Resenha Paulo Freire

Resenha do livro

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 11.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1987.

Neste livro o autor traz a discussão da relação dialética entre opressores e oprimidos, e de como é essencial uma ação que possa nos orientar visando a superação destas contradições.

No capítulo 1, “Justificativa da pedagogia do oprimido”, o autor debate o processo de desumanização fundamentada pelo opressor a seus oprimidos “(...) desumanização, que não se verifica apenas nos que tem sua humanidade roubada, mas também, ainda que de forma diferente, nos que a roubam, é distorção da vocação do ser mais” (p.16). O autor destaca que a forma que o opressor trata o oprimido faz com que este se sinta menos. Assim, neste capítulo o autor nos traz uma discussão em torna da oposição entre humanização e desumanização e da luta em resgatar a humanidade dos oprimidos. “(...) e esta luta somente tem sentido quando os oprimidos, ao buscar recuperar sua humanidade, que é uma forma de criá-la, não se sentem idealistamente opressores, nem se tornam, de fato, opressores dos opressores, mas restauradores de sua humanidade em ambos” (p.16).

No capítulo 2, “A concepção bancária de educação como instrumento da opressão”, o autor pretende nos mostrar as maneiras mais comuns de manipulação para manter os oprimidos inertes a sociedade. Nos provoca a libertação desta inércia, onde o manipular é o opressor. Para Freire esta educação é uma forma de opressão, pois deposita o conhecimento nos oprimidos sem exigir uma reflexão, objetivando uma formação de senso comum e limitada, onde estes não expõem suas opiniões e ideias. “(...) desta maneira, a educação se torna um ato de depositar, em que os educandos são os depositários e o educador é o depositante” (p.33).

A partir do momento que o educando toma consciência da sua situação na sociedade, jamais aceitará sua condição de oprimido, pois estará lutando por igualdade e assim o fará. A educação proposta pela sociedade opressora, a bancária, tem como objetivo transformar a consciência do educando em pensamento mecânico e repetitivo, como se o que acontece na sociedade fosse externo, alheio a ele. Quando pensamos numa educação para além do senso comum, problematizadora desenvolve a consciência crítica de si mesmo e do mundo, sociedade que está inserido. Por meio das interações entre educandos e educadores, criamos possibilidades do sujeito transformar e gerir sua própria história.

No capítulo 3, “A dialogicidade – essência da educação como prática de liberdade”, o autor ressalta a importância do dialogo no processo de ensino aprendizagem e emancipação do educando, em oposição a educação bancária. O autor fundamenta o diálogo no amor e destaca a práxis, que tem como dimensões: a ação, reflexão e ação transformadora. Assim a palavra tem um valor de transformação, tanto para o mundo como para os homens. O autor destaca que para haver a libertação dos oprimidos se faz necessário o diálogo.

Neste capítulo, o autor destaca os elementos chaves de seu “método”, como trabalhar com os temas geradores para instigar o diálogo e a aprendizagem. “(...) investigar o tema gerador é investigar, repitamos, o pensar dos homens referido a realidade, é investigar seu atuar sobre a realidade, que é sua práxis” (p.56). Os temas geradores devem partir do interesse dos educandos, de sua realidade e não dos conteúdos pre-estabelecidos pelos documentos reguladores.

No capítulo 4, “Teoria da ação antidialógica”, o autor destaca os dois lados da moeda, onde destaca que o primeiro é o incorreto “a teoria da ação antidialógica”, e que deveria ser seguido e difundido “teoria da ação dialógica”, na qual destaca a importância do homem como ser pensante e transformador da sua realidade, esta última se faz através da reflexão/ação.

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