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O FICHAMENTO DE TEXTO ACADÊMICO

Por:   •  20/9/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.436 Palavras (6 Páginas)  •  518 Visualizações

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FICHAMENTO DE TEXTO ACADÊMICO

BRUNO, Marilda Moraes Garcia; SOUZA, Ilma Regina Castro Saramago de. Ainda Não Sei Ler e Escrever: alunos indígenas e o suposto fracasso escolar. In: Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 42, n. 1, p. 199-213, jan./mar. 2017

“A expressão fracasso escolar até pouco tempo era utilizada e só fazia sentido no âmbito da escola não indígena, quando o aluno não alcançava as expectativas propostas pela escola. No entanto, atualmente, essa expressão se estende para as escolas indígenas.” (p. 200)

“Mesmo que, em sua maioria, as culturas indígenas sejam marcadas pela oralidade, ler e escrever tornaram-se, a partir da colonização, elementos imprescindíveis para a sobrevivência de muitos povos, pois tais habilidades possibilitam, entre outras, conhecer e dominar os códigos utilizados pelos não indígenas.” (p. 200)

“[...] o domínio da natureza por parte dos indígenas foi interrompido com a chegada dos portugueses e espanhóis, e com a sua imposição cultural, linguística e religiosa. Embora o contato dos nativos com os colonizadores tenha sido estabelecido por alianças sociais, econômicas e políticas, conforme aponta Chamorro (2008), os conflitos foram inevitáveis.” (p. 201)

“[...] este texto objetiva compreender quais são as relações culturais e sociais envolvidas na aprendizagem dos alunos indígenas, considerados com fracasso escolar no campo da leitura e da escrita.” (p. 201)

“Atualmente, em contextos híbridos (Bhabha, 1998), os Terena, Guarani e Kaiowá vivem espalhados pelo estado de Mato Grosso do Sul, muitos em reservas demarcadas pelo estado. Uma delas é a reserva Francisco Horta Barbosa, localizada na cidade de Dourados/MS, que se divide em duas aldeias, cujas denominações são Aldeia Jaguapiru e Aldeia Bororó.” (p. 203)

“As fronteiras não são somente geográficas, reserva-cidade, ou de proteção que delimitam os territórios Terra Protegida, conforme as identifica a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), porém são também simbólicas entre locais, entre indivíduos, entre as escolas que, ao mesmo tempo, se aproximam e se repelem, inclusive quanto aos pertencimentos, aos valores, às identidades e às oportunidades.” (p. 203)

“A educação sempre esteve presente entre os indígenas. Melià (1979) afirma que, historicamente, os indígenas se reuniam no pátio da aldeia para ensinar e aprender.” (p. 203)

“[...] a escola tradicional, voltada à educação indígena, passou por transformações e, a partir da colonização, a educação tradicional se tornou homogeneizadora, integracionista e assimilacionista, pois afinal o interesse era o de civilizar os indígenas.” (p. 203)

“A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996) propõe o ensino na Língua Materna e os processos próprios de aprendizagem, com incentivo à valorização da cultura em todos os aspectos do cotidiano escolar. Já o Referencial Curricular Nacional para as Escolas Indígenas (1998), além de reforçar as medidas tomadas na Constituição de 1988, destaca a necessidade da formação continuada do professor indígena, da produção de material didático elaborado segundo o contexto de cada povo e da participação da liderança da comunidade nas decisões da escola, entre outros aspectos.” (p. 203/204)

“Os estudos sobre o alfabetismo sempre se voltaram para as representações e os significados estabelecidos pela cultura ocidental.” (p. 204)

“Trindade (2004) esclarece que alfabetismo e analfabetismo são termos que ganharam visibilidade e definições no decorrer da história, tendo recebido diversas interpretações de acordo com a orientação teórica dos estudos. Por isso, com o intuito de ampliar esses termos, a autora, a partir do contexto histórico, faz referência a Silveira (1999), que acredita que o termo analfabetismo se generalizou em detrimento do termo alfabetismo. Nesse caso, pelo preconceito que se criou para com o indivíduo que não sabe ler e escrever e que, por isso, foi considerado, durante muito tempo, como incivilizado e bruto.” (p. 204)

“Graff (1990) apud Trindade (2004) entende que a crença de um nível intermediário do progresso econômico, social e individual está intrinsecamente relacionada a um nível de alfabetização mais elevado, resultando em bom emprego e em sucesso. Graff identifica esse pensamento como o mitoda alfabetização e do alfabetismo, pois a partir da alfabetização criamse no sujeito expectativas sobre a sua ascensão financeira, social e cultural.” (p.204/205)

“Para Trindade (2004), a alfabetização, o alfabetismo e o letramento são práticas sociais criadas a partir de determinados discursos e representações. Nessa perspectiva torna-se possível compreender esses termos, não como produtos de autorias, mas como produção coletiva, contextual e histórica, cujos desdobramentos sofrem os efeitos de mudanças mediante as práticas que as produzem.” (p. 205)

“Rojo (2009) esclarece que a alfabetização é uma condição, ou estado, que envolve tanto a leitura como a escrita, da qual se requer capacidades múltiplas e variadas. Segundo a estudiosa, a alfabetização não se resume ao conhecimento do alfabeto e à decodificação dos sons na fala, mas também envolve a compreensão do que se lê.” (p. 206)

“Para Rojo (2009), a principal agência para o ensino da leitura e da escrita é a escola, embora a autora reconheça que algumas pessoas se alfabetizam fora da escola. A alfabetização, enquanto processo de ensino, está delegada à instituição escolar.” (p. 206)

“A autora considera, ainda, que tais diferenças advêm do modo de processamento, armazenamento e transmissão da informação, uma vez que os processos intelectuais podem ser semelhantes, porém, não são iguais.” (p. 206)

“Para Trindade (2004), as críticas de Viñao Frago (1990) permitem que se discutam as distinções entre escolarização e alfabetização, concordando que vários estudos

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