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OS ESTUDOS E REFLEXÕES PARA CONSIDERAR A ORGANIZAÇÃO DO TEMPO E DO ESPAÇO NA EDUCAÇÃO INFANTIL.

Por:   •  3/9/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.583 Palavras (7 Páginas)  •  137 Visualizações

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LEONTIEV E BLAGONADEZHINA: ESTUDOS E REFLEXÕES PARA CONSIDERAR A ORGANIZAÇÃO DO TEMPO E DO ESPAÇO NA EDUCAÇÃO INFANTIL.

Michelle Daianne Ribeiro dos Santos Lopes

O presente texto defende que a organização do tempo e do espaço, favorece as intervenções educativas que promovem a aprendizagem e o desenvolvimento escolar dos alunos de diferentes idades. Fala-se também em organização da rotina,onde ela deve ser favorável a humanização e emancipação, utilizando procedimentos didáticos ricos de sentido, significado e afetividade. À partir dessa compreensão, a Teoria Histórico Cultural se apresenta como um referencial teórico metodológico que subsidia a organização do ensino nas instituições escolares.

Para tal reflexão, foi utilizado os textos: “O homem e a cultura” de Leontiev (1978), e “Las emociones y los sentimientos” de Blagonadezhina(1969), eles tratam da organização didática nas instituições escolares direcionado para a Educação Infantil, visando o brincar e o aprender. A organização do tempo, do espaço e da rotina, são essenciais ao desenvolvimento e aprendizagem, portanto, o espaço ocupado pelos alunos, deve conter muitas cores, formas geométricas, personagens da literatura infantil, versos escritos para elas, música boa e com ritmos variados, ou seja, um ambiente que propicie o processo de aprendizagem de forma atrativa e humanizada.

Esse estudo objetivou defender a aprendizagem e desenvolvimento das crianças nas instituições de ensino formal direcionado à educação infantil. Não foi descartado o cenário de miséria econômica de milhões de homens, mulheres e crianças, onde, segundo os dados estatísticos da Unicef em 2011, a taxa de mortalidade em crianças com menos de cinco anos em países menos desenvolvidos, foi de 3,3 milhões, enquanto nos países desenvolvidos, não passou de 100 mil, nesse sentido a ONU ainda declarou que a cada 20 segundos uma criança com menos de cinco anos morre por falta de água potável no mundo, e a cada 10 pessoas 6 não dispõem de água tratada no mundo.

A questão da miséria econômica, afeta de diversas formas a escola, por exemplo, falta material didático pedagógico, os textos de literatura infantil são fracos, há brinquedos quebrados, faltando parte, ou ainda uma escassez destes, se tratando do ambiente físico, as salas são pequenas em relação a quantidade de alunos, os banheiros são impróprios para a idade das crianças, as cadeiras são muito altas, tanto que elas não alcançam os pés no chão, ficando desconfortável e sem equilíbrio, o parque de areia se mistura com terra e sujeira, os brinquedos são enferrujados, sem cor e com pontas agudas expostas que podem machucar as crianças. Quanto à alimentação, é sabido que a escola deve fornecê-la e conforme a Lei n°11,947/09, o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) tem o dever de contribuir para o crescimento e desenvolvimento biopsicossocial, a aprendizagem e o rendimento escolar, e ainda, contribui no processo da formação de hábitos alimentares saudáveis, e isso ocorre através da oferta de refeições que satisfaçam as necessidades nutricionais da criança no período letivo. São enviados recursos para a alimentação das crianças, porém o que se pergunta é: como essas crianças se alimentam? Há utensílios próprios para elas?

Por exemplo, para uma criança se servir sozinha, ela precisa de recipientes pequenos, com acondicionamento adequado, e degustação correta, porém os profissionais alegam que fazer dessa forma é inviável, pois isso acarretaria muita louça para ser lavada, argumentos esses que são aturados pelos coordenadores da instituição,onde eles acabam não levando em conta, as ações educativas e humanizadoras.

A rotina com a higiene, horário do lanche, horário de transporte, atividade realizada coletivamente ou individual, é algo muito importante que faz parte da vivência cotidiana das crianças, a rotina compreende desde o momento em que a criança entra na instituição, a forma como é servido seu alimento, o convívio que ela estabelece com adultos e crianças e os procedimentos didáticos realizados, tudo isso, favorece uma educação humanizadora.

A temática organizacional, vai além do que foi exposto aqui, precisamos nos atentar mais para as vivências do dia a dia, das semanas, dos meses, nos perguntando como essas rotinas são organizadas nas instituições? Como é o espaço onde elas brincam e aprendem? Como é a comunicação entre as crianças e adultos? Como é o diálogo entre as crianças? Muitas perguntas nos levam a refletir sobre a educação humanizadora. Marta Chaves (2014), considera:

Que há um elemento que pode impedir a análise, a compreensão e a superação de uma rotina inapropriada para o máximo desenvolvimento das crianças. Esse elemento fere as condições e potencialidades do trabalho dos professores, pedagogos e outros profissionais da educação formal: refiro-me à formação pedagógica dos profissionais (inicial ou contínua), que pode contribuir decisivamente para se anunciar e, por vezes, efetivar vivências humanizadoras em espaços educativos institucionais.(Marta Chaves, 2014,p.84)

Todos esses conceitos nos ajudam a refletir sobre os encaminhamentos que devemos vislumbrar com as crianças.

A elaboração da Teoria Histórico Cultural, está voltada para a ação do professor, buscando dar preferência ao conteúdo e valorização da organização intencional do ensino, assim é possível construir condições para uma educação humanizadora. Leontiev(1978) e Blagonadezhina(1969), dizem que é possível e necessário ensinar buscando o máximo desenvolvimento humano, definindo um ponto de partida e uma meta final em relação à organização do ensino.

Para Blagonadezhina (1969), nos primeiros anos é formado os sentimentos da criança, e as vivências pela qual ela passa, tem um valor especial, elas precisam estar satisfeitas ao manusear um objeto, ouvir uma música, visualizar um bom desenho e também quando são lidos versos dedicados para elas. Tudo o que é realizado para e com as crianças, deve ser feito com o mesmo grau de valorização, recebê-las na entrada, organizar o espaço, preparar um painel acompanhá-las no horário de descanso, aqui não há uma “lei de hierarquia”, todos os procedimentos didáticos são iguais.

Os espaços devem ser tomados pela arte, com painéis, cartazes, letras, números e deve conter brinquedos organizados de forma que expressem os cuidados

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