A Atuação Do Professor No Desenvolvimento Do Aluno

6 A ATUAÇÃO DO PROFESSOR NO DESENVOLVIMENTO DO ALUNO

O contato da criança com a leitura é fundamental para seu desenvolvimento, mas o papel do professor nessa interação é igualmente crucial. Atividades bem planejadas podem não resultar em aprendizado se o professor não estiver atento às respostas e necessidades dos alunos. A atuação do professor está intimamente ligada à sua concepção de ensino e aprendizado, e é importante evitar equívocos nessa concepção.

A história de "Abaixo das canelas" mostra como a falta de compreensão das razões por trás das ações pode limitar a aprendizagem. O professor deve entender os objetivos das atividades que propõe e estar disposto a questionar suas próprias respostas, reconhecendo que o conhecimento está em constante evolução. Isso é essencial para uma escolha criteriosa de ações pedagógicas.

A aprendizagem é um processo ativo, não apenas do aluno, mas também do professor, que deve mobilizar conhecimento, propor desafios, observar, discutir e aprender com os alunos. A colaboração e a troca de experiências desempenham um papel vital no processo educativo.

6.1 A mobilização dos conhecimentos prévios

O texto enfatiza a importância do reconhecimento e utilização dos conhecimentos prévios dos alunos no processo de ensino. Destaca que o professor deve considerar que os alunos chegam à escola com diversos conhecimentos adquiridos em suas experiências anteriores. Esses conhecimentos variam de criança para criança, sendo moldados por suas vivências, interesses e expectativas.

O autor argumenta que é responsabilidade do professor promover discussões que ativem os conhecimentos prévios dos alunos antes de abordar um novo tópico. Isso pode incluir apresentar informações preliminares, permitir que os alunos expressem suas impressões e hipóteses e, em seguida, avaliar a relevância dessas informações para o contexto da lição.

O texto destaca que os conhecimentos prévios são o ponto de partida, mas não o destino final da aprendizagem. O papel do professor é ampliar e sistematizar esses conhecimentos, levando os alunos além do que já sabem. O objetivo é mostrar outras perspectivas e possibilidades, incentivando os alunos a dar um salto em direção ao novo aprendizado. Em suma, os conhecimentos prévios dos alunos são fundamentais para o processo educativo, mas o professor desempenha um papel vital na orientação desse processo em direção ao crescimento e à aquisição de novos conhecimentos.

6.2 A apresentação e problematização da atividade

Este texto enfatiza a importância da Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), um conceito introduzido por Vygotsky, no processo educacional. A ZDP é a diferença entre o que uma criança pode fazer sozinha (nível de desenvolvimento real) e o que pode fazer com a ajuda de alguém mais experiente (nível de desenvolvimento potencial). O autor destaca que a atuação do professor deve se concentrar na ZDP, onde o aprendizado é mais eficaz.

Para ilustrar o conceito, o texto apresenta o exemplo de uma criança que pode calçar seu tênis sozinha, mas precisa de ajuda para amarrá-lo. Calçar o tênis representa o nível de desenvolvimento real, enquanto amarrá-lo está no nível de desenvolvimento potencial. A distância entre esses dois pontos é onde ocorre a aprendizagem significativa.

O autor ressalta a importância de oferecer desafios adequados aos alunos. Os desafios devem estar na ZDP, ou seja, nem muito fáceis nem impossíveis de resolver. Os desafios excessivamente fáceis podem levar à desmotivação, enquanto os desafios muito difíceis podem gerar desinteresse.

O professor desempenha um papel fundamental na criação e no gerenciamento de desafios apropriados. Deve considerar os conhecimentos prévios dos alunos e formular questões que os levem a refletir e a explorar novas perspectivas. O texto enfatiza que o professor deve circular pela sala, observar as abordagens dos alunos aos desafios e oferecer intervenções quando necessário.

Além disso, destaca a importância de não repetir práticas educacionais do passado que não levem em consideração a compreensão e a aplicação ativa do conhecimento. Em vez disso, o foco deve ser na promoção da reflexão e da troca de experiências entre os alunos, o que gera aprendizado significativo.

6.3 O acompanhamento e a intervenção

Este texto enfatiza a importância do acompanhamento ativo e sensível por parte do professor no processo de ensino e aprendizado. Destaca que, embora muitos professores possam planejar atividades interessantes para seus alunos, negligenciar o acompanhamento adequado durante o desenvolvimento dessas atividades pode comprometer o progresso dos alunos.

O autor argumenta que o foco do professor não deve ser apenas a verificação dos resultados finais ou a avaliação de respostas certas ou erradas, mas sim o entendimento do processo pelo qual os alunos chegaram a essas conclusões. O professor deve se esforçar para compreender o pensamento dos alunos e observar suas escolhas durante a resolução de atividades.

O texto destaca a necessidade de uma observação ativa e sensível por parte do professor, que leve em consideração a lógica do aluno e não apenas a perspectiva do adulto. Isso envolve não apenas a identificação do que os alunos sabem, mas também a compreensão do que os alunos pensam quando enfrentam desafios nas atividades escolares.