TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Resenha A escola “faz” juventudes? Reflexões em torno da socialização juvenil Juarez Dayrell

Por:   •  24/11/2015  •  Resenha  •  3.035 Palavras (13 Páginas)  •  3.599 Visualizações

Página 1 de 13

Resenha

A escola “faz” juventudes? Reflexões em torno da socialização juvenil

Juarez Dayrell

Aluna: Nádia Campos e Sousa

No texto A escola “faz” juventudes? Reflexões em torno da socialização juvenil, Juarez Dayell busca compreender a realidade da juventude em relação a escola. Faz uma abordagem do relacionamento entre família, jovem, professor e instituição escolar. O autor afirma que ambos se culpam pelo fracasso escolar, porém, segundo ele, não é assim que se pode pensar, pois esse problema abrange questões mais amplas como a forma com que as coisas mudam de perfil na sociedade. Assim os adultos não podem contar com sua formação interior para lidar com a juventude de hoje em dia, pois as experiências com o tempo tornam-se ultrapassadas, tendo assim que ser pensado seu papel na sociedade. Dayrell coloca as seguintes questões:  Será que a escola faz as juventudes? Como os jovens vivenciam a escola? Qual o papel que a escola vem desempenhando na socialização das juventudes?  O autor reflete sobre uma a juventude brasileira de escolas públicas, formadas por jovens pobres de periferias marcados pela desigualdade social.

Primeiramente, o autor realiza um diagnóstico sobre o ensino médio publico, na qual vem acompanhado de uma grande massificação escolar. Com a entrada de vários jovens heterogêneos, a escola passa a receber alunos de uma sociedade desigual, que muitas vezes são marcados pela violência, o crime e acabam trazendo seus conflitos para o ambiente escolar, o que acaba interferindo nos desafios da escola. Assim, os alunos de classes econômicas mais altas acabam indo para o ensino privado, fazendo com que a escola se consolide, segundo o autor, uma “escola para pobres”.

        Com o tempo, os jovens passaram a enxergar a escola como uma “obrigação” tendo em vista a necessidade de adquirir diploma. Nas escolas, a condição “jovem” não é vista com “bons olhos” pela sociedade, são vistos como irresponsáveis e incompetentes, assim, a escola não percebe o que realmente ele pensa, os seus interesses e o que são capazes de fazer. Dayrell afirma que “a escola tende a conhecer o ‘jovem’ existente no aluno”. A escola não olha por trás das entrelinhas e muitas vezes enxerga o aluno somente como aluno e não vê suas necessidades, seus interesses e propósitos. Tornando assim, o diálogo entre professor-aluno uma coisa difícil.

        O autor trás a partir dessa introdução a condição juvenil no Brasil. Primeiramente, ele deixa enfatizado que há uma grande dificuldade por trabalhar com o termo “Jovem” pelo fato de que há muitos debates perante a categorização “juventude”, Juarez opta trabalhar com o termo “condição juvenil”, por se encaixar mais no contexto. O autor conta que há uma nova existência de condição juvenil no país. O jovem entra para a escola com características próprias, trazendo consigo uma vasta bagagem cultural advinda dos lugares de onde vieram, das relações familiares, práticas sociais, os diferenciando assim das gerações anteriores. Assim, a condição juvenil cria seu próprio espaço, suas formas de lazer. Coloca em evidência o lugar que vivem, a pobreza, a forma que vivem, ou seja, a sua realidade. Eles querem o reconhecimento, ter o seu lugar no mundo.

As múltiplas dimensões da condição juvenil

 Devemos considerar que há uma nova arquitetura social, segundo Giddens (1991). As transformações socioculturais que vem ocorrendo é que interfere nessa mutação. Ocorre uma ressignificação do tempo, espaço e reflexividade. No trabalho também vem se alterando, com a vinda do jovem para o mundo do trabalho, com o aumento das taxas de desemprego aberto, desassalariamento, condições precárias, entre outros.

Os jovens não têm, muitas vezes, uma convivência muito fácil. Eles enfrentam desafios difíceis e duros durante sua caminhada e essa maneira com que vivem interfere diretamente nas suas possibilidades e assim, na condição juvenil. Eles vivenciam isso porque trabalham. Trabalham para garantir seu lazer, seu namoro, o seu consumo. Isso acaba influenciando seu percurso escolar, porém não pode ser a culpa pelo abandono escolar. Com isso, para muitos jovens o trabalho é o que faz com que vivenciem essa condição juvenil. O trabalho é como uma mediação na experimentação para essa condição. A escola e o trabalho se sobrepõem. Juarez retrata com maior clareza a relação da juventude e da escola em alguns pontos:

As culturas juvenis

Com todos esses limites enfrentados pelos jovens, não podemos esquecer que eles são jovens, eles se divertem, amam, possuem desejos, propostas. Eles se expressam de alguma maneira. Vivenciam sua própria forma de lazer. Se expressam através de música, dança, seu visual, seu corpo e inserem-se a um contexto de circuito cultural alternativo, envolvendo produtores culturais, musicais, shows, eventos culturais, entre outros.

Esse espaço de prática permitem que se represente,, demarquem sua identidade juvenil longe dos olhares dos pais, professores, patrões. Os jovens manifestam-se vom essas expressões simbólicas. Ostentam o corpo, tatuagens, piercings, aderindo-se a um determinado estilo. Ostentam também seus aparelhos eletrônicos, celular, mp3, instrumentos no qual vem gerando grande impacto na sociedade.

Nesse contexto vem em relevância os grupos culturais. Se aderir a um estilo é de grande importância na vida de um jovem. Assim, eles criam seu próprio espaço, trocam experiências, possuem maior possibilidade de práticas e vivencia. Eles tem a possibilidade de construir sua autoestima através desses grupos culturais. Colocam-se como criadores ativos e não expectador passivo. Eles querem ser reconhecidos, querem ser alguém. Querem ter um lugar na sociedade e poder usufruir dela. Porém, as práticas são homogêneas. Em torno desse estilo cultural podem ocorrer práticas de intolerância e agressividade.

A sociabilidade

Uma outra dimensão da condição juvenil é a sociabilidade. A turma de amigos é de grande relevância na juventude, e com eles que os jovens convivem, fazem programas, trocam experiências e ideias. Paes (1993) afirma que o grupo de amigos constituem espelho de sua própia identidade. Os jovens criam espaço de afinidade e afetividade. Há diferentes formas de afetividade entre os jovens. Eles se graduam como amigos do peito, os mais chegados, e colegas,  aqueles mais distantes. Há uma grande mobilidade entre as turmas, um afastamento e um distanciamento entre eles. Esse movimento também está presente em relação ao tempo e ao espaço no constante fluxo de ir e vim. Pode-se afirmar assim, que a sociabilidade  responde as necessidades de comunicação, de democracia, de solidariedade,, autonomia, trocas afetivas e, principalmente, identidade.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (19.3 Kb)   pdf (204.2 Kb)   docx (752.8 Kb)  
Continuar por mais 12 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com