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Capítulos de História Colonial Capistrano de Abreu Resenha Capítulo 9

Por:   •  13/12/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.398 Palavras (6 Páginas)  •  192 Visualizações

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CAPÍTULOS DE HISTÓRIA COLONIAL - CAPISTRANO DE ABREU

        Para Capistrano de Abreu, Francisco Adolfo de Varnhagen havia deixado muitos espaços a serem preenchidos na História do Brasil, principalmente sobre o século XVII. Capistrano havia sido chamado para não só anotar mas também corrigir justamente a obra História Geral do Brasil, do próprio Varnhagen. Capistrano de Abreu era um dos críticos da obra dele devido a essas lacunas sem preenchimento e também porque Varhagen escrevia uma História voltada para as classes dominantes. Capistrano queria responder como se deu o povoamento da zona entre o São Francisco e o Parnaíba, tida por ele como a questão mais importante da História Brasileira. Com o Capítulos de História Colonial, Capistrano queria escrever uma história diferente, dizia que não podia se esquecer do povo, a quem ele tinha o grande interesse de fazer o protagonista da História do Brasil que iria escrever. Curioso também é que o Capítulos de História Colonial, é um livro produzido às pressas pelo Capistrano, sobre a pressão de ser publicado rapidamente, em função do cronograma de projeto do livro onde ele estaria inserido e que o autor estava fazendo parte, que era O Brasil, suas riquezas naturais, suas indústrias de 1906.

        Capítulo IX - O sertão.

        No capítulo 9º, intitulado “O Sertão”, Capistrano passa a fazer uma análise mais do que a descrição, passa a fazer um esboço de história econômico-social-geográfica-cultural do processo de interiorização do território pelos brasileiros. A expansão para além de Tordesilhas. O primeiro ponto interessante fala que a ocupação do interior não se deu somente após a vitória contra os holandeses. Ela já vinha se dando desde 1530 com a fundação de Piratininga e com as entradas pelo Tietê em direção ao Prata. No entanto, a vitória sobre os holandeses nas duas batalhas dos Guararapes fez com que a interiorização se ampliasse ainda mais. Capistrano inicia o capítulo explicando sobre as bandeiras, mostrando um tipo de bandeirante, o bandeirante apresador:

        "As bandeiras eram partidas de homens empregados em prender e escravizar o gentio indígena. O nome provém talvez do costume  tupiniquim, referido por Anchieta de levantar-se uma badeira em sinal de guerra."  (DE ABREU, Capistrano, 1907, P.108)

        O primeiro ponto interessante do capítulo mostra que São Vicente e Piratininga foram um dos núcleos de onde partiram os brasileiros para o desbravamento e a conquista do sertão, para além de tordesilhas. Os bandeirantes de apresamento caçavam e escravizavam índios, o que incomodava os jesuítas. Ele analisa os ataques bandeirantes aos indígenas e jesuítas e a resistência de uns e outros. Os bandeirantes foram terríveis em suas caçadas. A ação bandeirante já é uma ação brasileira visto que não possuía financiamento português, diferente das entradas que sim, possuíam o financiamento do rei de Portugal. As primeiras ações brasileiras bandeirantistas se destacaram pela truculência e brutalidade contra os nativos. Os bandeirantes brasileiro continuou a ação colonizadora e cristianizadora do português e usando os mesmos métodos. Então podemos ver que o desbravamento do sertão não ocorreu logo e sim se ampliou tardiamente com as entradas e o bandeirantismo com suas modalidades, diferente do litoral, que por sinal, era a localização da maioria das feitorias durante o período de extração do pau-brasil e era a localização das primeiras vilas.

        Outro núcleo importante de interiorização, que Capistrano fala, foi o Maranhão, de onde os brasileiros entraram pela Amazônia, fazendo a mesma devastação do indígena. Engenhos foram criados, o algodão foi plantado e o fumo também. Capistrano relata na obra, fortes estrangeiros na Amazônia. Agora, o desbravamento da Amazônia foi feito de forma lenta. Era uma região com forte presença de jesuítas, carmelitas e franciscanos. Coletavam os produtos florestais: cravo, canela, cacau, salsa; as chamadas novas especiarias. A Amazônia teve um certo crescimento com o arroz e o algodão e a introdução de escravos negros. O Maranhão era, contudo, muito longe do sul do Brasil e foi preciso criar o Estado do Maranhão, em 1621. A comunicação com o Brasil sul era feita pelo Parnaíba, mas foi preciso também a construção de estradas. Portanto, a partir de Piratininga, os brasileiros desceram até o Prata e subiram até a Bahia, depois o Ceará e ai o Maranhão de onde entraram na Amazônia. A conquista do território se fez à custa da expulsão, exterminação e escravização dos nativos.

        Um segundo ponto bem interessante do capítulo se refere mais precisamente à História do Ceará. Em 1637, os Neerlandeses através da WIC (West Indische Compagnie - Companhia das Índias Ocidentais), durante a fixação holandesa no território nordestino brasileiro, chegaram à região do Siará Grande com Gedeon Morris, no forte do Siará e ele é nomeado comandante:

"Atendendo a chamados do gentio cearense, a Companhia mandou uma expedição que desembarcou no Mucuripe, e após brava mas inútil resistência da guarnição apossou-se do forte fundado por Martim Soares Moreno. Havia um ponto de apoio para as operações apregoadas como tão proveitosas: Gedeon Morris foi nomeado comandante do Ceará, onde descobriu as salinas do Ipanema, como que a preparar a avançada." (DE ABREU, Capistrano, 1907, P.122)

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