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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL- TEMÁTICAS PARA O ENSINO DA LEITURA E DA ESCRITA

Por:   •  11/10/2016  •  Trabalho acadêmico  •  5.128 Palavras (21 Páginas)  •  403 Visualizações

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FACULDADE DE TECNOLOGIA SÃO FRANCISCO- FATESF[pic 1]

CURSO DE EXTENSÃO – ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL- TEMÁTICAS PARA O ENSINO DA LEITURA E DA ESCRITA

EDIRA MARIA PEDRA LOUBACH

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL- TEMÁTICAS PARA O ENSINO DA LEITURA E DA ESCRITA

BARRA DE SÃO FRANCISCO – ES

2015

EDIRA MARIA PEDRA LOUBACH

[pic 2]

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL- TEMÁTICAS PARA O ENSINO DA LEITURA E DA ESCRITA

BARRA DE SÃO FRANCISCO-ES

2015

ATIVIDADE 1

A polêmica sobre ensinar ou não as crianças a ler e a escrever já na Educação Infantil tem origem em pressupostos diferentes a respeito de várias questões. Entre elas: 

■ O que é alfabetização? Alguns educadores acham que é a aquisição do sistema alfabético de escrita; outros, um processo pelo qual a pessoa se torna capaz de ler, compreender o texto e se expressar por escrito. 

■ Como se aprende a ler e escrever? Pode ser uma aprendizagem de natureza perceptual e motora ou de natureza conceitual. O ensino, no primeiro caso, pode estar baseado no reconhecimento e na cópia de letras, sílabas e palavras. No segundo, no planejamento intencional de práticas sociais mediadas pela escrita, para que as crianças delas participem e recebam informações contextualizadas. 

■ O que é a escrita? Há quem defenda ser um simples código de transcrição da fala e os que acreditam ser ela um sistema de representação da linguagem, um objeto social complexo com diferentes usos e funções.

Em razão desses diferentes pressupostos, alguns educadores receiam a antecipação de práticas pedagógicas tradicionais do Ensino Fundamental antes dos 6 anos (exercícios de prontidão, cópia e memorização) e a perda do lúdico. Como se a escrita entrasse por uma porta e as atividades com outras linguagens (música, brincadeira, desenho etc.) saíssem por outra. Por outro lado, há quem valorize a presença da cultura escrita na Educação Infantil por entender que para o processo de alfabetização é importante a criança ter familiaridade com o mundo dos textos. 

Na Educação Infantil, as crianças recebem informações sobre a escrita quando: brincam com a sonoridade das palavras, reconhecendo semelhanças e diferenças entre os termos; manuseiam todo tipo de material escrito, como revistas, gibis, livros, fascículos etc.; e o professor lê para a turma e serve de escriba na produção de textos coletivos. 

Alguns alunos estão imersos nesse contexto, convivendo com adultos alfabetizados e com livros em casa e aprendendo as letras no teclado do computador. Eles fazem parte de um mundo letrado, de um ambiente alfabetizador. Outros não: há os que vivem na zona rural, onde a escrita não é tão presente, e os que, mesmo morando em centros urbanos, não têm contato com pessoas alfabetizadas e com os usos sociais da leitura e da escrita. 

Grande parte das crianças da escola pública depende desse espaço para ter acesso a esse patrimônio cultural. A Educação Infantil é uma etapa fundamental do desenvolvimento escolar das crianças. Ao democratizar o acesso à cultura escrita, ela contribui para minimizar diferenças socioculturais. Para que os alunos aprendam a ler e a escrever, é preciso que participem de atos de leitura e escrita desde o início da escolarização. Se a Educação Infantil cumprir seu papel, envolvendo os pequenos em atividades que os façam pensar e compreender a escrita, no final dessa etapa eles estarão naturalmente alfabetizados (ou aptos a dar passos mais ousados em seus papéis de leitores e escritores)".

ATIVIDADE 2

Dentro dessa dimensão as autoras e em coaduno Müller (2006) apontam para a necessidade do reconhecimento por parte dos educadores da infância da cultura infantil, uma vez que seu entendimento tem ligação direta com as concepções que as crianças fazem do mundo, da vida e de si. Eis aí a importância da pesquisa desenvolvida que primou por dar voz e vez as crianças dentro de seu contexto de pertencimento, uma sala de pré-escola

Quando aplicado à questão da relativa falta de influência das crianças na tomada de decisões formais, há várias possibilidades. É possível que as habilidades das crianças em determinado ambiente de práticas de expressão simplesmente se tornem um déficit em outro. Quando solicitadas a falar informalmente, entre outras e com elas, as crianças se saem bem. Quando solicitadas a falar formalmente, sem apoio, sozinhas e por si próprias, elas não vão tão bem, pois continuam a agir como se estivessem em um contexto informal. É possível que seja negada às crianças a oportunidade de expressar-se durante tomadas de decisão formais, pois os adultos supõem que elas sejam incapazes de falar sozinhas, sem mediação e por si próprias. Além disso, pode ser que dar voz às crianças na tomada de decisões em instituições formais exija que tais práticas de expressão sejam mudadas, tomando como modelo as relações informais. (LEE, 2010, p.43)

Ou seja, a falta e a abundância de voz das crianças se dão muito mais em função das suposições feitas pelos adultos do que das próprias capacidades expressivas das crianças. O que levanta a questão de que a palavra voz pode significar muitas coisas. Desde a oralidade até mesmo ao grafismo, extrapolando o que se diz para o que se comunica. Lee (2010) busca entender essas ambiguidades que o termo “voz” traz para as crianças.

A privação de voz das crianças é produto de um desenvolvimento histórico que a considerou como inferior, submissa, incapaz, entre outros adjetivos pejorativos. A criança era posicionada como um “vir-a-ser humano” em vez de como um “ser humano” (LEE, 2010). Percebemos então, que a criança não é muda, mas foi silenciada pelos mecanismos políticos, a fim de mantê-la na sua posição inferior, e proteger a efetividade da voz dos adultos. Crianças possuem voz sim, e precisamos aprender a ouvi-las, bem como compreender suas mais diversas formas de comunicação.

Dar voz às crianças então, não é apenas permitir que elas falem, mas além disso, é reconhecer que elas falam e que suas vozes possuem extrema importância nos mais diversos contextos. As crianças não são mudas. Elas aprendem a se comunicar desde que nascem, através do choro, de expressões faciais, de balbucios, e mais adiante, de garatujas, e etc. Aprendem a oralidade, como a conhecemos, durante o seu desenvolvimento. E a linguagem oral é fundamental para sua comunicação, pois a partir da compreensão do que é dito e de como se diz, as crianças criam capacidades para falar. Mas a comunicação é algo presente desde cedo e deve ser problematizada nos seus devidos fins.

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