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Resenha O Que é Linguística

Por:   •  15/10/2023  •  Resenha  •  1.492 Palavras (6 Páginas)  •  24 Visualizações

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[1]Universidade Federal do Amazonas[pic 1][pic 2]

Faculdade de Letras-Flet

Curso de Letras – Língua e Literatura Inglesa

Metodologia do Trabalho Científico em 2023/1 - Ano civil 2023

Docente: Professor Márcio Jesus Vieira Bernardo

ORLANDI, Eni Puccineli. O que é linguística. 2 ed. São Paulo: Brasiliense, 2009.

Eni Puccinelli Orlandi é uma renomada linguista brasileira com sólida formação e vasta experiência na área. Orlandi possui formação acadêmica sólida, com um doutorado em Linguística obtido na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Ela é professora aposentada do Departamento de Linguística do Instituto de Estudos da Linguagem da UNICAMP, onde contribuiu significativamente para o desenvolvimento da pesquisa em linguística no Brasil. A linguista é autora de diversas obras e artigos científicos relacionados à linguística, comunicação e análise do discurso. Seu trabalho é amplamente reconhecido e respeitado no campo da linguística. Além de suas realizações acadêmicas, Eni Puccinelli Orlandi também é conhecida por seu ativismo em questões relacionadas à linguagem e à educação. Ela tem participado ativamente de debates e discussões sobre políticas linguísticas e educação no Brasil.

“O Que É Linguística?” de Eni Puccinelli Orlandi é uma obra fundamental que proporciona uma introdução clara e acessível ao vasto campo da linguística. O livro desvenda os conceitos e as teorias essenciais que sustentam o estudo da linguagem, tornando-o uma leitura indispensável para estudantes e interessados em linguística. Orlandi aborda temas como a estrutura da língua, a variação linguística, a pragmática, a semântica e muito mais, destacando como a linguística é relevante para nossa compreensão da comunicação humana. O texto nos leva a refletir como a linguagem é um tema intrínseco ao homem, um ser social com necessidade de se comunicar e está dividido em 10 capítulos que abrangem a linguística desde os primórdios da reflexão sobre a linguagem até a linguagem da inteligência artificial.

Orlandi, no primeiro capítulo, destaca a inclinação humana para dominar o mundo através do conhecimento, sendo a linguagem uma ferramenta essencial nesse processo. Essa busca não é exclusiva da sociedade moderna, remontando à Grécia antiga, com debates sobre a arbitrariedade versus motivação natural dos recursos linguísticos, e aos hindus na redescoberta do sânscrito. Na Idade Média, surgiram três modalidades linguísticas: modus essendi, intelligendi e significandi. Apesar de a linguística como ciência, voltada para o estudo científico da linguagem verbal humana, ser recente, os estudos e reflexões sobre o tema têm uma trajetória que atravessa milênios.

Em “O que é e o que não é linguística”, é abordado a abrangência da linguística, incluindo toda forma de linguagem verbal como objeto de estudo. Destacam-se dois momentos históricos: no século XVII, com gramáticas gerais ligando a linguagem à representação do pensamento e princípios racionais; no século XIX, com gramáticas comparadas marcando a era da linguística histórica, enfocando a transformação das línguas ao longo do tempo. A transição do racionalismo para o romântico reflete uma mudança da busca pela perfeição para a origem, a "língua-mãe". O estudo da linguagem se divide em formalismo, explorando o percurso psíquico da linguagem e sua relação com o pensamento, e sociologismo, que analisa o percurso social considerando a diversidade na relação entre linguagem e sociedade.

No terceiro capítulo, destaca-se o "Curso de Linguística Geral" de Ferdinand de Saussure, publicado em 1916, originado de anotações de alunos e estudiosos.  Saussure é reconhecido como fundador da linguística científica, focando na língua como sistema abstrato e social. Ele introduz conceitos fundamentais como língua, valor e sincronia, formando a base da linguística. Saussure propõe um sistema de organização interna da língua, dando origem ao método estruturalista. O funcionalismo, uma forma de estruturalismo, é mencionado, analisando as funções dos elementos linguísticos nos aspectos fônicos, gramaticais e semânticos.

Em "As muitas funções", a autora explora as diversas funções da Linguagem propostas por Jakobson, destacando o papel dos elementos no esquema da comunicação. Na função expressiva, a ênfase está em expressar os sentimentos do emissor. Na função conativa, a atenção se volta ao destinatário (receptor). Na referencial, a comunicação está centrada em descrever um estado de coisas do mundo. Na poética, o foco está na mensagem, enquanto na metalinguística, concentra-se no código, ou seja, na linguagem, língua e na comunicação através da língua. Cada função desempenha um papel específico na natureza da linguagem.

“Chomsky”, a partir do racionalismo propõe uma nova teoria linguística, uma gramática centrada no estudo da sintaxe. Essa será a gramática gerativa, que permite a partir de um número limitado de regras, gerar um número infinito de sequências, associando-lhes uma descrição. A teoria da linguagem deixa de ser apenas descritiva para ser explicativa e científica partindo, então, para outra proposta: que a gramática transformacional tenha dois tipos de regras: sintagmáticas, que geram estruturas abstratas, e de transformação, que as convertem em sequências terminais, que são as frases da língua.

No capítulo "O social e o cultural", Orlandi explora as variações linguísticas, enfatizando sua conexão com questões sociais e culturais na pesquisa linguística. A sociolinguística vê a linguagem como reflexo das estruturas sociais, enquanto a etnolinguística a considera uma causa dessas estruturas, organizando nossa compreensão do mundo. Uma terceira abordagem sugere a integração total entre ações linguísticas e sociais, destacando a etnografia da fala, que examina as funções da linguagem com base em aspectos culturais. A pesquisa busca entender a natureza dessa relação, oferecendo diversas perspectivas para análise.

Em “A análise de discurso” vimos que a mesma vem como uma alternativa aos estudos de linguagem com uma abordagem crítica. Nela, considera-se as condições de produção do discurso (o falante, o ouvinte, o contexto da comunicação, contexto histórico-social e etc.). Ao contrário da perspectiva mecanicista, a análise de discurso enfatiza a produção da linguagem pelo sujeito em condições específicas, promovendo uma abordagem integrada de conhecimentos linguísticos, sócio-históricos e ideológicos.

As "tecnologias de linguagem" são uma parte essencial nos estudos linguísticos, pois diferentes formas e materialidades linguísticas têm modos distintos de significar. No contexto digital, especialmente na área de inteligência artificial, surgem estudos formalistas e/ou cognitivistas. A análise do discurso explora a automatização da linguagem por meio da inteligência artificial, destacando que constituir, formular e fazer circular sentidos são processos complexos. O uso das tecnologias na produção de linguagem é um tema delicado, com benefícios e desafios, exigindo abordagens inteligentes para maximizar seus resultados.

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