A DOCÊNCIA EM UMA ESCOLA COM GESTÃO DEMOCRÁTICA

A DOCÊNCIA EM UMA ESCOLA COM GESTÃO DEMOCRÁTICA

INTRODUÇÃO

O conceito mais comum sobre cidadania tem sido explorado exaustivamente dentro de uma organização escolar. O desafio que aqui se coloca é a busca da identidade da escola e do educador, de acordo com seu contexto, suas características, clientela, sem perder de vista ao mesmo tempo o objetivo mais amplo: formar cidadãos que atuem e participem na construção de uma nova realidade social.

Educação para a cidadania requer uma escola que forma cidadãos aptos a participar da sociedade. Tal concepção supõe um “aluno sujeito” de sua própria formação, com participação ativa na elaboração do conhecimento, e de um educador com compromisso ético-pedagógico com a transformação.

A exigência de formação de cidadãos implica a necessidade de um ensino de qualidade para todos, em que todos os alunos aprendam com sucesso, garantindo-lhes saberes e o desenvolvimento de habilidades que lhes permitam cumprir seu papel cidadão.

Na escola, educação de qualidade é de interesse tanto da equipe escolar, como dos educandos e suas respectivas famílias. Qualquer aprimoramento depende de uma procura por cooperação da escola com ela mesma e com sua clientela. Uma escola de qualidade precisa ter uma característica especial, que integra suas equipes, alunos, pais e comunidade.

O objetivo deste Relato de Experiência é demonstrar quais são os fatores contribuintes da gestão democrática para a docência voltada ao exercício da cidadania plena, com práticas democráticas que contribuem para a construção da cidadania pela participação efetiva no espaço escolar democrático e na construção de seu Projeto Político Pedagógico, para uma formação cidadã, de fato.

Desse modo, espera-se oferecer por esse trabalho os subsídios necessários para a implantação de uma cultura política igualitária e democrática que vise à formação cidadã no contexto escolar e social.

DESENVOLVIMENTO

Na LDB, a gestão democrática dos sistemas de ensino e das escolas relaciona-se à gestão dos processos político-pedagógicos desenvolvidos nesses espaços educativos. Sob esse ângulo, envolve aspectos diversos, como, por exemplo, a organização do espaço físico e do trabalho pedagógico da escola, a integração escola-comunidade e a avaliação do rendimento escolar (BRASIL, 1996).

Contudo, a democracia como processo, vem sendo construída lentamente dentro das escolas. As relações democráticas, frutos do trabalho coletivo, que se realiza neste contexto, por meio de múltiplos espaços de participação, nem sempre tem sido vivenciadas. Muitas vezes, os espaços de participação, não estão sendo aproveitados de forma que possibilitem um trabalho coletivo, do fazer escolar.

Nesse sentido, a educação para a cidadania não se completa, pois não há desenvolvimento para a cidadania sem participação. As leis não fazem milagres, por mais avançadas que sejam, visto que a realidade social não muda por um simples querer de um grupo de pessoas. Por serem pontos de partida para que a realidade seja repensada, a aprovação das leis constitui apenas o primeiro passo para reorientar as práticas sociais em geral e as práticas produzidas pela escola, em particular (CESARE, 2010).

Apesar das leis a participação nos processos decisórios nas escolas tem sido de certa forma, mínima, e no que se refere à construção do Projeto Político Pedagógico é bem estreita e muitas vezes inexistente.

Para tanto, pressupõe a participação coletiva nas decisões que visam assegurar o alcance das grandes metas que a escola deve alcançar para cumprir sua função social, e contribuir para formação e exercício pleno da cidadania.

Concorda-se com os autores que a escola tem um importante papel no processo de construção da cidadania. Entretanto, é preciso não perder de vista, ao fazer isso, a instituição escolar não se pode democratizar independentemente de outras instâncias da sociedade.

Na prática docente experimentada e aqui relatada, as alunas perceberam o compromisso com o desenvolvimento de uma educação compromissada com a cidadania nos pequenos detalhes que se observou no dia a dia das escolas, especialmente no momento cívico com a execução do Hino Nacional todas as segundas feiras e o engajamento em campanhas contra a dengue e outras zoonoses que dependem de conscientização popular e participação da comunidade escolar.

As escolas observadas em ofereceram uma educação voltada ao diálogo. Os docentes entendem que a educação parte do princípio que é necessário conversar e criar um ambiente fraterno ao invés de punir, o que demonstrou em curto prazo ser o caminho para uma educação libertadora e democrática.

Nessa convivência de respeito mútuo em que o espaço dentro dos muros escolares se abre para uma participação

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