A Avaliação Formativa Resenha Temática

A avalição é um tópico de extrema complexidade na atuação docente. Perguntas como: O que é avaliar? Por que avaliar? Como avaliar? É motivo de debates entre os docentes que, fundamentalmente, exigem reflexões acerca dos papéis exercidos no trabalho pedagógico. Para entender a avaliação e o papel que essa exerce, primeiramente deve-se conhecer a própria metodologia de ensino, que pode ser resumida, segundo Fischer (1978), como a compreensão e interpretação da relação homem-sociedade-natureza, realizada pelo professor. Nesse sentido, a avaliação formativa tem sido recorrente na literatura, tal qual nos textos base desta resenha, como a forma mais adequada aos propósitos estabelecidos pelas demandas atuais da educação.

No texto intitulado Avaliação Formativa: em busca do desenvolvimento do aluno, do professor e da escola, de Benigna Maria de Freitas Villas Boas, a autora retrata a origem de sua reflexão a partir de divergências observadas entre o significado da Avaliação Formativa. Os propósitos dessa são muitas vezes confundidos com os da somativa, provocando dificuldades no desenvolvimento da função formativa, cuja importância se relaciona à aprendizagem e compreensão. Para Villas Boas (2001), a Avaliação Formativa é aquela que promove o desenvolvimento não só do aluno, mas, também, do professor e da escola – todos os sujeitos envolvidos e todas as dimensões do trabalho pedagógico. Para isso, é necessário abandonar a avaliação unilateral, punitiva, classificatória e excludente, e passar a adotar uma avalição mediadora, emancipatória, dialógica, integradora, democrática e participativa, pois a avaliação formativa compromete-se com o aprendizado e o sucesso de todos os alunos.

Já no texto Registros de Aula: avalição, autoavaliação e formação docente – uma experiência no Ensino Superior, Ricardo Gauche resgata alguns aspectos importantes destacados por Villas Boas (2001), no texto supracitado, e faz sua aplicação aos diferentes tipos de avaliação encontrados nos cursos de formação docente, mais especificamente no curso de Licenciatura em Química da Universidade de Brasília (UnB). O autor destaca o fato de muitos docentes situados como formadores rejeitarem a ideia de docência, às vezes sem a formação esperada, trazendo reflexos inevitáveis na imagem de docência vivida pelos licenciandos. Além disso, Gauche (2008) destaca que a metodologia de ensino adotada pelos professores tem uma estreita relação com o que se defende nas escolas, pois sua cultura é uma forma de autoridade para as práticas docentes. Por fim, o autor defende a avaliação formativa como um binômio indissociável de aprendizagem e ensino, assim, a avaliação apresenta-se como um instrumento de conhecimento do aluno (potencialidades, limites, trações e ritmos específicos) e, também, como um questionamento acerca dos procedimentos de ensino do professor – segundo Romão (1998), esse seria um procedimento mútuo de educação.

Como estratégia para o desenvolvimento da avaliação formativa, devemos seguir o planejamento da avaliação, levando em consideração aquilo que se deseja avaliar e quais conclusões poderemos tomar a partir dos resultados. Também precisamos despertar nos alunos um senso de autoavaliação, pois quando eles se engajam no ensino, a aprendizagem se torna mais efetiva e possibilita a reflexão sobre o processo. Para a consolidação da avaliação formativa, que usa todas as informações disponíveis sobre os alunos, alguns procedimentos devem ser utilizados a fim de aproximar alunos e professores (entrevista), permitir a investigação das características individuais dos discentes (observação) e possibilitar a avaliação da construção do conhecimento do aluno ao longo do período letivo, nesse caso, através do uso do portfólio – uma coleção das produções do aluno, construídas e organizadas por ele mesmo, que apresenta evidências da sua aprendizagem, permitindo a avalição e reflexão conjunta com o professor.

Diante

...