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Avaliação e Construção do Conhecimento

Por:   •  17/8/2019  •  Resenha  •  1.066 Palavras (5 Páginas)  •  217 Visualizações

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ESTEBAN, Maria. Avaliação: uma prática em busca de novos sentidos: In__ A avaliação no cotidiano escolar. Rio de Janeiro: DP&A, 2003. Pág. 07 a 28.

HOFFMANN, Jussara. Avaliação: mito e desafio: In__ Avaliação e construção do conhecimento. Porto Alegre: Artmed, 1995. Pág. 11 a 59.[1]

Jacqueline Jôse dos Santos da Palma Guedes[2]

Avaliação e construção do conhecimento

O presente trabalho tem como objetivo analisar alguns fatos importantes contidos nos textos “Avaliação e construção do conhecimento”, escrito por Jussara Hoffmann e “A avaliação no cotidiano” da autoria de Maria Teresa Esteban, destacando a idéia principal das autoras, distanciamentos e aproximações de conceitos, assim como, verificar se de algum modo existe algo relevante que não tenha sido citado em um texto ou outro.

Ao ler os textos é possível constatar que, tanto Hoffmann quanto Esteban se preocuparam em estudar a avaliação em todos os seus aspectos, tanto no modo como ela acontece nas escolas, como nos mecanismos que permeiam o método, além de tratarem também das consequências que esse modelo avaliativo pode causar aos alunos. Hoffmann decorre seus estudos a partir de concepções acerca da avaliação da aprendizagem, já Esteban aprofunda-se nas discussões sobre o fracasso dos mecanismos de construção do sucesso escolar que possa abranger todas as crianças, principalmente as das classes polulares, visto que são estas que vivem esse fracasso cotidianamente, para ela refletir sobre avaliação só faz sentido se incluir os fatores que produzem fracasso/sucesso escolar no processo de inclusão/ exclusão social. Maria Teresa Esteban relata que para construir uma proposta que visa mudar o cotidiano escolar tendo a avaliação como uma questão significativa oscilam entre três perspectivas, são elas:

  1. Retorno ao padrão rígido definido pela avaliação quantitativa.
  2. Consolidação de um modelo híbrido.
  3. Construção de uma avaliação democrática, imersa numa pedagogia da inclusão.

A primeira perspectiva diz respeito ao Retorno ao padrão rígido definido pela avaliação quantitativa que tem como uma das características a quantificação cognocente, com seus métodos tradicionais de transmissão e retenção de conteúdos (o professor transmite o conhecimento e o aluno rétem, sem opção de expor suas idéias e costrastá-las com a realidade social) aspectos nos quais são formadores de alunos meramente passivos. Desse modo a autora descreve  a avaliação como um “mecanismo de controle” dos tempos, dos conteúdos, dos processos, dos sujeitos e dos resultados escolares. Isso reporta-nos a uma das concepções mais importante, citada por Jussara Hoffmann, a “Concepção de avaliação como julgamento”, esse modelo de avaliação recebeu em um primeiro momento o nome de classificatória, porém, logo passou a ser conhecida como “avaliação setenciva” que, segundo a autora, “expressam princípios e metodologias de uma avaliação estática e frenadora, de caráter classificatório e fundamentalmente setencivo”. Esta avaliação é produto de um processo educativo autoritarista, no qual os alunos acabam sendo vítimas de uma avaliação quantitativa e excludente, voltada para a punição e seleção dos alunos aptos e não aptos.

As duas autoras fazem uma crítica a esse modelo avaliativo que bloqueia, obstaculiza, freia e silencia os indivíduos em sua liberdade criativa, além de serem excludentes. Ambas defendem a importancia do diálogo entre professor e aluno, segundo Hoffmann “Na medida em que a ação avaliativa exerce uma função dialógica e interativa, ela promove os seres moral e intelectualmente, tornando-os críticos e participativos, inseridos no seu contexto social e político”. Esteban diz que “Ao dialogar com o aluno, ainda que brevemente, e ao se dispor a aprender com ele, o professor desfaz muros e restabelece laços”.

Outro fato relevante nos textos é que Hoffmann fala da avaliação na perspectiva de construção do conhecimento, como uma nova perspectiva de avaliação no qual os alunos são sujeitos do seu próprio desenvolvimento, inseridos no contexto de sua realidade social e política, Esteban também expressa esse conceito ao falar do modelo híbrido que possui propostas que visam romper com a avaliação quantitativa, esta concepção de avaliação afirma que os sujeitos escolares são sujeitos históricos e sociais.

Hoffmann relata que suas investigações teóricas sobre avaliação seguem por duas direções. Citarei aqui a primeira delas, que analisa uma proposta construtivista de educação, coerente com uma pedagogia libertadora, conscientizadora das diferenças sociais e culturais, ou seja o oposto das avaliações que vêem negativamente as vozes discordantes, que não encontram espaço para suas expressões, reconhecimentos, indagações e fortalecimento, vinda de uma perspectiva excludente, que silencia as pessoas, suas culturas e seus processos de construção de conhecimentos. Se analisarmos esse caminho investigatório podemos perceber algumas características em comum com um modelo citado por Esteban, sendo este “Construção de uma avaliação democrática, imersa numa pedagogia da inclusão”, nele a autora aborda sobre uma pedagogia multicultural, democrática, que vislumbra a escola como uma zona fronteiriça de cruzamentos de cultura. Supondo substituir a lógica da exclusão pela lógica da inclusão, partindo do ponto de vista que somos frutos de uma mistura de raças.

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