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Resenha Patrimônio Cultural

Por:   •  12/8/2025  •  Resenha  •  1.450 Palavras (6 Páginas)  •  9 Visualizações

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Aluno: Luiz Orlando Teixeira Tupini Mat: 22116090106

Disciplina : Patrimnio Cultural 1 Etapa

  1. Por que as noções de nação e patrimônio estão imersas na História?

A construção das nações modernas a partir do século XIX esteve diretamente associada à criação de narrativas históricas que reforçassem [REFORÇAVAM] um sentimento de identidade e pertencimento [A QUE?]. O patrimônio nacional surge como um elemento fundamental nesse processo, pois materializa a história da nação por meio da preservação de monumentos, edificações e objetos considerados representativos da cultura nacional. Esse fenômeno reflete a necessidade de criar uma memória coletiva e uma continuidade histórica, mesmo que, paradoxalmente, o conceito de patrimônio pressuponha uma ruptura com o passado. Assim, a noção de patrimônio não é fixa, mas evolui ao longo do tempo, sendo constantemente reinterpretada e expandida para incluir novos significados, como a preservação ambiental e a valorização de bens imateriais

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  1. Origens da preservação do patrimônio cultural na França.

A proteção do patrimônio cultural na França tem suas raízes na Revolução Francesa, quando a ideia de nação começou a se consolidar como uma construção histórica. No início do século XIX, o Estado francês passou a intervir diretamente na preservação do patrimônio, criando o cargo de inspetor-geral dos monumentos históricos em 1830. Posteriormente, leis foram estabelecidas para sistematizar a proteção dos bens culturais, como a Lei de 1913, que definiu normas para a conservação de edifícios de interesse histórico e artístico, conferindo ao Estado poder de intervenção sobre propriedades privadas. Esse modelo centralizado foi essencial para a organização da política de preservação na França e serviu de base para outros países, incluindo o Brasil

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  1. Semelhanças entre o modelo francês e o brasileiro de preservação do patrimônio cultural.

O Brasil adotou um modelo de organização do patrimônio cultural fortemente inspirado no sistema francês. O Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN),

criado em 1937, baseou-se no conceito francês de classement (classificação), que no Brasil recebeu o nome de tombamento. Assim como na França, a preservação foi inicialmente voltada para monumentos arquitetônicos e artísticos, principalmente de valor histórico ligado à formação da identidade nacional. Além disso, o Brasil seguiu a tradição francesa de centralização estatal das políticas de patrimônio, com forte atuação do governo na definição dos bens a serem protegidos. No entanto, com o tempo, ambos os países ampliaram a noção de patrimônio para incluir aspectos imateriais e culturais mais diversos

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  1. Conexões entre a formação dos Estados nacionais e a preservação do patrimônio cultural no Ocidente.

A formação dos Estados nacionais modernos esteve diretamente relacionada à construção de identidades coletivas, e o patrimônio cultural desempenhou um papel central nesse processo. No século XIX, a criação de museus e a conservação de monumentos históricos serviram como estratégias para reforçar a coesão nacional e dar um sentido de continuidade histórica às novas nações. Essa tendência foi impulsionada pelo nacionalismo, que buscava estabelecer marcos físicos e simbólicos que representassem a grandeza e a unidade da nação. A valorização do patrimônio ajudou a consolidar a ideia de pertencimento a um território e uma cultura comum, legitimando o poder do Estado sobre a narrativa histórica e sobre o espaço nacional. No Brasil, esse processo se intensificou no Estado Novo, quando o governo Vargas utilizou a política de patrimônio para reforçar a identidade nacional e consolidar a centralização do poder.

2ª Etapa:

  1. O valor do patrimônio não está contido nos objetos patrimonializados

Tanto no texto de Marcia Chuva, quanto na conferência de Ulpiano Meneses, há uma convergência na ideia de que o valor patrimonial não é uma característica inerente ao objeto em si, mas sim um produto das relações sociais, históricas e políticas que determinam sua importância em determinado momento.

No texto de Marcia Chuva, observa-se que a noção de patrimônio evoluiu ao longo do tempo, inicialmente associada a monumentos arquitetônicos de grande porte, principalmente ligados à construção da identidade nacional. No entanto, com o tempo, a definição expandiu-se para incluir aspectos imateriais e bens simbólicos, como festas, rituais e línguas. Essa ampliação demonstra que o valor patrimonial não está fixado no objeto, mas sim nas atribuições feitas por determinados agentes e instituições, como o Estado e organismos internacionais (por exemplo, a UNESCO). O conceito de patrimônio, portanto, é um reflexo das preocupações e necessidades de cada época

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Ulpiano Meneses reforça essa perspectiva ao argumentar que o patrimônio não pode ser visto apenas como uma "coisa", mas sim como um campo de disputas e negociações. Segundo ele, o valor patrimonial é resultado de um processo de atribuição de significado, envolvendo diferentes agentes sociais, incluindo especialistas, políticos e comunidades. Ele critica a visão essencialista de patrimônio e defende uma abordagem que reconheça o caráter dinâmico da patrimonialização, considerando o papel da memória, da identidade e dos interesses políticos e econômicos na definição do que deve ou não ser preservado (MENESES, 2009).

Ambos os textos, portanto, demonstram que um objeto só se torna patrimônio quando recebe um determinado valor social, que não é fixo, mas pode ser reinterpretado e modificado ao longo do tempo e conforme os grupos sociais envolvidos.

  1. Mudanças de status de um mesmo monumento ao longo do tempo

Os dois textos evidenciam como um mesmo monumento pode ter diferentes significados ao longo da história ou para distintos grupos sociais.

No texto de Márcia Chuva, um exemplo claro é o caso da França revolucionária. No período pós-Revolução Francesa, a nova república passou a reinterpretar os monumentos do Antigo Regime: alguns foram destruídos por representarem o despotismo, enquanto outros foram ressignificados e integrados à nova narrativa nacional. A criação do Museu do Louvre exemplifica esse fenômeno, pois os bens confiscados da nobreza e da Igreja foram reunidos não para glorificar seus antigos donos, mas para simbolizar a democratização da cultura e do patrimônio como algo acessível ao povo.

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