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A CRIANÇA NEGRA NO ÂMBITO ESCOLAR

Por:   •  28/8/2016  •  Artigo  •  1.493 Palavras (6 Páginas)  •  305 Visualizações

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CRIANÇA NEGRA NO ÂMBITO ESCOLAR

RESUMO

        As questões raciais no Brasil apresentam-se de forma velada, sabe-se da existência de uma diversidade cultural significativa, porém o que encontramos em nossa sociedade é o silenciamento que por sua vez entendido como um aceitamento e autorização da praticas racistas dentro do contexto escolar. O presente artigo, visa discutir o desejo da criança negra em face da diversidade étnica e o papel do professor nesse contexto. Sendo assim, buscando compreender como são construídas as relações raciais num dos espaços da superestrutura social do país, que é a escola, e como ela contribui para a formação da identidade das crianças negras.

Palavras-chave: Criança Negra, Identidade, Preconceitos Racial

RESUME

        Racial issues in Brazil are presented in a veiled way, it is known that there is a significant cultural diversity, but what we find in our society is the silencing which in turn understood as a aceitamento and authorization of racist practices within the school context . This article discusses the desire of black children in the face of ethnic diversity and the role of the teacher in this context. Therefore, trying to understand how they are built race relations in the social superstructure areas of the country, which is the school and how it contributes to the formation of the identity of black children.

Key Words: Black Child, Identity, Racial Preconceptions

1 INTRODUÇÃO

        A sociedade estabelece os meios de categorizar as pessoas, os negros carregam consigo estereótipos negativos, que os tornam “diferentes” da raça branca, raça essa colocada diante dos negros como superior desde os séculos passados. O branqueamento enquanto ideologia não esteve presente somente no imaginário da população branca brasileira, mas também na mentalidade da população negra, que objetivava sair de sua condição marginal na sociedade. Negando portanto, os seus valores em prol dos adotados pelos brancos, onde os possibilitava um sentimento de ascensão social.

        Trabalhar com a temática racial na escola é fator importante para tentar desconstruir as narrativas predominantes nas nossas escolas, construir e contar uma outra narrativa, de valorização da diversidade, das práticas, experiências, lutas e solidariedades que fazem parte da vida das pessoas e dos alunos/as. Assim, a escola e o currículo podem procurar desconstruir as identidades estereotipadas e proporcionar a construção de práticas pedagógicas e estratégias de promoção da igualdade racial no cotidiano da sala de aula, assim como de valorização das diferentes identidades em construção presentes no cotidiano escolar.  

2 IDENTIDADE NEGRA NO CONTEXTO ESCOLAR

        Segundo Goffman possuímos duas identidades, a primeira identidade é constituída de atributos da nossa identidade pessoal/real, ou seja nossos costumes, gostos e preferências, a segunda é a identidade virtual onde nós nos atribuímos os gostos, costumes, e interesse impostos pela sociedade a fim de sermos aceitos/inseridos na mesma. 

         Diante desse contexto, onde o estigma carregado pelos negros acaba perpassando para as sociedades atuais, visamos um ensino que trate desde cedo, com a questão de rejeição dos negros e do silenciamento de crianças negras diante de práticas racistas, e um melhor posicionamento de professores diante dessas situações.

        É nos anos iniciais da educação infantil, onde-se é necessário incluir práticas de diálogos sobre as questões do racismo, ainda que exista a falta de reconhecimento da diversidade étnica e cultural, nas práticas públicas. Na educação infantil, existem evidências das questões raciais e do preconceito, onde o desejo de crianças negras serem brancas, acaba sendo mostrado em falas e brincadeiras, ter cabelo liso, querendo se comparar com personagens televisivos e dos contos de fada, no qual podemos notar um reforçamento a negação da condição racial.

“No Brasil, as representações do corpo negro estão marcadas por estereótipos negativos. Esses estereótipos são difundidos amplamente pelos meios de comunicação. Assim, cria-se e difunde-se a ideia de um corpo feio, promíscuo, sujo, malcheiroso e portador de um cabelo ruim. Isso gera vergonha na criança negra, afeta sua autoestima. Muitas vezes a vergonha, o desconforto do pertencimento racial aparece na educação infantil e acompanha toda a vida escolar das crianças negras”. (BENTO, 2011, p. 20)

         Em meio a brincadeiras, crianças brancas começam a descobrir o poder de suas palavras e de seus xingamentos, junto a essas brincadeiras, as referências negativas à cor da pele começam a surgir, associam a cor preta à sujeira e passam a usa-las como uma arma em situações de disputa, de conflito. Como, na maioria dos casos, professores não fazem a repreensão dessas práticas, logo, as crianças acabam reproduzindo a situação inúmeras vezes, como que autorizados" por eles.

Por outro lado, as crianças negras tendem a silenciar cada vez mais e a fugir das situações de conflito e de disputa, isolando-se. Quando reagem as essas práticas, às vezes de maneira desproporcional, com fúria, xingamentos, sem controle, são criticadas e advertidas. Assim, vão silenciando, esta situação gera um círculo vicioso que afeta a autoestima da criança que por sua vez é difícil de ser rompido sem ajuda.

        O silenciamento dos professores, também existe. A falta de diálogo e informações em situações de racismo, preconceito e discriminação na escola faz com que o problema seja mascarado. Se, por um lado, a atitude de silêncio dos professores diante de situações de humilhação entre as crianças é uma tentativa de considerá-las como "naturais" ou "individuais", evitando falar sobre o assunto para não "esticá-lo", por outro lado, essa atitude também é uma valorização da não reação das crianças negras ao serem humilhadas. De qualquer modo, isso só contribui para a aprendizagem do silêncio.

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