguém entendia ninguém, eles se dispersaram, e o projeto ficou abandonado.

Temos vivido muito isso em nossa educação. A “linguagem” falada nas escolas nem sempre é a mesma. As barreiras de comunicação estão interferindo bastante no que se refere ao bom desempenho do projeto político-pedagógico, tanto nas atividades-meio quanto nas atividades-fim.

Tudo começa com as inovações apresentadas, a cada governo, como as melhores e as mais eficazes, mas muitas vezes distorcidas e mal aplicadas nas escolas devido à escassez ou inexistência de treinamento docente adequado, antes da implantação. Visto que a comunicação de como aplicar as novas mudanças e as novas linhas teórico-pedagógicas é falha ou nula, cada profissional as executa da maneira que interpretou ou consegue executar. Segundo Zagury (2006), muitos erros ocorreram e continuam a ocorrer devido à compreensão equivocada e à informação superficial das novas metodologias, bem como das novas técnicas, que rapidamente se distanciam dos propósitos dos autores.

Esse é um dos grandes motivos de a educação no Brasil estar em declínio a cada governo que passa.

Outro fator é a falha na comunicação entre a direção e as coordenações, de ambos para com os professores, e também entre estes. Alguns não conseguem se fazer entender; uns interpretam de modo distorcido o que lhes foi dito; outros permeiam o entendimento com as próprias emoções, distorcendo as informações ou ouvindo somente o que lhes interessa. Há também o filtro da cultura, do meio social e familiar, das crenças. Infelizmente, temos que citar aqui também o descrédito em relação á eficiência do outro, seja colega ou superior.

Como uma organização, a escola é um aglomerado de grupos. Cada pessoa que nela trabalha ou estuda faz parte de um grupo. Vimos que, se não houver clareza de objetivos e coesão, a eficácia do grupo estará comprometida, uma vez que a comunicação é de fundamental importância para seu desempenho. O mesmo ocorre entre os vários grupos que a compõem. Se houver falha na comunicação entre coordenadores e professores, tendo uns dificuldades de expressão e outros dificuldades de interpretação, conseqüentemente boa parte do trabalho estará comprometida. A coesão de uma equipe técnico-pedagógica, segundo Zagury (2006), é requisito importante para a obtenção de resultados efetivos em Educação. E essa coesão se consegue quando as decisões pedagógicas finais são fruto de reflexão, análise crítica e decisões conjuntas, nas quais o professor é parte ativa.

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Mas como ser coerente e coeso tendo cada um seu ponto de vista? Como refletir e tomar decisões conjuntas se esses mesmos pontos de vista forem impostos, muitas vezes, tidos como os únicos corretos, e não se compreende ou não se faz nenhuma questão de compreender o pensamento do outro? Infelizmente, isso tem ocorrido freqüentemente na maioria de nossas escolas públicas.

Em seu livro A segunda criação, Ian Wilmut (Editora Objetiva), geneticista britânico e um dos criadores da ovelha clonada Dolly, afirma que os genes mantêm um diálogo ininterrupto com o resto da célula, a qual se comunica com outras células do corpo; estas, por sua vez, mantêm contato com o ambiente externo. Esse diálogo, que controla o desenvolvimento do organismo, ocorre desde sua geração e prossegue posteriormente ao nascimento. Se houver falha nessa comunicação, ocorrerá um descontrole nos genes e um crescimento desordenado das células. O resultado, segundo ele, é o câncer.

Se uma escola é um organismo vivo, o seu sucesso dependerá do diálogo estabelecido entre os vários grupos e pessoas que a compõem. Se essa comunicação não se processar corretamente, o resultado será a má qualidade do ensino-aprendizagem, o câncer da educação.

Um terceiro fator é o que envolve o corpo docente, afetando de modo direto o ensino aprendizagem. Tiba (2006) afirma que um dos grandes motivos de o aluno ser reprovado nas provas é não conseguir entender a matéria que um professor apenas expressou. Expressar, segundo ele, é simplesmente exteriorizar o conteúdo de quem fala, enquanto que transmitir significa conseguir comunicar para fazer-se entender pelo outro.

Muitos professores que estão na sala de aula das escolas públicas hoje não sabem se expressar bem e muito menos se comunicar e transmitir informações. A má qualidade de comunicação tornou-se um dos principais problemas que atingem as salas de aula.

Na maior parte do tempo, o professor faz uso da retórica, passando uma grande quantidade de conteúdo em curto espaço de tempo, em detrimento da dialética, que pressupõe a existência do diálogo, do debate, uma vez que, conforme atesta Zagury (2006), a responsabilidade

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