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A Resenha Gramatical

Por:   •  26/1/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.151 Palavras (9 Páginas)  •  484 Visualizações

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        Inicialmente, o artigo “Gramática(s), Ensino de Português e ‘Adequação Linguística’”, discute a perspectiva sobre os conceitos de gramática, a questão da adequação linguística no âmbito da formalidade/ informalidade e a importância de ensinar a gramática da escrita. Com o intuito, de aborda questões voltadas ao ensino de gramática,organizado por Maria Eugênia Lammoglia Duarte e Carolina Ribeiro Serra.

        A primeira parte, as autoras apresentam o principal objetivo discutindo o real significado do termo adequação linguística e a forma errônea pela expressão rotulada nos livros didáticos. No introdutório tópico, intitulado “Conceitos de Gramática”, apresenta a questão dos conceitos aos quais nos retoma a ideia de manuais utilizados na escola com conteúdos normativos, mas valendo lembrar uma colocação para todos os conceitos, que não faz parte do ensino escolar e nem dos próprios manuais.

        Em “A Gramática de todos nós”, salienta a gramática em que temos internamente chamada “gramática internalizada” (mais conhecida na teoria gerativista), ocorrendo a partir da aquisição em sua forma natural na infância tendo todos os valores fixados. Seu desempenho (também da teoria gerativista) frisa aspectos variáveis da fala como o de input (realizado através das pessoas ao redor/ que o cerca).

        Ainda nesse parágrafo, as autoras citam exemplos de frases agramaticais em que qualquer falante do português rejeita “construções” por não fazer parte da sua gramática, e sim, naturalmente de maneira ordenada. Esta é a gramática internalizada a qual constituímos, sendo escolarizados ou não, sem nenhum comprometimento, apenas adquirido sem esforço.

        Mas adiante esclarece a noção sobre gramatical ou agramatical dentro da língua estabelecendo as noções de certo e errado vindos da gramática tradicional oriundos dos livros didáticos, jornais e até dos professores. Neste contexto, o falante pode fazer julgamentos do que fala e ouve, pois ele adquiriu regras da gramática absorvida na infância e tem em comum o compartilhamento do conhecimento de sua língua com outros indivíduos. Sendo assim, competência dos falantes sem depender de nenhum vínculo.

        Por fim, Maria Eugênia e Carolina Ribeiro mostra exemplos de interpretações para falante do português brasileiro e português europeu em casos de gramaticalidade e agramaticalidade nos níveis diferentes da gramática.

        No segundo subtópico, expõe o conceito de Gramática Tradicional que traz através do próprio nome a tradicionalidade, modelo, padrão, utilizado pelos gregos e depois os romanos na procura em descrever a língua de sincronias antigas em textos indecifráveis. Com isso, as descrições eram feitas em base de autores considerados clássicos e tomava como modelo de “bom uso” a gramática de sincronias anteriores. Por certo, a língua boa das constantes reclamações era a língua das gerações passadas.

        No geral, as gramáticas são chamadas “tradicionais”, (pelo simples fato de ser milenar), normativas e descritivas. Exemplo disso são as conceituações, classificações que fazem parte da descrição. As normas também são taxadas por expressões negativas e impostas por “não se deve”, “o bom uso da língua exige que...”.

        A gramática tradicional é alvo de críticas injustamente, por ser escrita em outro momento histórico. Tem-se uma certa cobrança das mais antigas pelo da sua preparação e muitas delas, foram reeditadas sem incorporar os estudos linguisticamente, sem cortar as incoerências dos conceitos da língua e sem atualizar os dados relacionado ao uso normal da escrita.

        Tudo que se diz respeito em termos de descrição gramatical partiu das gramáticas tradicionais. Ainda sobre às gramáticas tradicionais, algumas adotaram a NGB (Nomenclatura Gramatical Brasileira), que consiste numa simplificação e unificação dos termos usados na descrição das gramáticas, com fins pedagógicos. Elaborada por filólogos e gramáticos a partir de anteprojeto de simplificação e unificação da nomenclatura gramatical brasileira.

        A simplificação serviu até a segunda metade do século XX e serve a maioria dos livros didáticos adotados e distribuídos pelo MEC atualmente, carecendo de atualização não constituindo problema aos livros didáticos.

        Outro fator discutido no texto, são as normas que por ser de bom uso da língua encontra-se uma defasagem entre o que aparece e a prática da escrita contemporânea, em algumas nunca pertenceram a gramática do português do Brasil escrito e outras caíram em desuso, trocadas por novos usos e normas. Em jornais, gramáticas escolares e livros didáticos tentaram e tentam enquadrar mesmo sem muito êxito a tradição com a escrita padrão mais atual.

        Finalizando este tópico, a escrita padrão destinadas a jornais e revistas de ampla circulação e em trabalhos acadêmicos produzidos por indivíduos escolarizados com contato com a escrita. Com isso, a escrita não é uniforme e em menor escala do que a fala apresenta variações mesmo sendo conservadora e substitui as escritas mais velhas. O lamentável de tudo isso é as gramáticas normativas não incorporarem os resultados dos trabalhos acadêmicos que mencionam a escrita padrão atual em toda a sua variedade.

        Já em “As gramáticas descritivas recentes” aborda sobre as gramáticas no âmbito da linguística contemporânea com suporte de teoria e com base em variedade ou modalidade. No livro, Gramática de Usos do Português (2000), de Maria Helena Moura Neves, descreve o uso da língua destinados a jornais, na perspectiva da Teoria Funcionalista. Em Gramática da Língua Portuguesa, escrita por Maria Helena Mira Mateus (2003), com base gerativista, descreve o português europeu contemporâneo utilizando dados reconhecidos.

        Mas adiante, é mencionado outras gramáticas que perpetuam essa linha de abordagem, que inclusive, recentemente o gramático Ataliba de Castilho em Gramática do Português Brasileiro (2010), e o Marcos Bagno, em Gramática Pedagógica do Português Brasileiro (2011), que valorizam a língua que falamos.

        No último parágrafo dessa proposição que é a Gramática, o objetivo discutido não é apresentar normas e sim mostrar que são descritivas, que podem ser sincrônicas, históricas e comparadas.

        Na “Gramática da fala, gramática da escrita e a tal adequação linguística”, introduz com o assunto da gramática da fala, sendo ela dinâmica e variável e a da escrita conservadora, havendo sempre uma distância entre as modalidades, seja em qualquer língua. A partir disso, o trabalho do letramento e o ensino da escrita nas escolas padronizadas só podem ter sucesso, levando em conta essa distância, os professores tem que ter precedência da fala sobre a escrita e noção de que os alunos dominam completamente sua língua (gramática internalizada formada), porém, precisam de apoio para aprender tudo que não está no presente nos dados da sua aquisição. Para isso, necessitará de prática de leitura e da escrita na construção para o êxito.

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