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A DINÂMICA DA TEIA E O PENSAMENTO SISTÊMICO

Por:   •  30/11/2017  •  Relatório de pesquisa  •  3.197 Palavras (13 Páginas)  •  1.282 Visualizações

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A DINÂMICA DA TEIA E O PENSAMENTO SISTÊMICO

Laura Gorresio Roizman

“O princípio de separação torna-nos talvez mais lúcidos sobre uma pequena parte separada de seu contexto, mas torná-nos cegos ou míopes sobre a relação entre a parte e seu contexto.”       

                                                           Edgar Morin

  1. INTRODUÇÃO E OBJETIVOS:

Esta é uma oficina de dinâmica de grupos, que pode ser utilizada em escolas, empresas ou grupos comunitários. Têm como objetivo trabalhar algumas noções do pensamento sistêmico, como por exemplo:

- estudar diferentes tipos de problemas retirando-se o foco da causa/efeito imediatos. Pensar em termos de interdependências entre os elementos;

- discutir a importância do pensamento sistêmico na compreensão de fenômenos biológicos, ecológicos e sociais;

- compreender que tais fenômenos não obedecem a uma lógica mecânica, simples e fragmentada, mas sim a uma lógica complexa (o que abrange muitos elementos ou várias partes, o que foi tecido junto, do latim complexus).

Observação: pode-se montar a mesma dinâmica baseando-se em outros casos a partir de sistemas sociais, políticos, biológicos etc. Pode também ser utilizada para trabalhar situações concretas em sala de aula (ex: conflitos entre alunos) e em reuniões pedagógicas.

  1. MATERIAIS E FORMAÇÃO DO GRUPO

- fios de lã colorida, de preferência com onze cores (ou mesmo um único novelo de lã);

- onze cartões de papel.

Separar os 11 participantes e colocá-los um ao lado do outro. Cada pessoa representará as seguintes personagens:

  1. MOSQUITO
  2. LAGARTO DE BORNÉU
  3. INSETO QUE COME PALHA
  4. HOMEM
  5. ÁGUA
  6. RATO
  7. CASA DE PALHA
  8. BESOURO
  9. BARATA
  10. GATO
  11. PEIXE

Cada participante receberá um cartão (pendure-o no pescoço) onde está escrito o nome de cada personagem.

  1. A DINÂMICA

Descrever o seguinte caso real e intercalar as explicações:

Bornéu é uma grande ilha da Indonésia localizada no Oceano Pacífico, mais ou menos entre a Austrália e a China e próxima a outras grandes ilhas como Java e Sumatra. Seu clima é tropical, e a sua vegetação tem muitos coqueiros. Apresenta várias populações de nativos que vivem em casas construídas de madeira, palha e folhas de coqueiro.

        Nos anos sessenta a Organização Mundial da Saúde (OMS), desejando combater os pernilongos que transmitiam malária aos habitantes da ilha, decidiram fazer uma grande aplicação de inseticidas.

EXPLICAÇÃO: interligar, através da linha de lã o grupo que representa o mosquito com o grupo que representa o homem, simbolizando que o mosquito transmite a malária ao homem.

MOSQUITO

[pic 1]

HOMEM

Foi o que aconteceu. Usando aviões e outros equipamentos aplicaram grandes nuvens de DDT em todo território, inclusive nas matas, plantações, casas etc... E... os mosquitos foram mortos.

EXPLICAÇÃO: novamente interligar, através do fio de lã, o grupo que representa o homem em direção ao grupo que representa o mosquito. A linha simboliza esta conexão: o homem causa a morte do mosquito através do DDT.

MOSQUITO

[pic 2]

HOMEM

EXPLICAÇÃO: este é um bom exemplo didático para compreendermos como utilizamos uma solução linear para resolvermos um problema complexo: “o mosquito transmite a malária? Então, eliminando o mosquito erradicamos a malária. Ou seja: eliminando a causa eliminamos o efeito.”

Neste caso, o problema é analisado de maneira fragmentada e simplificada. A atenção voltou-se para uma pequena parte e perdeu-se a visão do todo.

Qual foi o resultado inicial: MAGNÍFICO!!! Os pernilongos de quase toda a ilha morreram e os habitantes ficaram livres daquelas picadas incômodas. Estavam todos felizes, até que... Algumas histórias estranhas começaram a acontecer em todo o território de Bornéu. Percebeu-se que o DDT contaminou a água, que por sua vez, contaminou os peixes dos rios. Tanto a água quanto os peixes contaminaram o homem com DDT.

EXPLICAÇÃO: continuar a dinâmica com os fios de lã, simbolizando que a contaminação causada pelo homem indiretamente afeta o próprio homem.

MOSQUITO                    PEIXE[pic 3][pic 4]

[pic 5]

HOMEM[pic 6]

                                     ÁGUA[pic 7][pic 8]

Infelizmente o DDT não matava apenas mosquitos. Matava também outros insetos como baratas e besouros. Alguns destes não chegaram a morrer, mas ficavam meio tontos e incapazes de se esconder...

EXPLICAÇÃO: continuar o processo com os fios de lã. Evidenciar as interdependências invisíveis que existem nos processos vitais.

MOSQUITO                    PEIXE                          BARATA[pic 9][pic 10][pic 11]

[pic 12]

HOMEM                                                             BESOURO[pic 13][pic 14]

                                     ÁGUA[pic 15][pic 16]

Como estes pequenos animais não conseguiam se esconder com rapidez foram uma presa fácil para o lagarto de Bornéu que começou a ingeri-los em uma quantidade muito grande.

EXPLICAÇÃO: continuar a dinâmica com os fios de lã, simbolizando novas interligações: desta vez simbolizando que o lagarto é predador das baratas e besouros.

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