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Resenha Critica Indígena

Por:   •  14/3/2023  •  Resenha  •  1.314 Palavras (6 Páginas)  •  59 Visualizações

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SANTOS, Juvandi de Souza. OS TAPUIAS CARIRIS DOS SERTÕES DA PARAÍBA: O meio em que viviam, seus usos e costumes. (Série Arqueologia e paleontologia –volume   VII) Cópias & Papéis Campina Grande - Paraíba – Novembro de 2019 

O escrito intitulado:  “Os  tapuias  Cariris  dos  Sertões  da  Paraíba:  O  meio  em  que viviam,  seus  usos  e  costumes”  aborda um  estudo  histórico e material, realizado por Juvandi  em que nos ensina sobre as primeiras habitações dos índios cariris no estado da Paraíba, nos apresenta os  lugares aos quais se adaptaram e as dificuldades  encontradas na região, seu conhecimento técnico diante de modos de sobrevivência, além disto, as metamorfoses dos grupos sociais indígenas no início, ou seja, o principal objetivo do autor é esclarecer a vida dos povos indígenas cariris até a sua extinção do espaço terrestre do estado da Paraíba  por volta do século XIX, além de descrever em sua obra outros grupos que estiveram na região paraibana, tais como: os Tarairiús e os portugueses, uma vez que é averiguável que de alguma forma houve o contato entre esses dois povos, essas duas culturas. Afim de possibilitar mais conhecimento sobre o modo de vida dos povos tapuias cariris nos sertões o livro traz o relato de pesquisadores e estudiosos sobre a população indígena no Nordeste. O Livro contém: três capítulos, onze seções, cento e cinquenta e nove páginas, dezenove imagens, sete quadros com informações suplementares e referências bibliográficas. Além disso, a obra é configurada a linguagem técnica, perceptível através de alguns termos científicos, além disso a utilização de autores teóricos renomados, servindo de base até para demonstrar algumas características dos índios cariris: “as principais tribos, as diferenças étnicas dos grupos, provas do que era os cariris e os tarairiús e por último os padrões fúnebres de cada grupo humano”, é de suma importância apresentar que essas  informações foram expostas nos quadros contendo alguns esclarecimentos necessários do escritor. Numa sintética análise de cada divisão fica compreensível que no primeiro capítulo é apresentada as principais fontes alimentares dos antigos indígenas dos sertões (elementos  essenciais para a sua sobrevivência) sendo utilizado seu amplo conhecimento dos meios  naturais da localidade, da mesma forma a caracterização das espécies na área da caatinga, o clima da região, o processo de interiorização da Paraíba a partir de duas linhas conceituais, a dificuldade encontrada nos períodos de seca na região paraibana especificamente nos anos de 1692 - 1877 fato que fortalece  a  resistência dos índios contra a seca e a fome que assolavam a região naquela época, onde diante dessas grandes secas foi comprovado até casos de antropofagia, ou seja, canibalismo humano entre os colonos. Dito isso, o ponto central do capítulo é questionar as condições habituais daqueles povos. Aliás, é importante ressaltar que a busca infatigável dos colonizadores por riquezas é então uma das causas do desaparecimento desse grupo humano. No segundo capítulo é abordado algumas teorias sobre a terminologia “Tapuia”, em que diversos autores argumentam, cada um com a sua visão, porém a noção do termo se conecta com o conhecimento de “barbárie”, “índios despossuídos”, “sem unidade independente”, “com pouco conhecimento”, “agressivos”, ou seja, sendo vistos de certa forma como “inimigos”. Ademais, é esclarecida a diferença étnico-cultural entre os indígenas:  tapuias do nordeste e os principais traços dos cariris, como por exemplo: algumas características físicas do grupo, de acordo com alguns cronistas. É demostrado também, as principais tribos da nação cariri que habitavam os limites da Paraíba, sendo elas: Chocos, Paratiós, Carnoiós, Bodopitás, Bultrins, Icós e Coremas, além disso, a confirmação de trocas de costumes e traços comuns entres os grupos. Já no terceiro capítulo a princípio é explanado as causas da extinção do índios cariris, onde foram comprovadas as três principais razões: 1° resultante da ocupação de terras de conquistadores, causando assim massacres, 2° doenças transmitidas pelos brancos trazidas da Europa e 3° o grande processo de transformação cultural a qual foram obrigados, é relatada também a Guerra dos Bárbaros (conflito entre os Tapuias e os bandeirantes vindo de diversos lugares do Brasil). Além disso, o legado deixado por esses grupos humanos, em que é claro a sua importância até os tempos modernos, como uso de plantas medicinais para o tratamento de doenças,  locomoção para pesca, caça e coleta através da utilização de armadilhas para a captura de peixes e animais, para sua sobrevivência nas áreas de caatinga e a fabricação de utensílios artesanais, tais como: panelas de barro, peneiras, cestos de palhas, berimbau, além das formas de plantações (tipo de agricultura itinerante) essa apropriada às condições climáticas da localidade (principais plantações eram: o milho, feijão, abóboras, batata-doce e a mandioca). Sendo assim, fica esclarecido que existe uma cultura imaterial dos índios Cariris presente entre nossa existência, sendo de suma importância não só para a região paraibana em si, mas sim para todo o território brasileiro. Tendo em vista que é constatável que o principal responsável das consequências ambientais nesta área supracitada foi o colonizador europeu, mediante a sua ambição e também da instalação do sistema capitalista no mundo. Através da leitura do livro do Dr. Juvandi é esclarecido o objetivo do autor, assim como a multidisciplinaridade, pois é utilizado diversos autores da historiografia e termos teoricamente científicos, ele consegue de maneira brilhante conectar a história, geografia, biologia, arqueologia e a paleontologia, isso demostra a habilidade do escritor diante da linguagem intelectual em que recorre a elementos concretos sempre buscando explicar as questões concernentes à história local, o desenvolvimento da obra de forma útil e simples para a compreensão do trabalho desenvolvido, tendo em vista a dificuldade em encontrar outras fontes confiáveis. Por fim, o autor resgata a cultura extinta da Paraíba. Indico esta obra esplêndida a todos os discentes, pesquisadores, estudiosos e interessados pela história indígena e história da Paraíba, escrita de fácil entendimento, simples e concreta. Além do mais, a realização desta obra deixa um legado para a pré-história da Paraíba já que pouco se sabe sobre a região, além de que as poucas pesquisas que existem são de certa forma mal explanadas. A exemplo do que é descrito pelo Elias Borges (1993) que esclarece as causas desta problemática, segundo ele há dificuldade em pesquisar a história indígena na região paraibana é complicada pois houve a destruição dos arquivos e bibliotecas a qual mantinham fontes e materiais sobre os Tapuias, outro questão é a confiança excedida nos historiadores primários acerca da localidade, onde em muitos casos há certas contradições, ou melhor dizendo, uma “historiografia incerta”. O autor da obra o professor Dr. Juvandi de Souza Santos que possui graduação em Licenciatura Plena em História pela Universidade Estadual da Paraíba(1993); tem especialização em História do Brasil República pela UFPB(1996). Especialização em Regionalismo e Análise Regional pela UEPB(1998); Pós-Graduado (Especialização) em Paleontologia e Cultura, pela Faculdade Dom Alberto(2020). Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal da Paraíba (2001). Mestrado em Arqueologia e Conservação do Patrimônio pela Universidade Federal de Pernambuco (2006). Doutorado em História e Arqueologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2009); 1. Pós-Doutorado em História/Arqueologia (Ênfase em Arqueologia Pré-Histórica) pela PUC/RS (2011);2. Pós-Doutorado em História/Arqueologia (ênfase em Arqueologia Histórica Missioneira) na PUC/RS (2014); 3. Pós-Doutorado em História/Arqueologia pela PUCRS-2019, com ênfase em Arqueologia Histórica Militar. Ademais. Atualmente exerce as seguintes atividades: coordenador do NUPEHL-UEPB; tem um total 37 livros publicados e dezenas de artigos em congressos, simpósios, etc., além de publicar com frequência em revistas de Magazine e jornais locais; tem cerca de duas dezenas de capítulos de livros publicados. Coordena o Laboratório de Arqueologia e Paleontologia da UEPB (LABAP/UEPB) e é o curador do Museu de História Natural da Paraíba, onde realiza diversas pesquisas na área rupestre. Felipe Ângelo e Silva Mendes — Graduando História pela Universidade Estadual da Paraíba — UEPB.

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