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Resumo e Reflexão do Filme "Vermelho como o Céu", de Bortone

Por:   •  16/10/2015  •  Resenha  •  3.016 Palavras (13 Páginas)  •  28.959 Visualizações

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Registro Análise de Filme

Ficha técnica do filme

BORTONE, C. Filme: Vermelho como o Céu (Rosso come il Cielo). Produção de Bortone, C. e Mazzocca, D. Itália, 2004.

Resumo do filme

O filme – baseado em história real – conta a história de um garoto que vive em Toscana, uma pequena cidade italiana, nas proximidades de Pisa. O mesmo chama-se Mirco e possuía hábitos comuns de uma criança na sua idade: 10 anos. Assim, em um momento de curiosidade, resolve brincar com a arma de seu pai e acaba perdendo, acidentalmente, parte de sua visão. A história se passa na década de 70 e, nessa época na Itália, as crianças portadoras de deficiência visual eram obrigadas, por lei, a estudar em escolas especiais. Nesse contexto, os pais de Mirco são orientados a enviá-lo para um internato em Gênova, caso contrário, poderiam ser denunciados. Dessa forma, o garoto é isolado do convívio com seus pais e amigos.

No colégio interno, cujo sistema de ensino era religioso, tradicionalista e conservador, Mirco encontra um diretor inflexível (rígido), que não permitia aos alunos sonhar com o futuro, alegando que isso não seria possível devido às limitações provocadas pela deficiência. No início, Mirco demonstra certa resistência recusando-se a aprender o Braile, porém, seu professor compreende a fase pela qual o garoto recém-cego está passando e, pacientemente, espera que este aceite sua nova condição. Aos poucos, Mirco vai se enturmando e decide fazer uma atividade proposta pelo professor, de forma diferente, com seu amigo Felice (cego de nascença), utilizando para a composição da mesma a sua paixão pelo cinema.

Em uma das cenas, Mirco descreve ao amigo como seriam as cores associando-as a coisas da natureza, e diz: “o azul é como sentir o vento bater em seu rosto ao andar de bicicleta; o marrom é como o tronco de uma árvore e o vermelho é como fica o céu no pôr do sol” (originando o nome do filme). Casualmente, o garoto encontra um gravador, o qual lhe possibilita usar a sua criatividade na elaboração do seu trabalho. Contudo, ao receber o trabalho, o Diretor repreende severamente Mirco, acusando-o de roubar o gravador e as fitas da escola, sem considerar o talento e inovação deste. Inconformado, o professor arruma outro gravador para o garoto e, sabiamente, o incentiva a utilizar outros sentidos, propondo a este que aprenda o Braile.

Nesse meio tempo, surge Francesca (filha da zeladora do internato), que irá viver diversas aventuras com Mirco. O que atrai a atenção da garota é o fato de que este afirma que ainda consegue enxergar, ao contrário dos outros que admitem sua condição de cegos. Assim, o garoto põe em “xeque” seus próprios limites, quando resolve guiar uma bicicleta com Francesca, às escondidas, saindo do internato por uma passagem secreta. Em uma de suas aventuras, os dois conhecem Ettore (ex-aluno do internato), que agora participa de protesto políticos e irá ajudá-los no desfecho da história.

Com o passar dos dias, Mirco passa a interagir mais com os colegas e a dedicar-se aos estudos, mantendo seus encontros secretos, além de enriquecer as suas gravações com o auxílio de seus novos amigos. Com uma imaginação fantástica, Mirco e Francesca, passam a narrar à história de uma princesa e seus irmãos órfãos, de modo que todos puderam colaborar (em sigilo) com a captação dos efeitos, sons e vozes. A fim de propiciar uma nova experiência aos seus colegas, Mirco e Francesca, resolvem levá-los escondido ao cinema, rompendo com as regras do internato, fazendo com que os sonhos destes alunos renasçam.

No final do filme, o Diretor descobre o que os alunos estão fazendo e sem nenhuma consideração, toma o gravador de Mirco repreendendo-lhe e punindo-o com a expulsão. Embora o professor apele para que o garoto não seja expulso, reconhecendo o trabalho dos alunos como uma forma de expressão, bem como questionando os valores do internato, o Diretor permanece irredutível e mantém a sua decisão. Então, Francesca procura Ettore, que junto com seus amigos iniciam uma campanha, mobilizando toda a cidade sob a ameaça de parar a metalúrgica, caso Mirco não seja readmitido na escola. Dessa forma, o Diretor vê-se pressionado pelo prefeito – que exige explicações – e readmite o garoto na escola.

Assim, com o apoio do professor, Mirco e seus colegas apresentam a história aos seus pais, no espetáculo de final de ano do internato. O Diretor acaba sendo exonerado do cargo e, pouco depois, o governo italiano instaurou uma Lei que integrou crianças cegas à rede pública de ensino. Mirco tornou-se um dos mais importantes editores de som da indústria cinematográfica italiana.

Reflexão

A escola é o local que possibilita aos indivíduos à socialização, ou seja, a convivência com seus semelhantes. Porém, como vimos no cenário retratado no filme, na década de 70, não só na Itália como no mundo em geral, os indivíduos que possuíam algum comprometimento (deficiência), eram excluídos da sociedade. Na década de 60 surgiram instituições especializadas (escolas especiais, centros de habilitação e centros de reabilitação), com a finalidade de proteger o “diferente” para depois reintegrá-lo ao convívio social. Como podemos observar, havia uma preocupação com a questão social, mais do que com o desenvolvimento destes, pois o próprio termo – reintegração – sugere tacitamente a concepção de desintegração. Sendo que, só é possível reintegrar algo (ou alguém) que foi desintegrado do convívio social.

Os portadores de deficiência conviviam socialmente com suas famílias, mas isso não ocorria nas escolas, na Igreja, enfim, na sociedade como um todo, pois estes eram considerados “seres diferentes”, anormais, improdutivos, incapazes, não se enquadrando nos valores desta. Estes eram censurados e sofriam preconceitos, que resultavam em medo e no afastamento dos mesmos.

Somente após muita luta pelos direitos das pessoas com deficiência, que a integração começou a ganhar forças. Contudo, com os avanços tecnológicos, notou-se que não era possível apenas integrá-los, seria necessária uma adaptação para que conseguissem atuar de maneira plena e igual aos demais. Assim, surgiu o termo inclusão social, colaborando para a criação de um novo tipo de sociedade, promovendo transformações nos ambientes físicos (espaços internos e externos, equipamentos, aparelhos, utensílios, mobiliários e meios de transportes) e na mentalidade das pessoas, inclusive do próprio deficiente.

Desta forma, acrescentou-se a função social da escola,

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