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Abuso de poder nas escolas

Por:   •  17/6/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.061 Palavras (9 Páginas)  •  518 Visualizações

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O ABUSO DE PODER NAS ESCOLAS

1) Introdução        

        No cotidiano ainda é possível notar muito das relações tradicionais quando se trata do âmbito escolar. Há uma pirâmide hierárquica em que sua principal função, em muitas escolas, é amedrontar os alunos. Diretores mandando nos vice-diretores, estes se impondo para os supervisores, continuando esta cadeia até terminar no aluno. Daí, surge o autoritarismo escolar. O sufixo ismo é o indicador de doenças, ou seja, quando alguma palavra possui este sufixo, já pode ser inferido que se trata de uma doença. Concluindo que, o autoritarismo não seria diferente.

Se impor de qualquer modo, gritando, ameaçando, expulsando de salas, humilhando, não é uma forma adequada de impor respeito. Todos sabem que dentro de uma sala de aula, a autoridade é o professor, e lá é este que vai dizer como proceder.

Segundo TAVARES (2009) a educação foge a domesticação e faz do educando o centro do processo, o que é corroborado com as ideias de Freire (2003) quando nos adverte que trabalhamos sobre o aluno e não com o aluno, por isso faz-se necessário uma educação desinibidora, educação pleiteada por educadores que anseiam pela liberdade, pela busca do conhecimento, pela pesquisa e criticidade de seus educandos sem abrir mão de sua humanização.

A linha entre autoritarismo e respeito são muito próximas, e muitas vezes é o que é designado como abuso de poder. E a partir daqui, que se pode notar a submissão na escola, onde pessoas com cargos mais alto pensam que pode mandar em qualquer um abaixo de si, ou seja, que qualquer um que não esteja em seu nível, deve ser seu submisso. A submissão é o cerne da pobreza, visto que uma boa definição de pobreza não é estar privado de bens materiais, é estar privado de construir suas oportunidades. Uma das maneiras de se acabar com a miséria é através da educação, pois um ser educado consegue prover o próprio sustento e aprende a ser obediente e não submisso.

De acordo com Gadotti (2004) a educação deve se basear na vida para torná-la melhor e ensinar para a vida é também humanizar e socializar nossos educandos. Campos (1987, p. 14) ainda ressalta que o “aprendizado leva o indivíduo a viver de acordo com o que aprende”.

        Uma escola não pode oferecer uma cidadania tutelada, o que faz de seus alunos massa de manobra, submissos e ignorantes e tampouco desejar uma cidadania assistida, porque aceita apenas a assistência necessária e tem como ideal viver sem assistência. A escola deve levar seus alunos a conquistar uma cidadania emancipada, aquela que faz saber o que querer, por que querer e como querer, que faz cidadãos críticos, ativos e humanizados. Acredita-se que através da cidadania emancipada, se conseguirá minimizar um pouco as diferenças sociais. Se cada professor pudesse confrontar seus alunos com um padrão particular a que ele quer que atendam, o resultado seria o caos, a desordem, e não o individualismo” (Buber, apud Murphy, 1988, p.90-91).

2) Objetivos

        Esta pesquisa tem por objetivo a análise crítica de como ocorre a submissão na escola, através da comparação entre a teoria e a prática. Observar se existe essa relação entre teoria e prática e o motivo disso acontecer. Com isso, traçar meios alternativos, de modo que, poderia erradicar tal postura adotada por alguns funcionários.

3) Materiais e Métodos

        Para um bom desenvolvimento do trabalho, realizou-se uma vasta pesquisa bibliográfica, de modo a entender como é trabalhada a questão do autoritarismo nas escolas. Um formulário foi criado em prol de que professores da rede pública de todo o país, pudesse responder como essa questão é tratada nas escolas em que estes trabalham.

4) Resultados e Discussões

4.1) Aplicação dos formulários        

        O formulário foi criando com 5 perguntas em torno da didática utilizada pelos professores em torno do assunto autoritarismo e submissão. Foi enviado para mais de cinco mil pessoas, via e-mail, grupos de facebook, grupos de outras universidades em prol da diversificação das respostas e de um melhor resultado.

        Foi obtido um número significativo de respostas o que resultou na diversidade na qual procurava. Em relação ao autoritarismo, a grande maioria dos professores responderam que ela é uma ferramenta considerada ótima para se trabalhar em sala de aula, muitos afirmam que sem ela, não existiria uma turma que respeite o professor.

        Em seguida a pergunta era relacionada com o professor “malvado” em sala de aula e se essa tática funciona. A grande maioria das respostas foi que isso é algo inútil, que os alunos de hoje não têm mais medo do professor. Dando sequência, foi abordado o assunto sobre como dar uma aula sem interrupções, de qualquer natureza vinda do aluno. Nesse quesito, noventa e oitos por cento das respostas afirmavam que os alunos que não desejam assistir a aula devem ser colocados para fora da sala. Por fim, a última pergunta estava relacionada se a educação do país poderia melhorar, e todos disseram que sim, e que acreditam numa educação melhor.

        É irrefutável não discutir tal pesquisa, os professores, muitas vezes, se contradizem. Ser autoritário é um método adequado, mas colocar medo não. Os alunos não diferenciam o autoritarismo e o medo, e acham que isso é a mesma coisa. Isso foi evidenciado através de uma pesquisa com os alunos, que em maioria, afirmam que os professores que eles mais temem, são os mais autoritários, mesmo sabendo a diferença entre autoritarismo e medo.        

Resumidamente, a maioria dos professores acreditam numa educação melhor, onde haverá respeito mútuo e que não haverá abuso de poder. Embora achar que a melhor forma de conseguir isto é deixar os alunos desinteressados fora da sala de aula.

4.2) Entrevistas

        As entrevistas foram realizadas em uma escola estadual na cidade de Ponte Nova - MG. Foram entrevistados quarenta e sete professores no total. Em geral, durante a entrevista, todos concordam que utilizar de métodos abusivos, como gritar, humilhar, expulsar, expor, o aluno errôneo, porém aproximadamente oitenta e três por cento dos professores se baseiam em um ou mais destes métodos. A explicação que eles dão é devido ao tempo de serviço, a longa jornada de trabalho, e a falta de respeito de alguns alunos. Como diria um deles “...estou aqui a 15 anos, os alunos não têm e nem dão valor, não respeita, nem importam com sua aula, eu grito, mando pra direção, pois eu não educo filho de ninguém...”. Isso nota um pouco de descaso do professor, ele cansou de tentar ajudar o aluno, ou de mostrar que utilizar desses métodos abusivos não traz retorno algum.

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