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As Características do Pensamento de Vigotski

Por:   •  12/10/2020  •  Dissertação  •  1.031 Palavras (5 Páginas)  •  162 Visualizações

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Professor: Fábio Riemenschneider

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Disciplina: Psicologia da Educação para os AIEF

Aluna: Sílvia De Cássia dos Santos Paulo

Núcleo Formativo III / Turma A

Atividade assíncrona:

Descreva 3 características do pensamento de Vigotski

        Lev Vigotski, nascido em 1896 em uma família judia na Bielo-Rússia, é quase que um renascentista, por sua formação ampla, universal, que resultou em mais de 200 artigos científicos. Muito da sua produção foi feita no contexto da revolução soviética, com fundamentação epistemológica marxista – motivo que impediu que ele fosse lido por muito tempo, tanto no Brasil quanto em outros países. Curiosamente, na Rússia, ele era criticado por não embasar seus estudos na luta de classes.

"Na ausência do outro, o homem não se constrói homem", escreveu. Rejeitava o inatismo e empirismo, por acreditar que a formação do sujeito se dá a partir de sua relação dialética com a sociedade, com o ambiente e as interferências de um sobre o outro nessa interação. A constituição da subjetividade humana se dá no contexto sócio-histórico em que ele está inserido.

Dos estudos de Vigotski, destacam-se: a natureza social do homem; a mediação instrumental e simbólica; as funções psicológicas superiores (FPS); as relações entre linguagem e pensamento e entre aprendizagem e desenvolvimento; a Zona de Desenvolvimento Real (ZDR) e a Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP).

No plano genético de desenvolvimento, constitui-se o homem total em 4 aspectos: filogênese (espécie biológica humana), ontogênese (indivíduos biológicos específicos), sócio gênese (histórico-cultural), micro gênese (experiências individuais). Ou seja, o homem total deve ser considerado dentro de sua espécie como indivíduo dessa espécie, como inserido dentro do contexto histórico-cultural, mas que tem sim suas peculiaridades. Se em relação aos dois primeiros aspectos não há o que se fazer, no que se refere à sócio e à micro gênese é possível haver e devem ser feitas interferências. O homem total existe existem em todas as perspectivas – ele é biológico, é histórico, é cultural, é social, é psicológico, e tudo isso deve ser considerado ao se pensar na constituição do ser humano.

A natureza do homem é social, pois ele interage socialmente, estabelece vínculos e constrói conhecimento em um contexto diferenciado para cada um. Todos esses vínculos e relações se dão a partir de mediações que são instrumentais e simbólicas.

A mediação instrumental se dá por instrumentos que permitem a relação com o ambiente de maneira mais precisa; é a obtenção de ferramentas que melhoram nossa capacidade de usar nossos sentidos, potencializando nossas capacidades sensoriais e motoras, por exemplo.

Na mediação simbólica não há necessidade de instrumentos concretos, físicos – o que se precisa é de uma capacidade de organizar, através de símbolos, dados da realidade que nos permitam melhor interação social. A linguagem é um exemplo disso, já que a partir da apropriação de seus símbolos e da habilidade de associá-los é possível organizar o pensamento e chegar ao conhecimento.

Todo aprendizado é mediado, necessariamente. A mediação simbólica permite que o conhecimento se inicie a partir do que já nos é dado culturalmente, pois há mecanismos culturais e simbólicos que nos permitem acesso tanto ao passado quanto ao futuro. Por isso a cultura é fundamental: podemos pensar, assimilar, incorporar tudo o que já foi realizado pelo ser humano, bastando ter acesso a essa mediação simbólica que nos insere nessa cultura, permitindo-nos pensar mundos diversos sem necessariamente ter de concretizar-nos neles.

Vigotski discute o desenvolvimento centrando-se nas funções psicológicas superiores, diferentes daquelas que são básicas, mais relacionadas à filogênese e à oncogênese. Aqui, a grande diferença entre Vigotski e Piaget, que se ocupou mais dessas funções psicológicas basais, partindo da questão biológica para chegar às funções mais sofisticadas. Vigotski sabe da importância da biologia, que fundamental para se entender o homem, mas não é ela que vai fazer o homem. O que vai fazer o homem é a cultura, são essas características de mediações simbólicas e instrumentais, que se dão através de um potencial de troca contínua nas relações do homem em sua convivência social.

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