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O ensino da variação lingüística em sala de aula

Por:   •  3/7/2017  •  Trabalho acadêmico  •  517 Palavras (3 Páginas)  •  137 Visualizações

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RESENHA

Autores: Gabriela Carolina Campos Gonçalves e Samuel Guillem.

O ensino da variação lingüística em sala de aula

Moura, J. S. A. O ensino da variação lingüística em sala de aula. In: VI Encontro de Pesquisa em Educação em Alagoas, 2011, Alagoas. Anais.

        Logo em sua introdução, o artigo sugere outro ponto de vista sobre a língua, que, por sua vez, implica em novos modelos de educação. Para tanto, é necessário entender a linguagem como multifacetada e em constante movimento, justamente por refletir a necessidade dos falantes que, por sua vez, incorporam nela elementos do seu cotidiano em nível coletivo e individual. Sendo assim, é concebível que dentro de uma mesma língua ocorra variações a depender da região, sexualidade, cor da pele e nível social, pois esses grupos compartilham signos entre si e ocorre essa intermediação de acordo com a sua necessidade comunicativa. Contudo, o ensino de língua nas escolas permanece centralizado na gramática normativa, ignorando outras perspectivas pedagógicas que viriam ensinar o aluno a pensar criticamente sobre a língua e seus usos diversos.

        Em seguida, para melhor ilustrar o objeto de sua análise, o autor apresenta a teoria da Sociolinguística, segundo a qual a língua reflete ainda mesmo na sua estrutura de base modos de pensar diferentes, o que é visível, por exemplo, no idioma inglês, onde não há distinção entre os verbos ser/estar, bem como se admitem bem menos vírgulas que em português. A sociolingüística, deste modo, consiste no estudo da língua como fator de socialização, bem como a vê como produto dos contextos sócio históricos; considerando, então, que a multiplicidade das línguas implica em modos de pensar distintos.

        Para uma educação lingüística (Bagno, 2002), de fato, infere-se que esse novo olhar sobre a língua possibilite uma mudança na prática pedagógica. Segundo Piaget (1984), a linguagem é inicialmente egocêntrica e é desenvolvida no contato social, no seio familiar e desdobra-se no convívio escolar. Contudo, essa passagem não ocorre subitamente, mas, sim, a partir da habilidade cognitiva de elaborar construções sucessivas possibilitadas por estruturas já adquiridas previamente. Para corroborar com esse ponto, Vergnaud (1989) apresenta a teoria dos campos conceituais, de modo que um mesmo elemento possui muitos sentidos e, por meio de determinada situação, um sentido vai ser escolhido em detrimento de outro. Assim, vemos que a escola deve proporcionar um ambiente favorável à aquisição efetiva da linguagem, incorporando outras realidades da língua e situando a sua aplicação a depender do contexto, pois a criança possui capacidades cognitivas para tal.

        Por fim, o autor defende que, para superar o modelo tradicional de educação, essas práticas devem ser aplicadas em sala de aula continuamente, sendo dever do professor apoiar práticas nesse sentido de acolher diferentes realidades lingüísticas. Não obstante, salienta que tais mudanças devem ocorrer desde a formação de professores, salientando que é papel da escola como um todo trabalhar sobre um objetivo principal, o de preparar alunos que enxerguem a língua criticamente e não como um produto estático.

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