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Artigo o ensino da língua portuguesa na escola

Por:   •  22/3/2017  •  Trabalho acadêmico  •  3.302 Palavras (14 Páginas)  •  358 Visualizações

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FACULDADE DO NOROESTE DE MINAS

ARLÂNIO MARTINS DOS SANTOS

O ENSINO DA NORMA PADRÃO CULTA NAS ESCOLAS VERSUS VARIAÇÃO LINGUÍSTICA.

Retirolândia

2010

ARLÂNIO MARTINS DOS SANTOS

O ENSINO DA NORMA PADRÃO CULTA NAS ESCOLAS VERSUS VARIAÇÃO LINGUÍSTICA.

Artigo científico apresentado à Faculdade de Educação da FINOM, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Língua Portuguesa.

Orientador: Profª Ana Paula Menezes de Santana

Retirolândia

2012


"A Pátria não é a raça, não é o meio, não é o conjunto dos aparelhos econômicos e políticos: é o idioma criado ou herdado pelo povo." 

Olavo Bilac

O ENSINO DA NORMA PADRÃO CULTA NAS ESCOLAS VERSUS VARIAÇÃO LINGUÍSTICA.

Arlânio Martins dos Santos1

        

RESUMO - Ensinar Língua Portuguesa é uma tarefa um tanto árdua para o professor da área. Vive um dilema baseado em opiniões de pesquisadores de ensinar nas escolas uma norma padrão obsoleta como verdade absoluta, desprezando-se as demais variedades lingüísticas, procedendo num padrão punitivo de ensino que acaba por restringir a livre expressão do aluno, despertando um sentimento de incompetência. Por outro lado, sente a necessidade de mostrar uma língua vista como “língua mãe”, representante de uma pátria e falada por uma classe privilegiada, cujo acesso dá oportunidades de igualdade social, com o objetivo de evitar o tal preconceito linguístico. O fato é que a variação é inerente ás línguas, pois as sociedades são divididas em grupos e isso é que torna o ensino da língua culta uma “pedra” no caminho do professor. Por isso, a língua culta na escola deve ser trabalhada a partir de uma metodologia sensível e coerente, na qual fique evidente a diferença entre língua padrão e língua culta para que o aluno se sinta acolhido e não sofra nenhum tipo de preconceito linguístico.  

Palavras-chave: Língua padrão. Língua culta. Variação linguística

ABSTRACT - Teaching Portuguese Language is a somewhat arduous task for the teacher's area. Live a dilemma based on the opinions of researchers in schools to teach an obsolete standard procedure as absolute truth, ignoring the other linguistic varieties, carrying a punitive standard of education that ultimately restrict the free expression of students, arousing a feeling of incompetence. On the other hand, feels the need to show a language seen as "mother tongue", representative for a homeland and spoken by a privileged class, which gives access to opportunities for social equality, in order to avoid such prejudice language. The fact is that the variation is inherent in language, because the companies are divided into groups and that is what makes the teaching of a cultured "stone" in the way of the teacher. Therefore, the language learned in school should be crafted from a sensitive and consistent methodology, which is evident in the difference between standard language and educated language for the student to feel welcome and not suffer any kind of prejudice language.


Keywords: Language standard. Educated language. Change language

INTRODUÇÃO

A adequada compreensão do que seja o padrão lingüístico ideal a ser estudado pelo aluno, desde a sua chegada na escola até o estágio final, no qual se imagina que tenha um domínio efetivo e necessário sobre a língua e, talvez, a  prestigiada, tanto na modalidade oral quanto na escrita, tem sido uma das muitas dificuldades que desafiam o trabalho escolar com a língua materna. Já é notório que dominar as complicadas regras da gramática tradicional, saber nomear e categorizar entidades linguísticas, reconhecer tais nomenclaturas e categorizações, não dão ao aluno competências para ser reconhecido como usuário competente da língua, pelo menos nos grupos sociais mais favorecidos e prestigiados.

Algumas alternativas e propostas coerentes e consistentes vêm sendo discutidas nos Parâmetros Curriculares Nacionais que tratam com muita propriedade essa questão, levando à escola a adequar-se aos novos tempos em que a ciência da linguagem prega valores morais e éticos, apontando novos caminhos. Mostram ainda propostas inovadoras que norteiam os professores nesse difícil impasse e dilema entre o que é adequado e o que é simples resultado de falsas crenças construídas ao longo do tempo pelo ensino da disciplina Português nas escolas.

Este artigo tem como finalidade discutir esse impasse vivido pelo professor, principalmente o de Língua Portuguesa, a partir de estudos sobre língua padrão, língua culta e variação linguística, enfatizando uma abordagem sociolingüística, procurando esclarecer a diferença entre ambas e apontando o importante papel político-social da escola que é o de dar oportunidades de igualdade aos menos privilegiados, mostrando-lhes as diversas possibilidades que o usuário da língua tem para se comunicar de forma concisa e coerente e as diversas variações pelas quais a língua difunde.

1. LÍNGUA CULTA E LÍNGUA PADRÃO

        

 A existência de diferentes falares, em qualquer comunidade lingüística, só é possível por causa do caráter de heterogeneidade próprio a todas as línguas. Essas variedades linguísticas entre os seres que formam a sociedade passam a ter um caráter valorativo, que reflete o poder que um membro exerce sobre os demais. Isso denota que determinados falares são menos valorizados. É por isso que  Gnerre (1994, p. 6), diz que “[...] uma variedade lingüística ‘vale’ o que  ‘valem’ na sociedade os seus falantes, isto é, vale como reflexo do poder e da autoridade que eles têm nas relações econômicas e sociais.” 

Ideias frequentemente difundidas de que a língua padrão é melhor, superior às demais são desmistificadas pela Sociolinguística . Sobre essa questão  Alkmim (2003, p. 40) afirma:

Variedade padrão de uma comunidade – também chamada norma culta, ou língua culta – não é, como o senso comum faz crer, a língua por excelência, a língua original, posta em circulação, da qual os falantes se apropriam como podem ou são capazes. O que chamamos de variedade padrão é o resultado de uma atitude social ante a língua, que se traduz, de um lado, pela seleção de um dos modos de falar entre os vários existentes na comunidade e, de outro, pelo estabelecimento de um conjunto de normas que definem o modo ‘correto’ de falar. Tradicionalmente, o melhor modo de falar e as regras do bom uso correspondem aos hábitos lingüísticos dos grupos socialmente dominantes. Em nossas sociedades de tradição ocidental, a variedade padrão, historicamente, coincide com a variedade falada pelas classes sociais altas, de determinadas regiões geográficas. Ou melhor, coincide com a variedade linguística falada pela nobreza, pela burguesia, pelo habitante de núcleos urbanos, que são centros do poder econômico e do sistema cultural predominante.

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