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A significação conceitual da reescrita

Por:   •  25/4/2022  •  Projeto de pesquisa  •  2.293 Palavras (10 Páginas)  •  54 Visualizações

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A SIGNIFICAÇÃO CONCEITUAL PELA ESCRITA E REESCRITA ORIENTADA EM AULAS DE QUÍMICA

Judite Scherer Wenzel e Otavio Aloisio Maldaner

  • Resumo

O artigo inicia esclarecendo que trata-se de um recorte de pesquisa de doutoramento, no qual se investigou/acompanhou as aulas de Química I em um Curso de Graduação em Ciências de uma Universidade Federal localizada na região sul do país. Seguindo o texto, falam sobre o intuito da pesquisa que é a de realizar em contexto real de sala de aula, tendo como temática a significação conceitual em química pela escrita e reescrita orientada, com a preocupação voltada, também, para a ressignificação da prática pedagógica, onde diferentes instrumentos pedagógicos foram utilizados com os alunos para possibilitar a escrita e a reescrita. A professora também registrava, em diário de bordo, tudo o que pudesse auxiliá-la na ressignificação da prática pedagógica e na própria qualificação de seu ofício.

O intuito da pesquisa presente nesse artigo é o comprometimento com a boa aprendizagem dos alunos, para tanto, descreve-se cada um dos instrumentos pedagógicos utilizados e avalia-se seu uso pensando na sua contribuição para as aulas de química e na sua operacionalidade em diferentes contextos de ensino. O texto está subdividido em três partes: uma mais teórica na qual dialoga-se sobre a importância do uso da escrita e reescrita nas aulas de Química; na segunda parte, ainda em perspectiva teórica, apresentam-se os resultados construídos mediante revisão bibliográfica realizada no periódico Química Nova; já na terceira parte discute-se mais efetivamente o ensino praticado e acompanhado pela pesquisa. Assim, além de abordar alguns resultados da prática realizada e acompanhada pela pesquisa, faz-se uma discussão sobre o uso da escrita no ensino superior em Química e argumenta-se sobre a sua importância para a significação conceitual em química.

Partindo para a primeira subdivisão do texto, defende-se essa prática da escrita e da reescrita nas aulas de Química como um caminho capaz de possibilitar aos estudantes a apropriação e a evolução no significado conceitual em química. Segundo os autores, Klein e Aller, que falam sobre a importância do escrever nas aulas de química, enfatizaram que numa discursão que ocorreu numa conferência que a escrita possibilita ao estudante o pensamento químico, aperfeiçoando o entendimento de conceitos químicos, bem como aumenta a comunicação entre estudantes e professores, qualificando os modos interativos de ensino, o que leva, potencialmente, a um aprendizado melhor em química, pois o processo de escrever é considerado um meio para estruturar o pensamento, pois exige uma maior organização cognitiva do que a fala, pois a compreensão na escrita somente é possível pelo conjunto de palavras e de combinações usadas de maneira articulada e bem estruturada.

Ao se tratar da linguagem química com suas particularidades é importante que o estudante perceba o uso que ele faz de uma determinada palavra e que consiga estabelecer as relações necessárias para dar à escrita um sentido químico favorável. E com isso, nesse processo de escrita e reescrita, avançar na significação conceitual em química. Há algumas diferenças quanto ao posicionamento do sujeito que escreve e o processo de escrita em si, no primeiro caso a escrita consiste mais num relato, o autor apenas conta o que sabe e não se preocupa em retomar o que escreveu. No segundo caso, o escrever é considerado como uma situação problema e, com isso, o autor revisa os seus textos e descobre novas relações e nesse processo transforma o seu pensamento. Por essa prática o estudante retoma o que já escreveu e pela ajuda do professor consegue avançar.

Nas palavras de Rivard e Straw, “a escrita exigiu uma postura lógico reflexiva, que possibilitou aos estudantes refinar o seu pensamento, melhorando, assim, o seu entendimento conceitual”. Também, numa perspectiva histórico-cultural, Góes, ao falar sobre a escrita, diz que essa consiste numa “instância propícia para a emergência e elevação dos níveis de reflexividade na esfera da linguagem e, por decorrência, da atividade mental”. Vigotski defende que a prática da escrita somente é possível mediante a tomada de consciência e o domínio da linguagem. Analogamente, ao pensar na prática da escrita nas aulas de química entende-se que o estudante apenas é capaz de escrever fazendo uso coerente dos termos específicos da linguagem química pela tomada de consciência de tais termos, o que, por sua vez, dá indícios da formação do seu pensamento químico.

Entende-se que o estudante, ao ter um maior contato com a linguagem química e ao se apropriar de alguns termos, será capaz de fazer uso das palavras para organizar um posicionamento, para explicar determinado fenômeno, para responder a algum questionamento, para assim iniciar no processo de argumentação em química, pois este é um longo caminho a ser percorrido, mas que pode ser iniciado quando ele passa a fazer uso consciente da linguagem química em diferentes contextos pedagógicos. E, assim, o estudante, ao se apropriar dessa linguagem, terá melhores condições cognitivas de argumentar quimicamente e de se comunicar fazendo uso cada vez mais consciente de gêneros textuais mais específicos.

Na parte dos resultados e discursões, tratamos a segunda parte, que fala especificamente para ter uma ideia sobre a prática da escrita nos cursos de graduação em Química, uma vez que as aulas de química que foram acompanhadas foram nesse nível de ensino, julgou-se importante analisar os artigos publicados na revista Química Nova. A busca contemplou a seção Educação no período de 2000 a 2012. Nesse período foram publicados 260 artigos e o critério para a seleção dos artigos para serem analisados considerou a presença das palavras: argumentação/comunicação, linguagem química/científica, escrita ou leitura, quer no título, quer nas palavras chaves dos artigos. Com esses critérios estabelecidos foram selecionados 08 artigos para análise. Justifica-se a escolha por essa revista por se tratar de um periódico mensal consolidado na área da Química no Brasil e pelo seu acesso através do portal “www.scielo.br” que reúne publicações científicas latino-americanas e que é mantido por agências brasileiras de fomento à pesquisa. A seção Educação foi escolhida por apresentar artigos de investigações direcionados ao ensino de Química para a graduação e para a pós-graduação.

É apresentado uma tabela que apresentam-se os títulos dos artigos selecionados, as palavras-chaves, o ano de publicação e também um código identificando cada um dos artigos. Os artigos selecionados apresentaram diferentes discussões teóricas que tinham como temática geral a linguagem química nos Cursos de Graduação em Química. Os artigos A2, A5, A7 e A8 apresentaram na sua discussão uma maior ênfase para aspectos específicos da linguagem científica com atenção para a importância de o estudante aprender a estrutura dos argumentos científicos. Em A3 os autores, Júnior e Silva, retratam a carência ou o uso não orientado de leituras num determinado Curso de Graduação em Química. Ressaltam que as leituras que são realizadas reduzem-se apenas à leitura do livro didático das disciplinas específicas. No artigo A4 foi apresentada uma discussão sobre a importância da significação da linguagem química para o ensino da química orgânica.

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