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A Escola x Família

Por:   •  22/11/2018  •  Artigo  •  1.156 Palavras (5 Páginas)  •  179 Visualizações

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Escola x família

Franciele Paraboni Maffini

Ao dialogar-se sobre a Educação Infantil, é necessário entender que ela é considerada a primeira etapa da educação básica, onde é imprescindível articular o cuidado e a educação, tornando-os como algo indissociáveis, contudo ainda em ação complementar à família e da comunidade, promovendo o desenvolvimento integral da criança e garantindo seus direitos e de suas famílias.

Segundo Monção (2013), o compartilhamento desta educação e cuidado entre os docentes e familiares é elemento chave para o sucesso da qualificação e democratização da Educação Infantil. O entendimento deste elemento é considerado primordial e precisa ser discutido entre as escolas e creches de nosso país. Falar deste compartilhamento é compreender que ao se deparar com a família dentro das escolas as crianças vão estar ampliando sua visão sobre este assunto, se deparando com as novas configurações familiares e ainda se envolver neste contexto de socialização que é a Educação Infantil se tornou.

É importante salientar que dentro das escolas de Educação Infantil os docentes, bem como gestores, colaboradores, buscam a todos instantes garantir os direitos e necessidades das crianças, mas para isso de fato acontecer é preciso um permanente diálogo entre os adultos responsáveis pela educação e as famílias. Somente desta forma é possível compreender cada contexto e realidade que se encontra dentro de uma sala de aula, muitas vezes conhecendo um pouco mais sobre cada família pode-se enfrentar dificuldades que talvez surjam ao longo do caminho como ansiedades, frustrações, medos, etc.

Entretanto, apesar da importância dessa interação, este é um dos aspectos mais delicados e complexos que permeia o cotidiano das escolas de Educação Infantil e desencadeia conflitos permanentes. Conflitos estes que surgem por um questionamento, por uma sugestão e acabam sendo mal interpretados pelos próprios docentes ou familiares consequentemente.  Definir objetivos comuns e partilhar experiências é um desafio diário entre docentes e familiares, afinal precisa-se ter em mente que o objetivo principal é a criança, seu bem estar e seu desenvolvimento, exatamente como orientam as Diretrizes Curriculares da Educação Infantil (2009), compreendendo assim a importância deste diálogo constante.

Segundo Rinaldi (2014), o diálogo é fundamental, e é preciso entender este não só como troca, mas também como processo de transformação em que se perde totalmente a possibilidade prever o resultado final, e sim desencadear inúmeras possibilidades. No que se refere às Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (2009), este documento deixa claro sobre o atendimento integral dos direitos da criança, como já se vem explicitado ao longo do texto.

Os estudos italianos de Fortunatti (2014) e Rinaldi (2014) relatam experiências das  escolas de Réggio Emília e San Miniato, que  compreendem que a participação da família não deve ser uma escolha a ser feita, mas sim parte da identidade de dos nidos[1], já que entendem ser direito das crianças ficarem ao lado de seus pais. A identidade do nido, depende especificamente das relações de comunicação no qual a participação ativa dos pais (tanto social como administrativamente) é considerada parte integrante da experiência educacional.

Rinaldi (2014) deixa claro a importância do relacionamento com as famílias no contexto escolar,  ela afirma que tal relacionamento traz vantagens enormes, promovendo a confiança, além de ser uma possibilidade de superar a solidão, a frustração e a desorientação que algumas vezes torna o trabalho mais difícil.

Parece óbvio que essa participação vem somente a somar dentro do contexto escolar, tanto para os docentes como para as crianças e as próprias famílias. Ao adentrar neste contexto, a família consegue criar novas experiências com os próprios adultos e crianças, assim, passa a recriar a imagem de escola, compreendendo alguns movimentos, regras, propostas que antes não era tão conhecidas.

Desta forma, parece uma necessidade de docentes e famílias construírem relacionamentos que alicercem um atendimento de qualidade e a assunção de toda sociedade quanto à responsabilidade na educação das crianças pequenas, considerando Educação Infantil um projeto da comunidade, não só da escola em si. Não se pode esquecer, entretanto que há um grau de resistência muito grande por parte dos docentes quando se fala da participação da família em projetos, ou visita deste nas salas. Conforme, Rinaldi (2014), este fato se dá devido a falta de autoconfiança, decorrente algumas vezes de baixa autoestima. Ainda pode se ter dificuldade, ou uma rejeição a priori, de trabalhar em horários que nem sempre são adequados a vida profissional, e ainda um corpo administrativo que não seja capaz de perceber claramente a identidade da docente, realizando comparações com outras docentes.

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