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VARIAÇÃO E ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA

Por:   •  28/5/2018  •  Resenha  •  846 Palavras (4 Páginas)  •  2.103 Visualizações

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

LETRAS PORTUGUÊS - INGLÊS

ALINE DA SILVA

VARIAÇÃO E ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA

RIO DE JANEIRO – RJ

2018

Observe as situações apresentadas a seguir.

Situação 1.

Uma professora do Ensino Médio usa a tirinha a seguir para trabalhar com seus alunos a questão da variação linguística. Ela aponta que na fala de Chico Bento há uma série de estruturas que não pertencem ao padrão da Língua Portuguesa: ‘fessora’, ‘castigá’, ‘pur’, ‘arguma’ , ‘qui’, ‘num’, ‘inda’, ‘pruque’, ‘di’, ‘hoji’.

[pic 1]

Situação 2.

Um aluno diz ao professor durante a aula: “_ Oi, professor! Vou pegar na biblioteca o livro que eu falei!” O professor efetua a correção imediatamente: “Vou pegar na biblioteca o livro de que eu falei! Essa é a forma correta”.

A partir das situações acima, dos textos lidos e das discussões que fizemos em nossas unidades, reflita:

Na situação 1, a análise feita pela professora está adequada? As estruturas destacadas por ela pertencem à variedade padrão ou à variedade não padrão da língua? A visão em relação a essas estruturas é a mesma quando consideramos fala e escrita?

Temos na situação 1 exemplo de estruturas que não pertencem à variedade padrão da língua. Esta pertence a uma variante oral rural sendo reproduzida através da tirinha.

Para Terra (2008) norma é um conjunto de regras que visam impor um padrão de linguagem que devem ser seguidas pelos falantes, padrão este escolhido dentro da diversidade da língua. A norma diferentemente da fala possui um padrão abstrato e um caráter estático.

Ainda segundo o mesmo autor é importante ressaltar que o critério utilizado no Brasil para essa escolha foi o histórico-literário e por esse motivo a linguagem que representa a norma culta diz respeito àquela utilizada por escritores clássicos no passado o que reforça o prestígio da escrita em relação a fala tanto no social quanto dentro de sala de aula.

O que nos leva a próxima questão: as variantes são mais utilizadas quando consideramos seu uso na fala ao invés da forma escrita da língua.

[pic 2]

O que não impede que um autor utilize a linguagem de modo expressivo chamando a atenção de como essa mensagem é configurada como no exemplo acima. Maurício de Souza usou a escrita para ressaltar a variedade linguística rural do personagem em seu uso falado, cabe ao professor apontar essa informação aos alunos.

Na situação 2, o professor considera a existência do falante culto e as diferenças entre fala e escrita?

No segundo exemplo o professor corrige o aluno baseado apenas na linguagem padrão da língua, ou seja, considerando apenas a uso padrão (escrito) privilegiando o uso prescrito pela gramática normativa da língua desconsiderando a competência do aluno em se expressar fazendo uso da língua materna. Reforçando apenas o conceito de ‘’certo’’ e ‘’errado’’.

A forma como as duas situações foram trabalhadas pelos professores em sala de aula contempla a questão USO-REFLEXÃO-USO proposta pelos PCNs?

A situação 1 se trabalhada pelo professor de forma adequada ela contempla sim a questão do uso-reflexão-uso desde que ele reitere junto ao aluno que esta é uma variante da língua que não está sendo utilizada de forma adequada embora não seja errada uma vez que há comunicação mesmo se considerarmos o contexto formal da situação (a sala de aula). Já a situação 2 apesar do contexto geográfico (tanto o personagem de Maurício de Souza quanto o aluno do exemplo estão em interação com professores) ser o mesmo a fala do aluno ainda é pertinente dentro da intenção comunicativa dele.

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