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Resumo do Filme Kaspar Hauser

Por:   •  27/11/2015  •  Resenha  •  810 Palavras (4 Páginas)  •  8.971 Visualizações

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Resumo do filme Kaspar Hauser

Etapa II - Caderno IV - Linguagens

Prof.ª Cursista: Andreia Avelino Ferreira

MARILAC

2015

Resumo do filme Kaspar Hauser

Etapa II - Caderno IV - Linguagens

A história de Kaspar Hauser foi retratada em filme pelo autor Werner Herzog. Este filme apresenta uma criança selvagem, encarcerada, sem nenhum contato verbal ou social até por volta de seus 16 anos.Por conta destas condições, Kaspar além de não falar também não possui parte de suas funções motoras. Até que um homem entrou no local, onde ele vivia e abandonou-o em Nuremberg, onde Hauser teve seu primeiro contato com a sociedade. O filme trata-se de uma questão que relaciona língua, pensamento, conhecimento e realidade. Para Kaspar a linguagem não tem a mesma serventia que teria para o homem comum, para o indivíduo ocidental envolto em uma sociedade mais ou menos padrão. Kaspar Hauser não tem o desenvolvimento dito normal, não aprende a realidade por meio do conhecimento para depois relacioná-la com a linguagem, traduzindo experiência em língua, vivência em lembrança, realidade em ficção. Para ele o caminho é o inverso, tem de retirar da ficção que não conhece a realidade que não presenciou, da lembrança que não é sua a vivência que não passou, da língua que não domina a experiência que não possui. Kaspar Hauser é uma espécie de avesso, de reflexo contrário. Este rapaz não aprendeu durante a sua infância, o uso da voz, a possibilidade de diálogo, a construção de uma mensagem calculada em outra mensagem recebida, a transmissão no tempo e no espaço.  Há cenas no filme que mostra claramente em que Kaspar observa e passa a imitar os hábitos básicos, como se alimentar utilizando talheres e obter o desenvolvimento de suas percepções. Além disso, Kaspar é ensinado a escrever e a tocar piano. Kaspar Hauser foi criado no isolamento e privado de educação, condicionamento e repressão, é este processo de integração que Kaspar Hauser sofrerá em Nuremberg, e seu instrumento principal será a linguagem, pela qual a sociedade tentará fazê-lo conceber aquilo que sua natureza não concebe: a representação. A forma como Kaspar Hauser compreende o mundo e se relaciona com ele indica que a percepção depende, sobretudo, da prática social.

No decorrrer do filme, fica evidente que o sistema perceptual de Kaspar está desemparelhado de uma prática social, necessária para gestar o referencial cultural de interpretação da realidade. Kaspar Hauser não passou por um processo de socialização, onde exercitaria a compreensão através da prática social, não consegue atribuir significado às coisas, mesmo tendo adquirido a linguagem, posteriormente. Somente depois de muito tempo convivendo com a comunidade de Nuremberg é que Kaspar Hauser começa a entender a relação simbólica e a relação de representatividade entre os signos e as coisas concretas. A partir do momento em que Kaspar percebe a diferença entre o sonho e a realidade, verifica-se um enorme progresso, já que antes ele acreditava que as coisas sonhadas haviam acontecido realmente. Com isso, infere-se que Kaspar começa a se situar em relação ao mundo e às pessoas que o cercam. Parece tomar consciência de que era diferente dos outros e que, por isso, muitas vezes, era hostilizado. O caso de Kaspar Hauser serve para ilustrar o erro básico de uma organização social fundada sobre os princípios do racionalismo positivista. Mostra-nos que a “humanização” do homem entendida como socialização, não é uma decorrência biológica da espécie, mas conseqüência de um longo processo de aprendizado com o grupo social. Através desse processo, o indivíduo se integra no grupo em que nasceu assimilando o conjunto de hábitos e costumes característicos desse grupo. Participando da vida em sociedade, aprendendo suas normas, valores e costumes, o indivíduo está se socializando, reprimindo suas características instintivas e animais, e desenvolvendo as sociais e culturais, fazendo, assim, a “passagem da natureza para a cultura”. Segundo Blikstein a educação não passa de uma construção semiológica que nos dá a ilusão da realidade; ou seja, a educação vai estimulando na criança um processo de abstração. É justamente esse processo que K. Hauser não vivenciou. Em suma, Kaspar Hauser parece não entender as explicações que lhe dão. As pessoas impõem todos os tipos de signos a ele, na certeza de que compreenderá o insólito ambiente que o cerca.

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