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A Avaliação-do-Desempenho

Por:   •  16/9/2019  •  Trabalho acadêmico  •  3.290 Palavras (14 Páginas)  •  103 Visualizações

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Anamneses e estimulação cognitiva: Ferramentas para reabilitar dificuldades de aprendizagem

Fatima Santa Cruz

A bem poucos anos, não se ouvia falar de estimulação seja ela qual fosse, a criança perpassava a educação, aprendia ou não, possuía dons ou não, convinha terminar minimamente o Ensino Médio.  Os que cursavam uma faculdade faziam então parte de uma elite educacional.  As dificuldades individuais assolavam a todos, acabávamos evadindo das escolas. Com a aprovação automática, esta situação se agravou, alguns chegam ao Fundamental 2 ou Ensino Médio sem reconhecerem uma palavra da língua portuguesa ou as operações matemáticas básicas.  Por muitos anos o cérebro nem era mencionado, a não ser para falar de lesões ou deficiências.

 A partir de 1990, com a chegada da “década do cérebro” ele passou a ter mais significado e todos passaram a estudá-lo, compreendendo que a cognição estava ligada ao corporal, emocional e social de cada um dos sujeitos aprendentes.

O objetivo deste trabalho é relatar a prática de anos de atendimento em um Espaço Psicopedagógico a princípio chamado Brincar e aprender e atualmente chamado TRANSFORMAÇÃO, localizado no bairro de Higienópolis, zona norte do Rio de Janeiro, onde se realizam atendimentos de crianças com dificuldades de aprendizagem, bem como alguns transtornos já identificados ou não.

Surgiram novas ciências, uma delas foi a Neuropsicopedagogia que aborda a área de conhecimento humano e tem como objetivo principal de estudo a educação e como este cérebro reage a estes estímulos oriundos da cognição, do corpo, da emoção e do social de forma a compreender a aprendizagem.

Usando como ferramentas: as anamneses, a estimulação cognitiva e as ciências Psicopedagogia, Neuropsicopedagogia e a Psicomotricidade, entendemos como lidar com as dificuldades encontradas nos aprendentes. E compreendemos como surgem estas dificuldades e de que forma elas evoluem.

Via de regra, as crianças chegam para atendimento por conta das queixas escolares que relatam que as mesmas não conseguem se alfabetizar, sendo costumeiramente identificados entre 5 e 7 anos, na fase da 2ª caminhando para a 3ª infância, quando elas entram nos anos de início de alfabetização.  Antes desta etapa é difícil observar tais dificuldades. Percebemos que entre 5 e 7 anos, ocorrem mudanças na percepção de vida e mundo das crianças.

 Um dos instrumentos mais importantes para identificarmos as causas das dificuldades, são as anamneses.

A anamnese, neste caso, tem como base a prospecção de informações das famílias no processo de aprendizagem e no tratamento psicopedagógico e neuropsicopedagógico de seus filhos.  As mesmas podem e devem ser usadas, não apenas com crianças, mas por todos que irão passar pelo processo de avaliação, podem ser: crianças, adolescentes jovens, adultos ou idosos.

O objetivo é de conhecer um pouco da história de vida do avaliado, desde o seu nascimento até aquele momento de sua vida atual.

A experiência revela que as anamneses tem demonstrado ser uma grande e forte aliada no estudo que avalia como se constituiu o indivíduo e o processo de aquisição dos conhecimentos. Nesta conversa com o responsável ou o próprio, bem com a escola, temos a oportunidade de ouvir as queixas. Consideramos que a anamnese é a “ponta do iceberg”, porque durante o período de avaliação, surgem novas revelações importantes e necessárias para ajudar a solucionar as questões apresentadas. Geralmente também é no decorrer do tratamento que mais fatos são revelados, por parte do avaliado e da família, através de falas e comportamentos. Tais informações serão importantes para traçar as estratégias de atuação ao subdesenvolvimento intelectual do aprendente.

Wess, colabora afirmando que:

“...a entrevista de anamnese é um dos pontos cruciais de um bom diagnóstico. É ela que possibilita a interação das dimensões de passado, presente e futuro do paciente, permitindo perceber a construção ou não de sua própria continuidade e das diferentes gerações, ou seja, é uma anamnese da família. (WESS,2006, p.61)

Como descrito por Wess, sempre que acompanhamos uma criança, adolescente, jovem, adulto ou idoso, iniciamos conhecendo todo seu histórico pregresso, ou seja, desde a sua concepção até as condições atuais.

As anamneses revelam muitos fatos encobertos que nos fazem compreender que estas dificuldades não surgiram de imediato nem sem causa, como dizem alguns.   É possível notar então, a importância deste instrumento chamado anamnese, e acreditamos que no caso específico das crianças, as escolas precisariam ter estas informações desde a vida intrauterina e pós uterina, destes aprendentes para compreenderem como, muitas vezes, surgem as dificuldades. Os educadores e aqui incluo também os pais e responsáveis precisam compreender que a aprendizagem começa desde o útero materno e que a cognição nas primeiras infâncias acontece através do corpo.

O cérebro começa a receber estímulos desde o ventre desta mãe. Todo desenvolvimento das crianças abrange aspectos físicos, motores e cognitivos. Os pais podem começar a estimulação cognitiva a partir da concepção das crianças, lendo, ouvindo músicas clássicas, conversando como o bebê etc.

Segundo Papalia (2013) o crescimento do cérebro durante o período da infância é fundamental para o futuro desenvolvimento físico, cognitivo e emocional da criança.

Devemos saber que o sujeito se encontra inserido num contexto social com fatores sociais, afetivos e econômicos capazes de influenciar diretamente a sua aprendizagem. Aliado a isto, também consideramos o processo de aprendizagem como algo dinâmico, contínuo e constante movimento, e que deve ser considerado em suas diferentes dimensões e etapas. O somatório destas informações é o nosso material de trabalho e, por isso é analisado cautelosamente, como base de sustentação para a formulação de hipóteses diagnósticas destes aprendentes. 

Alicia Fernandez (2007, p. 23) nos diz que,” não é o paciente que necessita   um diagnóstico, mas o terapeuta, para poder intervir.”  

Através da anamnese aplicada nas famílias atendidas pelo Espaço psicopedagógico, percebemos que em sua maioria, os educandos que apresentam dificuldades de aprendizagem, são meninos com idade cronológica entre cinco e doze anos, em sua maioria frutos de gravidez não planejada e algumas vezes até mesmo rejeitados pelos pais, num primeiro momento.

 Em alguns casos, observamos uma incidência de relatos que apresentam, mães com problemas relacionadas à pressão alta na gestação, placenta prévia, icterícia pós-parto na criança e prematuridade fetal. Outro fator importante para se observar é o Apgar, pois muitos fatores podem ocorrer na hora do parto, e algumas complicações aparecerem como por exemplo falta de oxigenação, isto pode levar a alguns problemas neuropsicomotores e os mesmos, as dificuldades de aprendizagem futuras.  

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