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Gestão democrática da escola pública

Por:   •  21/4/2019  •  Resenha  •  1.134 Palavras (5 Páginas)  •  245 Visualizações

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PARO, Vitor Henrique. Gestão democrática da escola pública. 3. ed. São Paulo: Ática, 2012.

Vitor Henrique Paro possui mestrado em Educação pela USP, doutorado em Educação pela PUC-SP e livre-docência em Educação pela USP. Atualmente é professor titular (Colaborador Sênior) da Faculdade de Educação da USP, onde exerce a pesquisa, a docência e a orientação de discípulos em nível de pós-graduação. Atua na área de Educação, com ênfase em Políticas Educacionais e Administração de Unidades Educativas. É autor, entre outros, dos seguintes livros: Administração escolar: introdução crítica, Gestão democrática da escola pública, Por dentro da escola pública, Reprovação escolar: renúncia à educação, Educação como exercício do poder, Crítica da estrutura da escola e Diretor escolar: educador ou gerente?

A obra que se propôs a resenhar discorre acerca da perspectiva da educação, questões teóricas e cenário investigativo no âmbito da administração escolar nas escolas públicas, que promovem reflexões e discussões (estas com base nos resultados das pesquisas ao qual o autor se vincula) sobre a participação dos pais, dos alunos, da comunidade e dos Conselhos escolares, em face de um sistema de ensino democrático e produtor de conhecimento.

O livro estrutura-se em 8 ensaios, de modo que no início o autor discute o papel das instituições educacionais na contribuição da sociedade, com destaque para a minoria (pobres e excluídos), que na visão do autor são negligenciadas, já que deveriam ter o sistema de ensino brasileiro voltado para elas, por serem as que maios precisam de conhecimento. Aborda ainda sobre a classe dominante, no tocante à pressão dos mesmos para com o governo sobre do gestor educacional, visando o poder dominador à formação do cidadão para o trabalho.

No decorrer da obra, tece-se abordagens sobre o trabalho do diretor na escola, já que que o mesmo se encontra em um sistema hierárquico que o coloca como autoridade máxima, imbuído de poder para cumprir a lei e a ordem. Por outro lado, ainda que detentor do “poder”, encontra-se impotente para dirimir os problemas cotidianos da instituição de ensino, isso, na perspectiva do autor, reflete e se justifica pelo fato da ideologia dominante encontra-se em voga bem como resulta da condição para que a escola alcance seus objetivos educacionais a articulação do saber com os interesses das camadas trabalhadoras.

Como aspecto negativo ou mesmo irrelevante da obra menciona-se o fato de se ter uma imagem negativa do diretor e na maior parte das vezes associar sua função apenas ao cumprimento de questões burocráticas atreladas ao desempenho de funções administrativas e financeiras, faz-se necessário frisar que o seu trabalho deve estar articulado com a equipe pedagógica com a finalidade de promover a aprendizagem de todos os educandos, considerada como a atribuição mais importante do gestor, embora seja, muitas vezes, a menos priorizada, em decorrência das demandas legais e judiciais que exigem respostas pela parte administrativa da escola.

A fim de quebrar essa imagem negativa, o autor assegura que a mesma deve acontecer com a reorganização da divisão de responsabilidades pelos setores da escola, o que implica em mais poder à escola, tendo em vista que afirma que para que se tenha uma gestão democrática, é imprescindível que haja a participação de todos os setores (educadores, pais, comunidade, funcionários), por serem a base para a tomada de decisões, conquista de objetivos e para que faça pressão aos órgãos e autoridades competentes exigindo recursos e autonomia que a escola precisa para seu funcionamento. Concepção esta que compreende a escola como um espaço em construção social com plena participação de docentes, pais, discentes e demais membros da comunidade, todos envolvidos com a gestão escolar.

Ainda em consonância com tal concepção, Paro assevera que só se pode considerar uma escola como verdadeiramente pública quando “ a população escolarizável tiver acesso geral e indiferenciado a uma boa educação escolar (p.17)”. Depreende-se assim que a educação só estará ao acesso de todos quando o ambiente democrático escolar adotar métodos e técnicas com finalidade pedagógica capazes de atender a classe social que faz parte da escola pública e não os setores e grupos que estão fora dela.

Com o propósito de esclarecer ao leitor sobre a gestão democrática, o autor faz esclarecimentos acerca da participação dos membros que compõem a escola juntamente com a gestão e, a partir daí, afirma que o processo só se torna democrático quanto todos lutam pela mesma causa, em que dialogam e refletem democraticamente sobre as necessidades, manutenções e melhorias para a escola efetivando-as na prática escolar, não havendo resistência entre a instituição escolar e os demais participantes, para que se possa superar o autoritarismo, a falta de recursos financeiros e pedagógicos, bem como a apropriação de conhecimentos, atitudes, valores e habilidades pelos educandos visando um ensino universal e de qualidade.

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