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O Esparta a Base de Uma Sociedade Militar

Por:   •  12/10/2022  •  Ensaio  •  4.009 Palavras (17 Páginas)  •  76 Visualizações

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                        Esparta a base de uma sociedade militar

Desde a sua formação Esparta sempre esteve ligada às ações militares, conquistando e dominando os povos que habitavam ao seu redor. Por isso antes de se falar na preparação para a guerra em Esparta, é importante entender a origem dos espartanos, e como funcionava a sua sociedade.

        Nos finais do século XI a.C., numa região chamada Lacedemónia, situada a norte do vale do rio Eurotas a sudeste do Peloponeso, viviam tribos que falavam a língua grega. Destas tribos vieram a descender os espartanos e a sua polis. Passados cerca de cem anos cinco aldeias fizeram nascer uma cidade chamada Esparta, perto do rio Eurotas.

        Foi então acordado que em Esparta o regime político a ser implementado seria uma diarquia, quer isto dizer, que eram dois reis a reinar. Sendo que estes reis vinham de duas famílias, dos Euripôntidas e da família dos Agidas.

        A cidade de Esparta ao longo do tempo começou a dominar as comunidades ao seu redor, e assim dominou toda a Lacedemónia. Das populações destas comunidades, apesar de serem homens livres, os espartanos não os faziam cidadãos de esparta, logo não tinham voz política, eram os perioikoi (periecos). No entanto, os periecos estavam protegidos por Esparta e pela sua instituição militar e lutavam lado a lado com os espartanos, quando estes faziam jornadas em busca de territórios para anexar, ou em ações expansionistas. Heródoto diz que “5.000 perioikoi ficaram ao lado em número igual de espartanos em Plateia (479BC) ”[1].                                                                                              

Segundo Xenofonte, “muitas destas comunidades de perioikoi entregaram aos reis de Esparta, parte das suas terras, o que aparentemente simbolizava a subjugação destas comunidades ao estado espartano”[2].

        Assim os espartanos e os seus aliados avançam para a região da Messénia, esta que era uma terra fértil e que por isso era do agrado de Esparta. Esparta acaba por vencer, apesar de ter sido um confronto bastante duro. Assim os espartanos tomaram posse daquelas terras, e fizeram dos seus habitantes seus escravos, estes eram os hilotas.

        Agora Esparta estava pronta para constituir a sua sociedade, pois gozava dos produtos agrícolas provenientes das terras da Lacedemónia e Messénia, bem como da força humana dos periecos e hilotas. Os periecos dedicavam-se ao comércio e à indústria artesanal, eles facilitavam o comércio entre Esparta e o resto do mundo, eram obrigados a pagar-lhe tributo e também serviam os espartanos com serviço militar. Por outro lado o trabalho dos hilotas (a maioria descendente dos messénios), era servil, e davam aos espartanos as necessidades básicas e alimentos, visto que trabalhavam na agricultura, não tendo nenhuns direitos, não podiam vender, fazer trocas, apenas pagavam ao seu senhor os produtos das terras que cultivavam.

Com estas populações a trabalharem para Esparta, esta só se preocupava com um aspeto, o militar, viviam constantemente a pensar em guerra. Nick Fields afirma que “de facto para Esparta a guerra era a maior forma de arte e que a violência periódica era essencial e uma parte honrosa da vida espartana”[3]. Assim os cidadãos de Esparta criaram os homoioi, (os iguais), estes eram um grupo de elite político, que se reunia numa assembleia para decidirem se deviam ou não, partir para a guerra, ou decidir se haveriam ou não fazer alianças. Os homoioi empenharam-se e investiram tanto no treino militar, que fizeram com que Esparta fosse o exército mais bem-sucedido da Grécia. O exército espartano ficou conhecido, por lutarem em pé, com um grande escudo arredondado e longas lanças, taticamente combatiam em formações fechadas. Os dois reis que governavam Esparta quando esta estava em guerra, eram os comandantes militares, no entanto, os dois reis ao longo dos anos foram perdendo autoridade para os cinco magistrados, os éforos que eram eleitos pelos homoioi.

        Assim os espartanos se tornaram disciplinados e começaram a ter influência sobre as cidades de estado que se encontravam na sua vizinhança, declarando mesmo guerra às cidades do Peloponeso, como Argos, Corinto e Tégea, com este ato, Esparta mostra que é forte e provoca medo às outras cidades vizinhas, e cria assim uma simaquia, isto é uma aliança militar entra as vários cidades de estado pertencentes ao Peloponeso, ficou conhecida como a Liga do Peloponeso.  

                Atenas uma sociedade com valores democratas

        Ao contrário de Esparta que era uma sociedade militar, em Atenas dava-se mais valor à cultura e aos aspetos intelectuais, e enquanto em Esparta a educação era igual para todos, em Atenas era consoante a estrutura social, pois quem possuía mais riqueza, ficava na escola até mais tarde.

        Esparta foi uma sociedade que tirava os seus bens essenciais da terra à custa dos hilotas, mas Atenas não possuía terras férteis e por esse motivo teve que se virar para o comércio marítimo e criou várias colónias no Mediterrâneo e na Ásia Menor, isto fez crescer a cultura ateniense devido à crescente vinda de populações com vários ofícios que enriqueciam assim a cidade.

        Tanto Esparta e Atenas beneficiaram da sua aristocracia local. No entanto as ações políticas diferenciaram-se, em Esparta não houve mudanças, pois o seu sistema continuo a ser a diarquia, já em Atenas o sistema foi mudando ao longo dos tempos, começou por ser governada por um basileus, onde se aconselhava por um concelho de anciãos (bulé) lideres dos principais clãs. Este sistema falhou, dando lugar à oligarquia, aqui o poder estava ligado a um pequeno grupo de pessoas, em governavam a favor dos seus interesses. Depois da oligarquia foi a vez de Pisístrato dar lugar aos tiranos, ele que foi o primeiro, apesar de não ter feito um mau governo, fez alguns inimigos, e os seus dois sucessores acabaram por ser afastados. Assim depois de vários sistemas de governo, chegou-se à democracia, o grande obreiro deste sistema foi Clístenes, ele fez com que todos os cidadãos independentemente do estatuto social participassem na Eclésia (assembleia), tinham o direito ao voto e podiam desempenhar cargos públicos.

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