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A INCLUSÃO DE CRIANÇAS COM HIDROCEFALIA NO ENSINO REGULAR

Por:   •  21/11/2017  •  Artigo  •  5.128 Palavras (21 Páginas)  •  2.615 Visualizações

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A INCLUSÃO DE CRIANÇAS COM HIDROCEFALIA NO ENSINO REGULAR

RESUMO: O presente artigo tem como principal objetivo demonstrar a importância e real necessidade da inclusão de crianças com deficiência e da preparação do pedagogo na ponte entre estes alunos e a sala de aula regular, não somente no que tange à aprendizagem, mas a influência deste recurso como instrumento na construção da cidadania tanto dos alunos com deficiência, quanto dos demais. A pesquisa se desenvolveu com foco nas crianças portadoras de hidrocefalia, já que, ao se trabalhar e conviver com a diversidade, todos ganham, pois é em um ambiente em que se convive e se respeita as diferenças, que se constrói a consciência cidadã e o respeito, tão importante e tão necessário no convívio social.

PALAVRAS-CHAVE: Inclusão; Hidrocefalia; aprendizagem.

1 Introdução

A hidrocefalia é uma doença que atinge muitas crianças e se configura em uma patologia cuja principal característica é o acúmulo do líquido cefalorraquidiano dentro do crânio, fator que ocasiona inchaço cerebral. Esta doença pode atingir bebês, crianças, adolescentes e também idosos. A causa mais comum da hidrocefalia é uma obstrução da passagem do líquor, seja por prematuridade, cistos, tumores, traumas, infecções ou uma malformação do sistema nervoso como é apresentado na mielomeningocele. A hidrocefalia em recém-nascidos ou bebês, normalmente é classificada como congênita e pode estar relacionada a causas diversas, entre elas doenças como caxumba, rubéola, etc.

Esta patologia ocasiona diversas sequelas, exigindo acompanhamento específico e tratamentos diversos, ocasiona também limitações das funções orgânicas, nas relações sociais, no aspecto cognitivo, e em seu desenvolvimento geral, exigindo assim, acompanhamento específico de profissionais preparados para isso.

Neste sentido, vale ressaltar que, de acordo com Januzzi (2004 p. 155) “cerca de 14% da população brasileira apresenta algum tipo de deficiência e, deste total, 68% é de pessoas com deficiência mental”. Diante de tal informação, a relevância do tema ora apresentado se faz evidente, principalmente quando se considera que o trabalho com crianças com deficiência estão presentes no cotidiano dos profissionais de educação, que devem estar preparados para as situações que possam vir a surgir nas salas de aula.

Esta pesquisa surge a partir da observação da dificuldade de se efetivar a inclusão de crianças com Hidrocelafia ou mesmo outras deficiências no ambiente escolar. Apesar de que a inclusão de crianças com deficiência seja um tema amplamente discutido e ser um direito, este continua sendo um assunto bastante complexo, principalmente, quando se vivencia as dificuldades na prática da inserção de alunos com deficiência, fator que coloca em dúvida a efetividade deste processo tanto para o aluno com deficiência, quanto para o andamento das aulas. O que muito se observa, são alguns professores que manifestam a dificuldade em lidar com esses alunos, não se sentindo preparados para este trabalho, ficando, de certa maneira, dependentes do professor responsável pela sala de recursos (ou reforço escolar).

2 Breve Histórico da Educação Especial no Brasil

De acordo com a literatura analisada, a primeira instituição voltada ao atendimento de pessoas com deficiência mental foi o Hospital Juliano Moreira, localizado em Salvador BA. Januzzi (2004, p. 16) afirma que “o Pavilhão Bourneville, em 1903 no Rio de Janeiro como a primeira Escola Especial para Crianças Anormais no Brasil”.

Ainda em conformidade com a autora, a educação de crianças com deficiência foi intimamente ligada à medicina até aproximadamente a década de 1930, período em que a Psicologia e a Pedagogia passam a ganhar espaço, graças a um educador que atuava no município de Campinas-SP, chamado Norberto Souza Pinto. Outra grande influência foi da educadora Helena Antipoff, cuja visão estava bastante ligada ao “movimento Pestalozziano”, que iniciou-se no Brasil, na cidade de Porto Alegre – RS, com a Fundação do Instituto Pestalozzi no ano de 1926. Antipoff, que atuava em Minas Gerais em cursos de formação de professores e tinha uma abordagem majoritariamente psicológica, auxilia na fundação da Sociedade Pestalozzi de Belo Horizonte - MG, no ano de 1932, e da unidade do Rio de Janeiro no ano 1948, impulsionando assim, a criação de outras instituições, com o propósito de oferecer educação especial às pessoas com deficiência mental. (JANUZZI, 2004 p. 19).

No ano de 1954 é fundada no Rio de Janeiro a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE. Nesta entidade se destaca a professora Olívia Pereira, que é uma das precursoras da implantação da educação especial no Brasil, com ênfase na organização de atividades profissionalizantes voltadas às pessoas com deficiência, incentivando assim, a autonomia dessas pessoas. (JANUZZI 2004, p. 20).

A professora Olívia liderou em nosso País eventos que discutiam o princípio de Normalização proposto por Bengt Nirge da Dinamarca no ano de 1959, com objetivo de criar condições de vida para a pessoa retardada mental, semelhantes, tanto quanto possível, às condições normais da sociedade em que vive. Sendo uma das mais atuantes incentivadoras da Educação Especial, participou da criação do Centro Nacional de Educação Especial – CENESP no ano de 1973, da Secretaria de Educação Especial – SESPE no ano de 1986 bem como da Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência – CORDE no ano de 1986. (JANUZZI 2004, p. 21).

Oficialmente, o atendimento ao deficiente mental passa a se organizar na década de 1970 sob a orientação de propostas curriculares, documentos administrativos e normativos como os CENESP/MEC, 1979, 1984 e 1986. Com base nesta iniciativa, deram-se a adequação de terminologias e a ênfase na inserção da criança com deficiência na classe comum com apoio de salas de recursos para sua área de deficiência. estendendo-se as orientações organizacionais dos serviços especializados à Política Nacional de Educação Especial no ano de 1994. (MANSANERA et al. 1980).

Observa-se que o enfoque dos serviços educacionais voltados à Pessoa com Deficiência – PCDs, mantém o mesmo enfoque, predominando a inserção de crianças com deficiência em classes comuns com e sem o suporte das salas de recursos.

Neste contexto, o fim do século XX é marcado pelas orientações da Educação Inclusiva, no sentido de que todas as escolas estivessem preparadas para receber a todos os alunos, inclusive os que apresentassem algum tipo de deficiência. O principal marco mundial da Educação inclusiva é a Declaração de Salamanca, que é um Documento elaborado na Conferência Mundial sobre Educação Especial, em Salamanca, na Espanha, em 1994, cujo objetivo foi o de prover as diretrizes fundamentais visando a formulação e reforma de políticas e sistemas educacionais de acordo com o movimento de inclusão social. (MENEZES, 2001).

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