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Os Professores e Alunos Bebê

Por:   •  2/10/2023  •  Artigo  •  2.010 Palavras (9 Páginas)  •  32 Visualizações

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PROFESSORA DE BEBÊS: ENTRE O PROFISSIONAL E O DOMÉSTICO

Kellen Simonini Molina (kellensimonini24@gmail.com)

Roseli de Souza (roselimiguel2020@outlook.com.br)

Joice Aparecida dos Santos Rocha ( joicinha_23@hotmail.com)

Raquel Camargo da Silva ( raquell_camargo@hotmail.com)

Raquel Machado Santana(Raquel.cnp@bol.com.br)

RESUMO

Este artigo apresenta discussões acerca dos profissionais da Educação Infantil e objetivou conhecer as representações sociais dos profissionais do CMEI “Carmen Vieira Dias” em Diamantino Mato grosso sobre ser professora de bebês. Os referenciais teóricos, que nortearam as reflexões estão embasados na Teoria das Representações Sociais (MOSCOVICI 2003), (JODELET2001) em articulação com os referenciais da Educação Infantil (MORENTTINI 2000), (CERISARA 2002), (HADDAD 2002/ 2009) entre outros.  O estudo analisou o dia a dia da Creche I Integral, a pesquisa foi de observação, foram 150 dias de observação. Os resultados evidenciaram uma representação difusa que de modo geral, para as futuras educadoras a professora de bebês apresenta-se em meio a três imagens: 1 mãe substituta, 2 professora e 3 babá, evidenciando maior adesão à primeira do que à segunda.

PALAVRAS-CHAVE: Representações Sociais; Professora de Bebês; Educação Infantil

INTRODUÇÃO

As creches e pré-escolas ao longo da história atuaram de maneira dicotômica, embora suas funções compreendam o binômio cuidar-educar. Para Cerisara (1999, p.3) tal dicotomia está assentada nas imagens do modelo hospitalar/familiar de um lado e, do outro, nas imagens do modelo escolar do ensino fundamental. Nesta dicotomização, as atividades ligadas ao corpo, à higiene, à alimentação e ao sono das crianças têm sido desvalorizadas e diferenciadas das atividades consideradas pedagógicas, estas sim, entendidas como sérias e merecedoras de atenção e valor.

Esses dois universos em contexto de atividades desenvolvidas com os bebês requerem, tanto da instituição quanto da família, práticas vinculadas aos cuidados e educação. O fato de ambas as instituições desempenharem funções parecidas, causa uma falta de clareza no que diz respeito às responsabilidades de cada uma. Em consequência, as atividades da creche oscilam entre o domínio público e o doméstico e geram conflitos de identidade, tanto da instituição no que diz respeito a qual domínio pertence, pois a partir dele que sua função social e educativa é definida, quanto do profissional que ali atua, visto que sua identidade deve corresponder às funções assumidas pela instituição, conforme salienta Cerisara (2002).

Este artigo tem como objetivo apresentar as representações sociais das professoras e das TDIs que fazem parte do CMEI “Carmen Vieira Dias” sobre ser professora de bebês. O referencial teórico norteador deste artigo é a Teoria das Representações Sociais (TRS) proposta por (MOSCOVICI 2003), (JODELET2001) em articulação com os referenciais da Educação Infantil (MORENTTINI 2000), (CERISARA 2002), (HADDAD 2002/ 2009) entre outros. As ferramentas metodológicas utilizadas para apreender as representações sociais sobre o profissional que atua em berçários se deram por meio das observações diárias durante 180 dias letivos.

Os resultados apresentados neste artigo podem fomentar as discussões sobre a formação docente para a Educação Infantil, a relação teoria/prática, bem como refletir sobre a reformulação de currículos dos cursos de Pedagogia, a fim de contemplar a especificidade do atendimento às crianças menores de três anos.

SER PROFESSORA DE BEBÊ: ALINHAVOS SOBRE O ESTRANHAMENTO, OS PONTOS DE ANCORAGEM E OS PRESSUPOSTOS IDENTITÁRIOS NA PERSPECTIVA DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS

Norteado pela Teoria das Representações Sociais (TRS) e em articulação com os referenciais que discutem questões referentes à Educação Infantil este artigo propõe uma reflexão sobre a formação inicial dos futuros professores.

A retrospectiva histórica da Educação Infantil revela que o trabalho docente no berçário durante muito tempo foi associado ao papel de mãe substituta, isso devido a “tentativa de atuar num papel substitutivo da família, aos moldes de uma relação diádica mãe-filho” (HADDAD 2000, p. 230).

Na atualidade, com as reflexões sobre o papel da Educação Infantil e o trabalho desenvolvido pela professora de bebês é possível compreender que os papéis da mãe e da educadora são definidos e diferenciados, no entanto há um estranhamento por parte das futuras professoras quando se fala em professora de bebês, uma vez que a especificidade do trabalho pedagógico com os bebês parece fortalecer a imagem maternal e reforçar a fragilidade das discussões acerca da Educação Infantil. Cerisara (2002, p.63-64), ao discutir essa questão, explicita que [...] “as professoras que passaram por uma formação específica para poder assumir uma vida profissional no universo público, têm suas expectativas tanto mais abaladas quanto mais constatam que desenvolvem um trabalho que se opõe ao que se convencionou chamar de profissional” [...]. Para a autora, no âmbito do senso comum, quanto menor a criança, maior a atividade direta e a proximidade com seu corpo, menor a valorização da professora. No contexto da Educação Infantil tal desvalorização se operacionaliza na dicotomia entre o cuidar e o educar, sendo o primeiro associado às condutas maternais assumidas por monitoras e, o segundo, relacionado a práticas escolarizantes organizadas pela professora.

O trabalho do professor da Educação Infantil se diferencia do trabalho do professor dos anos inicias isso devido à especificidade das funções juntos às crianças de até cinco anos em espaços de educação. O fato das ações cotidianas das crianças de até cinco anos estarem muito próximas das práticas de maternagem contribui para dificuldade dos profissionais em distinguir o que é profissional e o que não é (CERISARA 2002).

De modo geral, a literatura tem anunciado que a história das profissionais da Educação Infantil tem circulado pelo universo doméstico e profissional. Morenttini (2000) reportando-se a Pereira (1996) afirma que a profissão do magistério tem a função de acomodar esses dois padrões. Historicamente essa acomodação tem como referência a distribuição das atividades por sexo nas sociedades ocidentais, que obedecia a um processo de diferenciação em que a mulher deveria exercer funções domésticas não remuneradas que compreendiam as tarefas do lar e os cuidados com as crianças, e aos homens eram reservadas as atividades profissionais. Esses dois espaços de trabalho privado (mulheres) e público (homens) revelam a dominação masculina,   Bourdieu (1999).

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