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Resenha Livro A Flecha de Deus

Por:   •  13/12/2016  •  Resenha  •  571 Palavras (3 Páginas)  •  606 Visualizações

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O continente Africano sempre foi uma incógnita, tanto para estudiosos quanto para o mundo em geral. Como o Brasil foi destino da maioria dos Africanos na época da colonização, onde eram trazidos como escravos, temos muito mais influência da cultura dos Africanos que dos europeus, o que faz com que vários historiadores tentem “decifrar” a história da África para entendermos nossa propria história.

Por ser um continente onde a oralidade é mais comum que a escrita, e durante muito tempo a fonte oral não ser considerada como oficial, o que se sabia da África era apenas alguns achados arqueológicos ou alguns documentos manuscritos que se encontram em algumas bibliotecas do Marrocos, da Argélia e da Europa (ki-Zerpo, p.36) e ainda pouco exploradas, assim dificultava conhecer sua história.

Após a escola dos Analles, sendo as fontes orais consideradas como oficiais, foi surgindo o conhecimento da história da África. Apesar de ter sido invadida por outros países, como Portugal, França e alguns outros países, a fauna, a geografia do continente ajudou com que se mantivesse a tradição que vinha de milênios, sendo que hoje ainda encontramos pessoas que fazem rituais ou vivem uma ordem social seguindo suas tradiçoes ancestrais, sendo esses rituais passados de geração após geração pela oralidade.

Hampaté Bâ nos mostra no artigo A tradição viva que em muitas etinias os ensinamentos são passados pelas gerações há muito tempo pela forma oral, sempre foi assim e continua até os dias de hoje. Ele nos mostra que o fato de um líder saber ler e escrever não o faz mais sábio que quem tem o conhecimento, e por os povos da África não serem letrados, criaram mais facilidade em guardar na memória os ensinamentos dos mais velhos, dos mais sábios.

Por causa desses sábios (Doma) que sabemos hoje a história da África, podem ser falíveis, porém não metem, ensinam o que aprenderam (p.177) , sempre antes de começar a contar as histórias o Doma pede para que seus antepassados venham lhe ajudar a não dizer nada errado e também andam sempre cercados de mais dois discípulos (Makoro e Manifin) para que se falar alguma coisa errada seja corrigido (p.180,181).

Aqui no Brasil, em especial na Bahia, também temos os descendentes de africanos, trazidos para serem escravos e que mantiveram aqui em nosso país os cultos religiosos , costumes e alimentação, o que pode ser comprovado como vimos no filme de Pierre Verger, onde muitos dos ritos que são praticados no Brasil, as oferendas nos terreiros de candomblé são como na África, o que nos mostra que diferente da maioria dos países, onde sua história geralmente é documentada, no continente Africano ela é quase que totalmente Oral e nem por isso ela é menos real que de alguns outros povos, pois como sabemos, documentos podem ser falsificados, ou escritos conforme convém para quem o escreve, porém a história oral raramente, talvez o que se coloque nela seja apenas mais emoção e como Hampaté Bâ nos mostrou que em sua pesquisa, ouvindo cerca de mil homens ao longo de 15 anos, constatou que os relatos eram o mesmo, mesmo sendo de etinias diferentes.

Precisamos absorver o máximo dessas fontes, pois com o mundo mais globalizado, as coisas antigas deixam de ter importância no dia a dia das pessoas, não podemos deixar que esses sábios, essa história viva da África se acabe, caso contrário se perderá a história de todo um continente.

      Everson dos Santos

     

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