O Papel das Midias

INTRODUÇÃO

        O século XXI assinala mudanças em direção a um conjunto de condições sociais que estão reconstituindo os mapas culturais e geográficos do mundo, produzindo, ao mesmo tempo, novas formas de aprendizagem, de políticas pedagógicas e de ensino. Atualmente, o processo de construção do conhecimento tem sido ressignificado a partir da compreensão acerca das concepções de aprendizagem que são bases epistemológicas para o processo de ensino-aprendizagem. A era informacional e comunicacional, na sociedade contemporânea, impõe ao processo educacional a reestruturação do sistema de ensino; repensar os processos didáticos e metodológicos é o desafio enfrentado pelos educadores, que historicamente construíram suas práticas em bases técnicas e positivistas.

        O trabalho com as Tecnologias da Informação e Comunicação- TIC na educação tem sido um elemento potencializador para novas aprendizagens. Com a sua utilização, educadores e educandos têm a possibilidade de comunicar-se e trocar experiências. Assim, em busca de resolver problemas do contexto, representam e divulgam o próprio pensamento, trocam informações e constroem conhecimento, num movimento que envolve ação-reflexão-ação; favorecendo o desenvolvimento pessoal, profissional e grupal, bem como, a compreensão da realidade.

Não cabe mais a escola e seus educadores manter-se fora deste processo de modernização, tendo que adaptar-se às novas tecnologias existentes e aproveitar o potencial que as mesmas apresentam como possíveis ferramentas pedagógicas. Porém, a falta de orientação e de suporte aos educadores, que são os agentes deste processo de transformação, faz com que a educação não acompanhe estas mudanças do atual panorama mundial, apresentando assim uma defasagem se comparada a outros segmentos.

A emergência de uma nova sociedade exige respostas rápidas que a educação não tem conseguido dar. Despreparo, insegurança, concepções distorcidas, alto grau de conservadorismo, ou o próprio desconhecimento são algumas das razões que levam os professores a se omitirem no processo de transformação educacional. Varias criticas são feitas a respeito da postura destes profissionais. Mas será que tem se buscado saber quais as causas destas posturas? Como resolver os impasses existentes? Será que se tem dado voz ao professor, para que o mesmo apresente as suas angústias e dificuldades? Estas perguntas incitam a pesquisa a ser feita, que busca discutir a importância de oferecer aos professores uma formação para o uso das mídias em suas aulas, que lhes proporcione conhecer as funções, as potencialidades, o funcionamento destes recursos, e lhes prepare para atuar ativa, crítica e reflexivamente sobre os mesmos, indo além das aprendizagens técnicas e inserindo-os efetivamente no processo.

1. Base Teórica do Ensino-Aprendizagem Baseado em Tecnologias

Os vínculos entre tecnologia e educação escolar são discutidos sob várias abordagens, tanto na literatura como no âmbito dos formuladores de políticas públicas educacionais. A falta de unanimidade decorre da existência de uma diversidade de aspectos constituídos como objeto de estudos e pesquisas, dos resultados de experiências de professores, produzidas em suas práticas pedagógicas e didáticas, e do alinhamento de projetos governamentais com o modelo de educação adotado no país.

O presente tópico tem o propósito de explicar a maneira pela qual a tecnologia contribui para a ocorrência de efeitos positivos no processo de ensino-aprendizagem no âmbito escolar. As razões estão dispostas na abordagem teórica construtivista da educação sob justificativa de que as tecnologias são capazes de evitar no aluno a memorização e conduzí-lo à descoberta de soluções para problemas reais ou simulados.

1. Tecnologia e Aprendizagem

Em geral, a tecnologia aplicada à educação é considerada na literatura uma ferramenta capaz de favorecer a aprendizagem do aluno. Ao facilitar o acesso e transmissão de conhecimentos e informações, os recursos tecnológicos à educação contribui também para produzir-se novos conhecimentos.

A educação, segundo Gomes et al (2008, p.1) é um processo sistemático e interativo de troca de informações entre pessoas de uma comunidade, visando ajudá-las a elaborar conhecimentos e significados, incorporando-os a sua estrutura cognitiva e ao patrimônio cultural coletivo.

O principal aspecto relacionado a elaboração de materiais didáticos baseado em novas tecnologias da informação e da comunicação é a sua contribuição para novas concepções da aprendizagem. Entre os etudiosos ainda há divergências sobre essa questão. Carraher (1992). considera que a contribuição da informática restringe-se ao emprego da tecnológica, sem influência conceitual, o que significa que a mesma não oferece subsídio para a elaboração de novas ideias acerca do processo de aprendizagem ou ensino.

Pretto (1996) condicionou as novas tecnologias podem representar uma nova forma de pensar e sentir ainda em construção, desde que sejam usadas como fundamento do processo de ensino-aprendizagem e não como mero instrumento. O autor entende que as tecnologias desempenham um papel importante na construção  do pensamento. Sob tal perspectiva, a criação de materiais didáticos que incorporem novas tecnologias destinadas à contribuir para a aprendizagem depende do esforço de relacionar novas abordagens teóricas sobre a aprendizagem a seu desenho instrucional.

Dillon (1996) observou que é raro a informática educativa, a partir da segunda metade dos anos 1980, provocar diretamente a transferência de descobertas nas ciências cognitivas e sociais para a prática do planejamento de materiais didático. Isso representa um grande desafio para os projetos de inovações tecnológicas na escola. A metacognição pode, assim, ser associada à resolução de problemas, quando, além de refletir sobre a solução, o indivíduo reflete também sobre suas próprias abordagens ao problema, podendo gerar estratégias alternativas mais produtivas. O foco do processo educativo transcende à memorização e repousa no ato de pensar.