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O TRABALHO ATUAL COMO FORMA HISTÓRICA

Por:   •  4/5/2021  •  Resenha  •  1.629 Palavras (7 Páginas)  •  170 Visualizações

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ENGUITA, Mariano Fernández. A face oculta da escola: educação e trabalho no capitalismo. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989.

  1. O TRABALHO ATUAL COMO FORMA HISTÓRICA

-  somos incapazes de imaginar o trabalho de outra forma que não uma tarefa a ser cumprida, num determinado intervalo de tempo, em troca de um salário equivalente, onde o normal é devemos trabalhar o máximo de tempo possível para ganhar o máximo possível. 

“Vivemos numa cultura que parece ter dado por perdido o campo do trabalho para buscar satisfações somente no consumo.”

- aceitamos empregos sem interesse, compostos de tarefas rotineiras e monótonas, sem criatividade, mas que nos dedicamos permanentemente e os escolhemos, quando podemos não em função de si mas em função dos que os rodeia, salário, prestígio, etc.

“Vítimas do nosso etnocentrismo e de nossa limitada experiência histórica, não imaginamos que possa ser de outra forma.”

- o trabalho como o concebemos hoje é um construto social que tem história, repleta de conflitos, e como histórica geralmente contada a partir do ponto de vistas dos vencedores,

-a sobrevalorização de trabalhos especializados, a diferenciação do trabalho intelectual em oposição do trabalho manual tem como efeito de adormecer na nossa consciência de que ambos os trabalhos não são melhores uns dos outros.

“O capitalismo e a industrialização trouxeram consigo um enorme aumento da riqueza e empurraram as fronteiras da humanidade em direção a limites que antes seriam inimagináveis, mas seu balanço global está longe de ser inequivocadamente positivo.”

- as nossas necessidades não naturais crescem muito mais que os meios de satisfazê-la (Hegel) o resultado desta distância entre nossos desejos e nossos recursos é a frustração, além disso nossa sociedade aponta pra oportunidades para todos o que não corresponde ao real, trazendo pra maioria a sensação de fracasso, perda de estima e auto-culpabilização.

- onde antes a origem de cada sujeito  estabelecia sua posição na estrutura social, hoje os desvalidos não apenas devem suportar sua condição, mas ainda devem ser considerados e considerar-se eles próprios responsáveis por ela. 

- nas sociedades a sua posição na sociedade era herdada, havia uma diferença entre o homem e sua posição social, na sociedade industrial as posições se tornaram instáveis, podia-se subir o baixar, fazendo com que as pessoas começassem a se sentir pessoalmente responsáveis pelo lugar que ocupavam no mundo (Sennet) ( e as condições, e a base material??? Meritocracia???)

Dois mundos do trabalho diferentes

  • economia de subsistência: 
  • o trabalho é indissociável de seus fins, 
  • pequena divisão do trabalho, 
  • o trabalhador decide o que produzir, como, quando e a que ritmo, o homem põe os meios de produção ao seu serviço.
  •  Atividade de trabalho, ócio e atos sociais e rituais, se sobrepõe no que diz respeito a um momento na rotina.  
  • dispõe a seu critério o tempo de trabalho e o tempo em geral.
  • o espaço onde os sujeitos vivem, criam sua família, desenvolvem atividades de consumo, ócio e para as funções produtivas é o mesmo. (educar-trabalhar)
  • sociedade industrializada: 
  • o trabalhador não conta, na sua maioria, com a capacidade de decidir qual será o produto de seu trabalho e muito menos as condições sobre os quais este trabalho vai se realizar. 
  • atividade de trabalho, ócio e atos sociais e rituais estão claramente demarcadas, cada uma tem seu tempo específico, de forma que o trabalho acaba por se opor ao ócio e o lazer, passa-se assim a ser considerado o momento de sofrimento. define-se de forma estanque o tempo de trabalho e não-trabalho. 
  • espaço da produção e do consumo diferenciam-se sistematicamente e a separação entre o espaço público e o privado é levado às últimas consequências. 
  • o trabalhador submete-se aos ritmos impostos pela maquinaria, aos fluxos planificados e as normas de rendimento.

“ Estas diferenças podem resumir-se na que separa a dependência da independência. A unidade econômica da produção de subsistência é plenamente auto-suficeinte e, por isso mesmo, econômica e socialmente independente.”

“ O trabalhador moderno, em troca, vê estender-se diante de si uma amplíssima panóplia de opções teóricas e imaginárias, mas muito poucas possibilidades práticas.”

Liberdade e necessidade no trabalho

  • “ O trabalho é necessário para a reprodução da vida humana, mas é algo mais do que sua mera reprodução mecânica. Ele incorpora um elemento de vontade, que o converte em atividade livre e, de maneira geral, na base de toda a liberdade. “
  • a alienação do trabalho é possível com a dissociação entre o alimento consciente (vontade/finalidade/antecipação) e o elemento puramente físico do trabalho.
  • “A protohistória dessa alienação começa com as formas primitivas de apropriação por outro do trabalho excedente, com a aparição do trabalho forçado; mas sua verdadeira história e, de qualquer forma, sua história recente é a do surgimento do trabalho assalariado e, sua evolução, a do processo de produção capitalista.”  

Da produção de subsistência ao trabalho assalariado (forma-conteúdo)

ECONOMIA DE SUBSISTÊNCIA (trabalho dava conta da necessidade)  - TRABALHO FORÇADO (produzir trabalho excedente de forma direta) - EXCEDENTE EXPROPIÁVEL (apropriação do excedente por um terceiro)....

“ as grandes formações econômicas pré-capitalistas, [...] eram compostas, na realidade, por imensas redes de economias domésticas sobre as quais se elevam superestruturas políticas que se apropriavam do mais-produto.”

… PRODUÇÃO PARA A TROCA (não se produz somente pela necessidade mas sim para a troca, passa-se a produzir para ganhar mais) - CONVERSÃO DO TRABALHADOR INDEPENDENTE NO TRABALHADOR ASSALARIADO (trabalhador foi destituído dos meios de produção, sua força de trabalho é trocada por salário, e o produto do trabalho é apropriado pelo capital)

“ O capitalista pode agora supervisionar diretamente a intensidade do processo de trabalho ou prolongar a jornada,[...]”

A subordinação real do trabalho ao capital

- SUBORDINAÇÃO REAL DO TRABALHO AO CAPITAL (decompõe e divide o processo de produção, alienando o sujeito de sua própria atividade, já havia perdido a capacidade de determinar o produto agora perde o controle do processo. O operário já não produz mercadoria alguma e são reduzidos a meros membros de mecanismos coletivos… mais-valia absoluta - mais valia relativa) - SIMPLES DECOMPOSIÇÃO DO PROCESSO EM TAREFAS SIMPLES (introdução da maquinaria) - TAYLORISMO (decomposição do processo em tarefas organizando a produção por movimentos e seus tempos) - FORDISMO (incorporação dos tempos em um sistema mecânico, subordinando o trabalhador a máquina) - TOYOTISMO (o ritmo da produção é estabelecido pela demanda, subjugação do trabalho ao consumo, só se trabalha se se vende)

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