Características da literatura infantil no Brasil

O impulso de contar histórias deve ter nascido no homem, no momento em que ele sentiu necessidade de comunicar aos outros alguma experiência sua, que poderia ter significação para todos.

A célula máter da Literatura Infantil encontra-se na Novelística Popular Medieval que tem suas origens na Índia. Descobriu-se que desde essa época a palavra impôs-se ao homem como algo mágico.

A Literatura Infantil apareceu durante o século XVII, época em que as mudanças na estrutura da sociedade europeia desencadearam repercussões no âmbito artístico, que persistem até os dias atuais.

No Brasil só chegou ao final do século XIX, mas somente em 1921 nosso grande Monteiro Lobato estreou com "Narizinho Arrebitado".

De acordo com Nelly N. Coelho, a Literatura Infantil possui uma “identidade” com a mentalidade popular, por isso sua origem vem daí. É impossível não associá-la a um de seus gêneros mais explorados: o conto de fada, que, na versão literária, atualiza ou reinterpreta as questões universais, misturando realidade e fantasia, no clima do “Era uma vez...”.

Sua característica essencial é a presença do elemento “fada” que abre as portas para o maravilhoso se manifestar na sua intervenção, que pode ser boa ou má. Em A Bela Adormecida, uma das fadas não foi convidada e durante a festa de batizado lança uma maldição sobre a menina (comportamento negativo), em seguida outra fada intervém (comportamento positivo).

O enredo se organiza a partir de poucas personagens, estrutura simples, linguagem acessível e o conflito inicial, que motiva o herói ou a heroína a agir. Vamos considerar uma Cinderela sem a meia-noite ou sem o sapatinho de cristal. A narrativa não se desenvolveria, pois faltaria o essencial para o leitor criar suas expectativas.