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Resenha o Mundo se Despedaça

Por:   •  12/9/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.169 Palavras (5 Páginas)  •  222 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “Júlio de Mesquita Filho”

Faculdade de  Ciências e Letras- Campus de Assis

Resenha: ACHEBE, Chinua. Um mundo que se despedaça. São Paulo: Cia. das Letras, 2009.

Discente: Damaris Caroline Quevedo de Melo

Disciplina: História e ensino de África

Profª Lúcia Helena Oliveira Silva

        Albert Chinualumogu Achebe, ou Chinua Achebe, nasceu em Ogidi, Nigéria, em 1930, trinta anos antes do país declarar sua independência da colônia Britânica, um dos mais respeitados escritores africanos da atualidade, é romancista, poeta e ensaísta. O livro Things fall apart (O mundo se despedaça) foi um dos romances de mais destaque de Achebe, propõe-se neste trabalho uma breve resenha acerca da obra.

        O mundo se despedaça, foi publicado em 1958, na Nigéria, a independência viria dois anos depois em 1960, a publicação ocorre, portanto, em um momento histórico, que contribuiu não só para a construção do próprio livro, mas também com um processo que ajudou a responder as demandas que se faziam exigentes na sociedade para a representação de uma estética literária, pelo fato da obra permitir um novo olhar, sobre o processo histórico de colonização e as representações sociais, que abraça os ideais que se faziam presentes no contexto da independência nacional, ao menos entre os Ibos. Na introdução do livro Silva (2009, p.13) destaca que “Achebe é um contador de histórias. Na melhor tradição dos ibos, povo que ama a eloquência, que tem o dom da palavra no mais alto conceito, que sabe jogar com ela, embora de modo repetitivo, como prova o gosto que tem pelos provérbios”, relatando o valor simbólico que o autor atribui ao contexto nigeriano em que se reflete o processo de descolonização da Nigéria.

        O mundo se despedaça, conta a história de um guerreiro chamado Okonkwo, patriarca da etnia ibo, ao sudeste da Nigéria, às margens do rio Níger. A narrativa retrata a gradual desintegração da vida tribal, por conta da chegada do colonizador branco. Pode-se perceber o equilíbrio delicado que decorre dos costumes do clã que vinha sendo mantido por gerações, mas, que é atravessado por um período de desestabilização, devido à missionários europeus e seus seguidores começam a correr às aldeias de Umuófia pregando em favor de uma crença nova monoteísta, ou seja, em torno de um único Deus.

        O texto narra, portanto, o começo da desintegração da cultura Ibo, com a ameaça apresentada pela chagada d homem branco (europeus), até então, o “mundo” era fechado ao estrangeiro, protegido, com valores, crenças e costumes típicos e características do seu povo. Havia toda uma estrutura que determinava também, o poder político dentro do clã, chefes e patriarcas, baseados na força do oráculo, ritual em que os anciãos se mascaram- para personificar os espíritos ancestrais.

 Os missionários dormiram suas primeiras quatro ou cinco noites na praça do mercado. Pela manhã, iam até a aldeia pregar o evangelho. Perguntaram quem era o rei do vilarejo, e os aldeões responderam que lá não havia rei. Nós aqui temos os homens de grande título, os sacerdotes- chefes e os anciãos- explicaram eles.” (ACHEBE, 2009, p. 169)

        Esse sistema, no entanto, estava vinculado a produção da terra, já que a riqueza de terras para os ibos, está relacionada a fartura nas plantações de inhames, para que eles pudessem fazer o escambo com outras tribos e a aquisição de outros produtos. O herói Okonkwo, conhecido para além das aldeias da orla do rio Níger, exímio agricultor, possuía uma grande plantação, a agricultura, ou seja, a fecundidade da terra e também dos animais, estava intimamente vinculada a crença nas divindades, que alteravam o curso da natureza de acordo com os gestos e a fé humana. Por isso, considerava-se importante zelar pelas regras e costumes para manter viva a tradição.

        A nova religião viria a contrariar as forças anímicas e na sabedoria dos antepassados, que acreditamos ibos. Os homens brancos seriam também os responsáveis por trazerem novas instituições, como escolas, leis, política, além desse novo contexto religioso. Okonkwo se coloca frente a oposição aos missionários, porém, muitos de seus conterrâneos, vizinhos, e companheiros de aldeia viriam aderir a esse novo contexto religioso.

        O conflito eminente começa a partir do momento que a história da aldeia ibo desmorona, se transforma socialmente e culturalmente, através da experiencia da dominação estrangeira. A terra sucumbe, o povo se converte recebendo a chibata, os lideres foram silenciados e amedrontados pelo homem branco. Por fim, quando os ibos passam a perceber que uma nova forma de governo se instalou ali, já é tarde demais, uma religião, um único Deus, escolas e instituições reguladoras uniram-se ao clã. A sociedade pós- colonial nasce, cheia de conflitos aterrorizantes, pouco harmoniosos e opressivos.

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