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As Teorias de Currículo e Seus Aspectos

Por:   •  24/11/2016  •  Resenha  •  1.083 Palavras (5 Páginas)  •  2.841 Visualizações

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Referência Bibliográfica: LOPES, Alice Casimiro; MACEDO, Elizabeth. Currículo. In: Teorias de Currículo. Rio de Janeiro: Cortez, 2011. P. 19-42.

 

Neste capítulo, as autoras apresentam as diferentes correntes teóricas acerca do campo do currículo, com o objetivo de mostrar como foram construídos os sentidos atribuídos ao currículo, situando-o em perspectivas históricas. Buscam enfatizar também, que apesar da ampla discussão e das disputas que envolvem esse campo, não é possível chegar a uma definição única e verdadeira do que seja tal termo, pois nas variadas teorias o objeto currículo assume um significado, ou seja, possui sua especificidade. Na tentativa de selecionar, organizar e estruturar os conteúdos para ensinar, é que foram sendo criadas as diferentes teorias curriculares.

A primeira teoria apresentada é a eficientista, tendo como principal percursor Bobbitt. Para ele o currículo deve ser científico, baseado em conceitos de eficácia, eficiência e economia. Este modelo curricular tinha como finalidade a formação eficiente, com o objetivo de atender às exigências e demandas do processo produtivo, isto é, o currículo visava formar um adulto para atividades produtivas na sociedade americana.

Na perspectiva teórica progressivista, tendo como principal representante John Dewey, o foco central do currículo está na resolução de problemas sociais, ou seja, os assuntos escolares deveriam ser oriundos das circunstâncias práticas da vida humana, valorizando as experiências prévias. Esta teoria rivaliza com o eficientismo proposto por Bobbitt, para o progressivismo a aprendizagem é um processo contínuo e não uma simples preparação para a vida adulta.  

As duas teorias concebem um currículo no sentido de “plano formal das atividades/experiências de ensino e de aprendizagem” (pág. 21)  influenciando no Brasil, o Movimento da Escola Nova em 1920, onde mostrava-se necessário decidir o que ensinar afim de solucionar os problemas sociais advindos da recente industrialização. Foi a partir desse objetivo de decidir sobre o que ensinar que o campo curricular ganhou força no país.

O modelo de currículo proposto por Ralph Tyler, articula as abordagens eficientista com a progressivista. Para o teórico, a teoria curricular deve estar centrada na formulação de objetivos, isto é, procedimentos para a elaboração de currículo. A racionalidade de Tyler não apenas se apresenta em responder as questões fundamentais que permitem elaborar qualquer currículo ou plano de ensino, são essas: definição dos objetivos de ensino; seleção e criação de experiências de aprendizagem; organização das experiências de modo a garantir eficiência no processo de ensino; e avaliação do currículo. Ele vai além ao estabelecer que a eficiência de um currículo, está estritamente vinculada à avaliação do rendimento dos alunos.  

Com isso, pode-se inferir que essa racionalidade tyleriana está presente na avaliação curricular brasileira. As provas ENEM, Provinha Brasil, OBMEP, ENADE entre outras avaliações externas à instituição escolar, nada mais são do que uma avaliação dos objetivos estipulados pelo governo, onde o resultado é diretamente ligado a qualidade das instituições avaliadas.

Em contraponto com as questões acima levantadas, as autoras evidenciam no segundo tópico “O primeiro silêncio: sobre hegemonia, ideologia e poder” as críticas que as abordagens científicas do currículo sofreram no decorrer das décadas. Os estudos críticos ao currículo como aparato de controle social baseado em teorias marxistas, iniciam-se na década de 70, o que ficou conhecido como teorias de correspondência ou reprodução.

Os teóricos que partem dessa concepção buscam demonstrar como a forma em que o sistema escolar está organizado, contribui para garantir a diferenciação social, a divisão entre as classes econômicas. Isto é, o currículo é entendido como um aparelho de controle ideológico do Estado. Louis Althusser – que constituiu o ponto de partida da teoria crítica - entende que o sistema educativo visa preparar os sujeitos de distintas classes sociais para assumir os papeis que são destinados pelo sistema capitalista, nessa mesma linha de raciocínio, outros teóricos como Baudelot e Establet compreendem que a escola não é uma instituição social que garante oportunidades para todos, pois a formação intelectual dos sujeitos partem de uma minoria com interesses particulares para que haja garantia da diferenciação baseada em poder aquisitivo.

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