ALFABETIZAÇÃO NA PRÁTICA EDUCATIVA ESCOLAR

ALFABETIZAÇÃO NA PRÁTICA EDUCATIVA ESCOLAR

(GONTIJO, Cláudia Maria Mendes)

Alfabetizar, ensinar a ler e escrever tem sido consideradas pelos professores que atuam nas séries iniciais do ensino fundamental como tarefas difíceis de serem realizadas nas escolas.

Professores experientes evitam trabalhar com crianças na fase inicial da aprendizagem da leitura e da escrita. A tarefa acaba sendo destinada aos profissionais com pouca experiência.

A autora concorda que ensinar a ler e escrever não e tarefa fácil.

Entretanto sinaliza que para o sucesso da alfabetização alem de condições essenciais é preciso duas premissas básicas: crença de que todas as crianças têm condições de aprender e a clareza de que o trabalho educativo é uma atividade intencional, organizada e sistemática que visa ao alcance da aprendizagem.

Considerando o planejamento como premissa essencial para que as crianças se apropriem da leitura e escrita, é necessário termos como ponto de partida para a organização do trabalho educativo um conceito de alfabetização que abranja diferentes dimensões desse processo que deverão ser eixos norteadores do trabalho em sala de aula.

Dessa forma a alfabetização deve ser vista como:

[...] uma prática sociocultural em que se desenvolve a formação da consciência crítica, as capacidades de produção de textos orais e escritos, a leitura, os conhecimentos sobre o sistema de escrita da língua portuguesa, incluindo a compreensão das relações entre sons e letras e letras e sons (p. 8).

Mas... Por que... A autora evidência...

1 - Prática sociocultural

[...] o que caracteriza o processo de alfabetização como histórico-cultural é o fato de os elementos constitutivos desse processo serem resultado de práticas sociais. As crianças, os jovens e os adultos não inventam, durante o processo de alfabetização, o sistema de escrita, o lápis, o caderno etc. e nem tampouco inventam os modos de sua utilização; eles se apropriam do resultado do desenvolvimento social e, ao fazerem, garantem a continuidade da história e, portanto a construção de novos instrumentos, novas práticas pelo processo de diversificação e reconstrução das já existentes (GONTIJO, p. 8).

2- O desenvolvimento da formação da consciência crítica.

Não podemos abandonar o legado de Paulo Freire que compreende a alfabetização como um processo fundamental da formação da consciência crítica, pois, para ele, a alfabetização é um ato eminentemente político.

3- O desenvolvimento das capacidades de produção de textos orais e escritos, de leitura...

A alfabetização é um processo de produção de sentidos por meio do trabalho da leitura e da escritura. Assim, ler e escrever são atividades, por meio das quais as crianças, os jovens expõem para os outros e para si mesmos o que pensam, sentem, desejam, gostam, concordam, discordam etc. Nesse sentido, é interação com o outro, por meio da leitura e da escritura; é, portanto, um processo dialógico desde

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