ESCOLA E FAMÍLIA: parceria necessária

2 ESCOLA E FAMÍLIA: uma parceria necessária

2.1 A família e o desempenho escolar

A qualidade da Educação Infantil depende, cada vez mais, da parceria entre a escola e a família. Abrir canais de comunicação, respeitar e acolher os saberes dos pais e ajudar-se mutuamente. Eis algumas ações em que as únicas beneficiadas são as crianças. Em seu lar a criança experimenta o primeiro contato social de sua vida, convivendo com sua família e os entes queridos. As pessoas que cuidam das crianças, em suas casas, naturalmente possuem laços afetivos e obrigações específicas; nas escolas outras ações, além destas, são realizadas, o que significa que ambos se complementam na formação do caráter e na educação das crianças (CARRARO, 2006).

A família é a ponte que liga o indivíduo à sociedade. É a base que estabelece o alicerce do ser humano, as condutas e valores são aprendidos em casa, por isso a família tem um papel fundamental no desenvolvimento infantil. (TIBA, 2002).

Hito e Bueno (2004, p.24) acentuam que:

É na família, mediadora entre o indivíduo e a sociedade, que aprendemos a perceber o mundo e a nos situarmos nele. É a formadora da nossa primeira identidade social. É o primeiro ”nós” a quem aprendemos a nos referir. Afirmam que é a maneira peculiar com que a família organiza a vida emocional de seus membros que lhe permite transformar a ideologia dominante em uma visão de mundo, em um código de condutas e de valores que serão assumidos mais tarde pelos indivíduos.

É através da família que o indivíduo aprende a lidar com as situações da vida social, encontrando nela não só o amparo, como também elementos que o incentiva a progredir. A vivência familiar é propícia à aprendizagem de atitudes e valores que serão indispensáveis nas relações sociais que a criança estabelecerá durante a sua vida.

No entanto, a parceria de todos para o bem-estar do educando, se faz necessária, pois cuidar e educar envolve estudo, dedicação, cooperação, cumplicidade e, principalmente, amor de todos os responsáveis pelo processo, que é dinâmico e está sempre em evolução.

Família e escola precisam trabalhar juntas. Ambas têm um papel fundamental na formação das crianças. A escola complementa e enriquece o aprendizado fornecido pelos pais, já que ensina a criança a socializar-se, entrando em contato com outras pessoas (LIMA, 1967, p.78).

Com o mesmo ponto de vista, Tiba (2002, p.198), acrescenta:

A escola tem importância na formação dos alunos porque está fazendo uma educação complementar à da família. É uma espécie de estágio de vida intermediário entre a família e a sociedade. Não existe só para passar matéria, mas também para formar cidadãos.

Com a correria do dia a dia, os pais cada vez mais ficam sem tempo para ficar com os filhos, e algumas vezes deixam à escola o papel de educar. Por isso é fundamental que a escola e a família tenham o mesmo objetivo e a mesma linha de conduta.

Rossini (2004, p.44) alertando sobre o tema, diz que:

A complexidade da vida moderna acaba delegando aos professores papéis antes só de responsabilidade dos pais.

A família de hoje conta muito com a escola, ou seja, com seus professores na formação das crianças e dos jovens. Ela precisa estar informada sobre a linha de conduta que a escola tem para com seus filhos e, o que fundamental, concordar com esta linha: é preciso falar a mesma língua.

É preciso que todos tenham consciência da importância e da função da escola. A mesma não existe apenas para passar conhecimentos técnicos. A criança entrará em contato com o mundo através da escola. Lá ela vai se relacionar com outras pessoas e aprenderá a usar o que aprendeu em casa. Por isso, é importante que a educação em casa seja compatível com a da escola, e para que isso ocorra é imprescindível que os pais conheçam a instituição onde seu filho vai estudar, bem como os seus educadores.

Valorizando seu papel e incentivando a interação entre pais e escola:

A escola é muito mais do que um lugar para seu filho aprender matérias e ganhar um certificado. Lá a criança desenvolve sua socialização. Encontra crianças de sua idade, exercita os sentimentos de aceitação e rejeição, relaciona-se com outros adultos e descobre que o mundo vai além de sua casa. Por esses motivos, o primeiro ponto a ser levado em conta na escolha de uma escola para os filhos é que ela deve ser a continuação dos valores do lar. Não é bom quando as regras em casa são muito rígidas e a escola é experimental, ou vice-versa. Isso pode gerar insegurança e ambivalência na criança. Um bom caminho para tomar essa decisão é ir até a escola e conhecer suas instalações e os professores e orientadores, além de seu sistema de ensino e sua visão do ser humano (SHINYASHIKI, 1992, p.115, 116).

Hito e Bueno (2004, p.62), sobre este assunto, deram a seguinte contribuição: “A escola contribui para a continuidade da educação iniciada no lar. E a função dela, muito mais do que transmitir conhecimento, é fornecer ao aluno condições de adaptação à sociedade em que vive”. É em casa que os filhos adquirem as características de sua personalidade, os ensinamentos escolares apenas vão complementar essa formação. Na escola a criança vai evoluir, não é mais o centro das atenções como na família, aprenderá que para viver precisará relacionar-se com outras pessoas, adultos e crianças.

Para tanto, Tiba (2002, p.181-182) afirma que:

A escola sozinha não é responsável pela formação da personalidade, mas tem papel complementar ao da família. Por mais que a escola infantil propicie um clima familiar à criança, ainda assim é apenas uma escola. A escola oferece condições de educação muito diferentes das existentes na família. A criança passa a pertencer a uma coletividade, que é sua turma, sua classe, sua escola. É um crescimento em relação ao “eu” de casa, pois ali ela praticamente é o centro. Ser tanto luz quanto mariposa, general e soldado, pai e filho possibilita grandes aprendizados às crianças.

A escola e a família têm de caminharem juntas, pois ambas têm o mesmo objetivo de educar e ajudar no desenvolvimento da criança. Com um bom relacionamento as escolas conseguem um melhor rendimento, diminuindo a evasão e a indisciplina