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Relatorio de pesquisa historia e documento unirio

Por:   •  9/10/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.241 Palavras (5 Páginas)  •  146 Visualizações

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1. Apresentação do tema e do objeto de estudo:

Na pesquisa que segue a seguir procurei entender os motivos de um curioso evento que se passou no Rio de Janeiro no ano de 1860, e fora noticiado pelo jornal Diário do Rio de Janeiro em sua edição de número 33 do ano referido1. Dentre diversas notícias relevantes, vemos uma em particular que chama atenção, onde um escravo (aparentemente em fuga) e armado com uma faca; a esse sujeito o noticiário faz referência como “de aparência criminosa”2, e, que é impedido de completar sua fuga devido a um homem que ali passava e resolveu impedi-lo. Não obstante, algo mais incomodava, na mesma faixa de “Noticiário” existe um eloquente discurso higienista apontado, principalmente, para o que à época poderia considerar-se uma parte periférica da zona central da cidade3. Nesse sentido, então, o objeto de análise dessa pesquisa já não seria mais a comumente pontual fuga de um escravo buscando sua liberdade, mas sim as dinâmicas de relacionamento que potencializavam o discurso racista e higienista em voga.

2. O tema na historiografia:

Tratar sobre os escravos no Rio de Janeiro é essencial para compreender o contexto que vivemos hoje, porém, é um tema que, creio eu, já está bem elaborado e teorizado. Veremos então como podemos aplicar conceitos posteriores a tais eventos para o entendimento, principalmente, das relações e da mentalidade ideológica que observamos na realidade documental da época. Fazemos então uma espécie de transição, onde analisaremos as relações socialmente construídas que partem de um constructo já estabelecido previamente; essas relações passam por pontualidades fundamentais como: “identidade”4, “Diferença”5, “Cuidado”6, “Reificação”7 (como o esquecimento do reconhecimento). Nesse sentido, saímos de uma temática relativamente comum para um lugar fenomenológico incomum nas análises historiográficas brasileiras.

3. Discussão metodológica:

Seria própria uma análise regressivo-progressiva nos moldes exemplificados por Marx em “Grundrisse” para dar luz analítica a uma situação que não se finda em sí e que pode ser comparada sem prejuízos com outras situações “iguais” ou equivalentes; mas, como não estamos analisando propriamente o fato material e latente noticiado numa notícia de jornal com paralelos traçáveis em diversas outras ocasiões, e, sim as “ações de segunda natureza”8.

Dessarte, as referências metodológicas destacáveis são Martin Heidegger9, György Lukács10, Karl Marx11, Hegel12 e até mesmo Stanley Cavell13 (para uma pontualidade); analisando sob o viés materialista histórico dialético, voltado para uma heterodoxia tipicamente lukasiana e uma atualização de conceitos hegelianos aos moldes de Heidegger. 3.1. Aprofundamento: Para entender a forma como o homem branco enxergava o negro recorro a tese de doutorado da Dr. Eneida Maria Mercadante Sela14, que trata justamente sobre os primeiros contatos entre as culturas Latinas, Africanas e Indígenas no contexto oitocentista. [Zusammengerhörigkeit]15 O sentimento de “comum-pertencer” não é expansível, segundo Heidegger, por ser um constituidor essencial da identidade, e, se por um lado constitui fatores que acentuam o lugar comum e as igualdades entre os indivíduos, por outro reflete uma “problemática” da sociedade humana embuída em seu próprio “Espírito”; Aufhebung16, como forma de dialética rotatória, o movimento de suprassunção17 que abarca filosoficamente (num primeiro momento) a totalidade das moções humanas em suas relações, exacerbando o embate entre as diferenças como catalizador de mudanças (regressão, manutenção e superação). Nesse sentido a “Identidade”18 gerada pelo “comum pertencer” tem uma antítese em sí mesma, essa antítese é a “Diferença”20. Stanley Cavell argumenta em seu livro “Wissen und anerkennen” onde trata sobre o processo filosófico léxico da argumentação, que (parafraseando-o) o reconhecimento prévio é concebido como ume exibição do objeto de conhecimento, e, continua, no que tangencia uma pontualidade universal que denomina de “Pessoa referência”, aquele que guia a criança em desenvolvimento nas faculdades do pensar e do julgar; explanando conceitualmente a perpetuação de macroestruturas na sociedade (ou o que Meszáros chama de Socio-metabolismo e Habermas dilata para um contexto de industrialização da cultura para as massas). Considerando então a análise da realidade e não de modelos psicológicos e filosóficos abstratos, recorremos a Marx que evidencia uma realidade palpável constituída por elementos simbólicos na produção material de mundo, dentre tantos relevantes dou destaque principalmente as macro estruturas, como forma de validar então a linha de pensamento de Lukács e entender que a produção de riquezas, trocas e espaços vem acompanhada tendência à Reificação e a objetificação do outrem; e, é justamente o que acontece no caso particular que analisamos pelo discurso do Diário

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